quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Reset – “Um novo ciclo”

Em um balanço pessoal, apropriado ao nosso calendário de final de ano, avalio que 2011 foi um período de muitos investimentos, que prometem uma agenda ativa para 2012. Natural que no final de cada ano façamos uma reflexão sobre as coisas, sobre a vida, sobre tudo. O contrario seria uma grande perda da possibilidade de acertar mais, de valorizar a vida e recheá-la de sentidos em sintonia com as ações do cotidiano. É o momento de reinicialização dos sistemas, ação característica dos finais de ciclo.

Nós, espartanos, acreditamos que esse é o momento de sistematizar as intervenções sobre as grandes ações políticas, avaliar os resultados sobre as atuações concluídas em 2011 e criar os anticorpos para agir sobre os erros cometidos. O planejamento é um momento divino, em que nos tornamos deuses sobre os processos futuros. Desejamos ardentemente, que nesse novo ano tenhamos energia para enfrentar os demônios cotidianos que surgem na vida para nos tirar do caminho.

Seguiremos nosso caminho ao longo desse novo período rumo aquilo que desejamos, e construiremos a cada dia os passos para alcançar as metas para chegar onde decidimos chegar. Acreditamos que planejar é tomar as rédeas da vida; é agir com responsabilidade sobre aquilo que é feito; é dar sentido a cada minuto da vida; é viver com intensidade; é respirar o sonho que acreditamos.

O final de ano também é o momento para revistar os conceitos, as certezas, os credos para que tenhamos condições de superar os limites da nossa compreensão sobre tudo. Estar com as janelas da mente abertas é fundamental para encontrar as oportunidades de realizar as expectativas existenciais, que estão no centro daquilo que nos move. Ao saber alinhar os desejos com a agenda cotidiana possibilitamos mais realizações, que alimentam a alma humana. O planejamento está na base racional da existência, é o ato de sonhar e pensar como realizar o sonho e torna-lo realidade. E, assim, realizar-se; realizando. Conte conosco.









Charles Scholl

Esparta – Ação Tática e Estratégia

Consultoria em Comunicação Social

“Conte conosco para

administrar seu espaço na opinião pública,

colocar seu produto no mercado,

acertar seu posicionamento e

fazer seu planejamento”.





Um feliz 2012.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Deixe as grades que aprisionam sua felicidade para trás....

Antes de tudo, natal é nascimento. Na cultura cristã o nascimento de Jesus Cristo. É o perdão, que faz nascer uma nova relação. É a cura, que faz nascer um novo corpo. É a sublimação, que faz nascer uma nova vida. Nesse sentido, um feliz natal para todos e todas. Deixem as grades que aprisionam sua felicidade para trás......

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Ingrid passou de ano e fizemos a festa

A Ingrid passou de ano e fiquei muito feliz com mais essa conquista para a vida dela. Ocorre que sou meio descomedido e não me contento em ficar feliz em um canto, tentando disfarçar uma sanidade mental que não tenho. Em um primeiro momento acho que o conceito de normalidade para as pessoas é um conceito doente. Constantemente sou incompreendido, ora por ser gentil em um mundo de estupidez, ora por ser humano em um mundo de desumanos, ora por ser honesto em um mundo de desonestos. Amigos mais experientes me dizem que tenho que ser malandro e enganar os trouxas fingindo ser normal, mas sou impertinente e gosto de mostrar com um espelho as faces obscuras que procuram esconder em nome da etiqueta e da “fina estampa”.


Pensei o que eu gostaria de fazer se tivesse nove anos, procurei atualizar para os tempos modernos e me veio uma lista de coisas. O inusitado é o melhor e queria então fazer uma surpresa para a menina. Levei ela ao zoológico de Sapucaia do Sul para caminhar, entrar em contato com a natureza, falar da vida, brincar, se beijar e ficar agarradinhos e também ver os bichinhos. Sinceramente, ao avaliar agora, acho que sem a intenção dei um golpe na menina, pois tenho a impressão que me diverti tanto quanto, ou mais que ela. Falamos de alimentação, exercícios físicos, intelectuais, a necessidade de melhorar a leitura, espiritualidade, religião, humanidade, equilíbrio ecológico e o futuro do planeta.

Pela tarde ela me acompanhou no trabalho, cansada da caminhada permaneceu em um silêncio exemplar ao meu lado escrevendo, desenhando e brincando de trabalhar. Produzi muito, já que se encerra o ano e o volume de trabalho se acentuou muito. No final da tarde a surpresa de encontrar o dindo Klaus, que fez uma aparição inusitada em meu trabalho, sem combinar nada, que tornou o momento mais alegre e feliz. Ingrid, parabéns por mais essa vitória e saiba que a vida sempre nos traz novos desafios e você sabe que não está sozinha, pois como se viu, você está cercada de pessoas que te amam e torcem por ti.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

GREVE DO CPERS-SINDICATO E A AÇÃO SINDICAL DA DS

- Resolução da Democracia Socialista – Tendência Interna do PT -



1. A DS, tendência interna do PT, é uma força socialmente enraizada, politicamente definida: petista, socialista e cutista. Desta forma se organiza para a disputa política e realiza sua ação sindical na CSD, corrente sindical interna à CUT.



2. A criação da CSD foi uma decisão do Ativo Sindical da Democracia Socialista, realizado em 2001, de extinguir-se enquanto setorial, criando uma corrente sindical interna à CUT, para disputar seus rumos.



3. Baseada nessa compreensão, a Democracia Socialista do Rio Grande do Sul apresenta aos militantes petistas e cutistas e, em especial às trabalhadoras da educação, a sua avaliação sobre o posicionamento da direção central do CPERS-Sindicato no período recente.



4. O tratamento e a caracterização do governo Tarso, qualificado pela direção do CPERS como um governo de traição aos trabalhadores e submisso ao Banco Mundial, o ataque ao plano de sustentabilidade e, mais recentemente o combate às propostas apresentadas para qualificar a educação pública do Estado dizem respeito a divergências de natureza estratégica.



5. Na nossa opinião, ao contrário do que pensa a direção central do CPERS, o governo Tarso vem afirmando nesse primeiro ano seus compromissos com os(as) trabalhadores(as) em educação, com ações como a liberação dos membros da Direção, o abono das faltas das greves anteriores, a extinção do SAERS, a implantação do Sistema Estadual Articulado de Avaliação Participativa, além da realização de conferência para debater, de forma democrática, a reestruturação do ensino médio



6. O CPERS-Sindicato é hoje dirigido por uma aliança de forças hegemonizada por um discurso esquerdista e por práticas políticas de direita, expressas no ataque aos governos democrático-populares. Isto nos leva a um dissenso quanto a caracterização do período político que vivemos no Brasil, sobre os governos democráticos e populares liderados pela presidenta Dilma e pelo governador Tarso Genro.



7. No debate em curso, os reiterados apelos que há que se respeitar a autonomia dos movimentos sociais frente a governos e partidos não é outra coisa que uma cortina de fumaça lançada com o propósito de ocultar a natureza estratégica do debate e justificar a capitulação ao esquerdismo.



8. Para a Democracia Socialista e a CSD, autonomia dos movimentos sociais nunca foi sinônimo de alienação e estranhamento ao projeto político de transformações que implementamos no Brasil com os governos Lula e Dilma e, no Rio Grande com o companheiro Tarso Genro.



9. Dai que, a DS e a CSD nunca tenham acorrentado o movimento sindical aos limites da luta salarial. Esta deve estar inserida numa luta maior, de um projeto político. Da mesma forma, não somos contra a “política de governo”. Somos contra, isso sim, os governos neoliberais e suas políticas.



10. A recente deliberação de greve não foi atendida pela grande maioria dos trabalhadores em educação do RS, que consideraram o movimento inoportuno. A chamada “greve de vanguarda” deu curso a uma política equivocada, de isolamento da direção em relação ao conjunto da categoria. Tal posicionamento recoloca no cenário de luta sindical a idéia de que as derrotas são mobilizadoras da categoria.



11. Tal postura ficou demarcada pela negação da vitória do movimento por ocasião da apresentação da pauta do magistério em sua data base, onde o governo acolheu a grande maioria das reivindicações apresentadas. Também faz parte desta posição, a decisão de encerrar o diálogo com um governo que desde o início recebe a direção do sindicato e, de antemão, já anuncia disposição de negociar os dias parados dos grevistas.



12. A prática sindical impulsionada pela Presidente e pelo conjunto da Direção Central da Entidade não expressa a tradição da DS e da CSD que atua sempre na perspectiva de avançar a revolução democrática. E com certeza não traduz o que se espera de quem se apresenta como quadro político de nossa corrente.



13. Assim sendo, as adjetivações utilizadas contra o Governador imprimindo-lhe uma pecha neoliberal, desabonadora e desleal, somadas a ações como o envio de uma coroa de flores ao Secretário da Educação, a acolhida ao pedido de expulsão dos trabalhadores em educação que integram o Governo do Estado e a queima das cartilhas da Secretaria de Educação na abertura da conferência estadual de debate do ensino médio, indicam um gesto de ruptura com a DS e a estratégia sindical da CSD e, portanto, não expressam a opinião de nossa corrente política. Trata-se, antes sim, de prática de quem recusa o diálogo e troca o argumento e o debate pela violência simbólica.



14. Convocamos os (as) trabalhadores (as) em educação e os militantes sindicais comprometidos com as resoluções da X Conferência Nacional da DS e, notadamente da estratégia da revolução democrática e com a resolução sobre a ação sindical da militância da Tendência, a reorganizar a CSD nos padrões que sempre pautaram nossa ação junto à CUT e ao PT.



15. Nesse sentido, convocamos uma Plenária Sindical da Democracia Socialista a realizar-se no dia 17 de dezembro, às 9h, em Porto Alegre, no Sindicato dos Bancários de Porto Alegre.



Porto Alegre, 9 de dezembro de 2011



Democracia Socialista do Rio Grande do Sul

Tendência Interna do PT

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Saudação aos amigos da paz - Humano Cristal Amarelo

AH YUM HUNAB KU (Saudação Maia ao Sol Central - Entoar 3 vezes)
EVAN MAIA E MA HO (Salve a Harmonia da mente e da Natureza - 3 vezes)




IN LAK CH
(Eu Sou o Outro em Você)












A CULTURA GALÁCTICA VEM EM PAZ

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O movimento e a estática....

O movimento é relativo e sempre estará associado a algo estático, que justifica e dá a razão do próprio movimento. Já pensou que a sensação de estar no lugar errado pode ser a plena noção do movimento em relação a estática dos outros. O importante é você ter o norte certo. Saber com clareza onde quer chegar lhe dá forças para superar os obstáculos do caminho a ser percorrido. Aprender a olhar o horizonte é fundamental para sair do mundo de cinco metros, habitado pelos parasitas que não admitem o movimento, vivem na estática, mas são fundamentais para que você perceba que, pelo menos, não é um deles.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Paciência, ciência, compreensão e robustês física para suportar as agressões

Paciência - não revidar o ataque físico

compreensão - não tenho, me dou conta depois que passou.

Ciência - Por ordem de freqüência: DESCONFORTO ABDOMINAL, MASTALGIA CEFALÉIA, FADIGA, IRRITABILIDADE, TENSÃO, HUMOR DEPRIMIDO, HUMOR LÁBIL, AUMENTO DO APETITE, ESQUECIMENTO E DIFICULDADE DE CONCENTRAÇÃO, ACNE, HIPERSENSIBILIDADE AOS ESTÍMULOS, RAIVA, CHORO FÁCIL, CALORÕES, PALPITAÇÕES e TONTURAS.

 Irritabilidade (nervosismo),

Ansiedade (alteração do humor com sentimentos de hostilidade e raiva),

Depressão (com sensação de desvalia, distúrbio do sono, dificuldade de concentração)

Cefaléia (dor de cabeça),

Mastalgia (dor ou aumento da sensibilidade das mamas),

Retenção de líquidos (inchaço ou dor nas pernas),

Cansaço,

Desejos por alguns alimentos como chocolates, doces e comidas salgadas.

Deve ser realizado um controle objetivo do ciclo menstrual (através de um diário) pelo período mínimo de dois ciclos. Devem ser excluídos outros transtornos como hiper ou hipotireoidismo, perimenopausa, enxaqueca, fadiga crônica, síndrome do intestino irritável ou exacerbação pré-menstrual de doenças psiquátricas; depressão, que pode se intensificar nesse período (magnificação pré- menstrual).

História, exame físico cuidadoso, avaliação endócrina ginecológica quando o ciclo menstrual é irregular, perfil bioquímico, hemograma e TSH para excluir condições médicas que podem apresentar sintomas que simulem uma TPM. Importante fazer o diagnóstico diferencial com a condição psiquiátrica: distúbio disfórico pré-menstrual.

O tratamento medicamentoso inclui o manejo específico de cada sintoma e deve ser individualizado. A maioria dos tratamentos medicamentosos propostos não se mostraram mais eficazes do que tratamentos placebo (progesterona, espironolactona, óleo de prímula e vitaminas B6 e E, ingestão de cálcio e magnésio). A fluoxetina, foi a única droga que mostrou eficácia, entretanto foi aprovada pelo FDA apenas para PMDD (Forma mais severa de TPM, com prevalência dos sintomas de raiva, irritabilidade e tensão). Na Europa esta droga não é aprovada na Europa para uso nem mesmo em PMDD.


Robustês física - coquetel a base de buscopan que deixa a gente cego,

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Atualidades políticas que buscam nexo cotidiano

Postei no facebook ontem uma sequência de fotos que marcam uma trajetória política de muito trabalho e dedicação, com foco na comunicação social, responsabilidade que assumi quando integrei a coordenação da campanha do prefeito Gilmar, de Esteio. Após a eleição permaneci na prefeitura até ser convidado a me retirar por conta das forças políticas do PT. Assunto que tornou clara a impessoalidade nessas relações. Eu prefiro tratar as coisas assim, pois não há incompatibilidade política, profissional, ou limites de qualquer natureza senão aquele que se apresentou quando incorporei, junto com Luis Fernando Schmidt, a Democracia Socialista – tendência interna do PT. Requer maturidade política compreender que outros continuarão o projeto para a cidade. Na condição de militante reivindico aquilo que prometemos aos esteienses e, dentro do possível, ajudo o Governo sempre que solicitado, pois isso significa a possibilidade de retomar as políticas públicas em comunicação que se perderam com a rotatividade dos quadros que constituíram o plano de governo em comunicação.

Essa matemática me incomoda, pois não encontra razão na realidade da vida. Tenho dificuldades de explicar a situação aos meus familiares e acho que eles também não têm a obrigação de compreender as motivações que me mantém ao lado de pessoas que protagonizaram uma campanha negativa em torno da minha atividade militante. É mais fácil compreender tais motivações políticas se a própria política for revista. O conceito da política, assim como sintetiza Anna Harendt, é aquilo que existe entre as pessoas. Que estabelece as mediações entre as posições diferentes. Se é assim, fica mais fácil compreender que não estou atuando em um partido político para me promover pessoalmente, pelo contrário. Aqueles que pensam assim me chamarão de fracassado. Porém, não medi esforços para inserir na agenda pública assuntos renegados pelos interesses de grandes grupos financeiros. Não considero pecado ser um grande grupo financeiro, porém a regra no Brasil nos mostra que esses grupos são constituídos sobre a falência de outros, por tráfico de influências, ações coordenadas entre os entes públicos e privados que revela uma promiscuidade depredadora da ética. Ao ter de conviver com isso, pois tais situações estão intrínsecas nas práticas da política tupiniquim, fico plenamente satisfeito pelas brigas que comprei, pelas ideias que coloquei em público, pelo trabalho de contribuir com a ideia da cidadania esteiense. Sem mandato, apenas como um articulador político, como um comunicador, tenho focado o interesse público como prioridade para a cidade. Posso falar tranquilamente, já que não sou candidato a cargo eletivo.

Entre as fotos que postei ontem está a realização do Fórum Social Mundial em Esteio, trabalho que me custou muito caro pelo desgaste nas relações com a coalizão e a dificuldade dos quadros políticos de compreenderem a importância do movimento.



Segue artigo que publiquei naquela oportunidade e que foi divulgado pelo movimento brasil autogestionário pelo Lúcio Uberdan. Com muita alegria vejo o Lúcio liderando junto ao Governo Tarso Genro a construção da ideia do governo digital, com foco na transparência, na cidadania, na inclusão digital como ação estratégica de Estado. Em fim, com a intenção de qualificar o diálogo com a sociedade. Ao invés dos burocratas perderem tempo em querer enquadrar esse modo de pensar como algo utópico, poderiam abrir suas mentes, ou melhor, simplesmente abrir os olhos para o mundo de fora e compreender o papel da comunicação em tempo real na atualidade. Porém, abrir os olhos para alguns é pedir demais. Então, por conta dessas limitações da vida busco alternativas de fazer valer as ações políticas que possam tornar nossas relações mais humanas, sem precisar deixar a matemática de lado, com exemplo pessoal de compromisso com a cidade, de envolvimento coletivo onde ocorre a vida social do indivíduo e contribuir para a criação de um sistema que possa dar conta das necessidades do cidadão de hoje.

Segue o artigo:

http://www.brasilautogestionario.org/tag/charles-scholl/

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A cidadania promovida na história do Eco do Sinos

O Jornal Eco do Sinos marca mais um aniversário circulando interruptamente desde 8 de novembro, de 1985. É natural que em cada aniversário sejamos impactados sobre os efeitos do tempo, ofertado democraticamente a todos. O exercício de revisitar o caminho percorrido nos arremessa à prática da reflexão. Extraímos compreensões sobre as motivações da existência, impulsionados pelo extinto de produzir razão sobre as coisas. Podemos decantar alguns sentidos que a história do Jornal Eco do Sinos nos ajudou a compreender. Nesse tempo, a cada edição, o jornal constituiu o elo de inúmeros processos sociais criando e mantendo as mediações viabilizadoras do direito a informação. Como um reflexo das atividades sociais, políticas, culturais e econômicas, o JES produziu efeitos antropológicos na promoção do desenvolvimento humano e social dos cidadãos.



Sua atividade de comunicação, com foco na cidadania esteiense, sempre esteve permeada do princípio do interesse público como valor construído e agregado à notícia. A cada edição que circula, pulveriza informações e promove a concreta participação na vida coletiva da cidade. Por isso é um instrumento estratégico da cidadania esteiense, que qualifica o debate público e fomenta a participação das pessoas sobre as intersecções existenciais que a vida na cidade lhes oferta.

Na condição de apaixonado pelas teorias da comunicação, podemos compreender a história do JES pela simples verdade de que a informação é uma das necessidades do ser humano. Como encontramos na obra Os elementos do Jornalismo - “As pessoas precisam de informação por causa de um instinto básico do ser humano, que chamamos de instinto de percepção. Elas precisam saber o que acontece do outro lado do país e do mundo, precisam estar a par de fatos que vão além da própria experiência. O conhecimento do desconhecido lhes dá segurança, permite-lhes planejar e administrar as próprias vidas. Trocar figurinhas com essa informação e se converte na base para a criação da comunidade, propiciando as ligações entre as pessoas.” (Os elementos do jornalismo, de Kovach & Rosentiel (2004:36).

No entanto, por todas as vezes em que o JES cometeu equívocos, e foram muitos, teve a grandeza de se mostrar humilde e de agir com a intenção de corrigir e de compensar, sem incorrer em outro erro. Esse é o equilíbrio necessário para quem assume para si a tarefa de fazer a mediação entre Estado, Governo e Sociedade. Dessa maneira edificam-se os pilares para a consolidação de um mundo melhor. Já que compreendemos que fornecer a informação de interesse público é uma função social da imprensa e um direito do cidadão.

Em Esteio já tivemos momentos em que essa força da sociedade era compreendida e tida como estratégica para a qualificação da opinião pública. No governo da prefeita Sandra Silveira, o programa cidade educadora imprimiu uma dinâmica de relações com os veículos de comunicação, transformando-os em verdadeiros materiais didáticos de cidadania. O programa aplicado naquela gestão tinha a pretensão de fazer todos os espaços públicos oportunidades de aprendizado.

Os veículos eram impulsionados por uma avalanche de ações propostas de interesse público que se consolidaram e constituíram a base de planejamento das principais realizações públicas da atualidade do município. Também é mérito da cidade ter eleito o Prefeito Gilmar Rinaldi, que ocupava a vice prefeitura naquela gestão.

Mesmo nesta reflexão encontramos as tenções cotidianas entre o interesse público e a iniciativa privada, que muitas vezes se traveste de iniciativa pública e coloca na privada o interesse legítimo da cidadania. Ainda brincando com as palavras cabe destacar que a privatização do interesse público é pior que a venda de estatais. Já que a venda das empresas públicas acarreta na diminuição da economia que sustenta a cidadania, ao tempo que a privatização do interesse público promove a diminuição da cidadania, intensifica a fragmentação social, potencializa a atomização dos sujeitos, e constrói o caminho à banalização generalizada de uma civilização. Situação que muitas vezes só pode ser percebida claramente sobre os efeitos do tempo.
Charles Scholl

Consultor de Comunicação da

Esparta – Ação Tática e Estratégia

domingo, 24 de julho de 2011

A visceral fragilidade humana

Uma experiência de morte no último verão deixou este ponto de vista existencial muito claro; ao ponto de dividi-lo com você.
Charles Scholl
Ser um humano passa pela ideia de compreender-se como humano, entrar em uma sala de espelhos e conseguir se enxergar de vários ângulos diferentes, de poder externar o pensamento em sistemas simbólicos fônicos, visuais, gestuais que ordenam uma sequência racional do pensamento. É bem correto afirmar que os símbolos são singulares quanto ao seu significado e são utilizados para atribuir sentido lógico capaz de transferir de forma exata determinada informação representada. Mesmo querendo buscar metáforas estapafúrdias para explicar racionalmente nossa existência, perco-me nos labirintos obscuros da complexidade humana.
Ocorre que o cotidiano não é assim. A vida é absurdamente simples, desde que não precisemos explicar nada das coisas que fizemos, se existem motivos para nossa existência, ou mesmo como funcionamos.  A complexidade nasce quando começamos a compreender como compreendemos, pois diante desse exercício temos um universo infinito de possibilidades humanas.
A expectativa de vida é algo definidor para o humor de cada dia. Quanto mais expectativa de vida temos, melhor será a disposição para enfrentar as dificuldades cotidianas e os prazeres da vida certamente serão mais aproveitados, com a ciência e o gozo de quem tem o prazer e sabe lidar com a felicidade. Também temos o inverso, em que encontramos pessoas com baixa expectativa de vida, que geralmente são mal humoradas e se são submetidas a um momento de felicidade não sabem como reagir diante do sinistro.  Talvez tal comportamento sobre os modos de pensar esteja na base dos conflitos humanos que vivemos cotidianamente. Tais conflitos tendem a tomar dimensões estratosféricas. Minha prolixidade aguda rodeou o assunto com todos esses argumentos para finalmente dizer que essa impressão de importância que damos para os conflitos humanos é absolutamente insignificante diante de determinadas situações. Principalmente quando nos deparamos com os limites da vida, ou da ciência de que estamos vivos.
Apesar de sermos máquinas de sobrevivência de genes, com prazo de validade e data certa para a morte, o período que vivemos é compreendido, sentido, percebido, entendido por um equipamento orgânico que possui um sistema nervoso central comandado por um cérebro. Tal equipamento se sobressaiu no processo de seleção natural pela sua capacidade desenfreada de produzir razão. Chegamos ao absurdo de atribuir razões para aquilo que não compreendemos. Razões aleatórias aos princípios científicos que só poderão ser compreendidas diante do aspecto humano de ser. Assim, com esse ponto de vista, compreendo os poemas de amor como uma tentativa de atribuir razão para sentimentos que não cabem na racionalidade. Que a religião nos oferta um conjunto de razões existenciais que não as temos no mundo natural. Por isso criamos Deus, para nos dar razão de um princípio, para nos orientar por um caminho que nos levará à continuidade da razão de nossa existência em outros planos existenciais que criamos. Se não fosse Kant, em sua obra “A critica da razão pura”, teríamos dificuldades de compreender esses aspectos da nossa humanidade.
Tal ponto de vista me surgiu diante de uma situação muito especial. Tive um mal estar em uma dessas manhãs de verão. Meu pescoço endureceu completamente e tive uma forte sensação emotiva que se desencadeou em uma inexplicável crise de choro. Fui confortado pela minha esposa, Natália, que estava ao meu lado. Com um estranho aperto no peito tinha as emoções a flor da pele e todos os sentimentos se tornaram muito intensos. Me tornei um vulcão em plena erupção de emoções, descomedidas, desorganizadas, radicalmente fortes capazes de apontar um grau de certeza que vinha acompanhada da extrema lucidez, que beira a loucura. O mal estar passou por um período e cerca de 20 minutos depois tudo retornou muito mais forte. Por um instante percebi que estava com dificuldades de enxergar, como estava ao volante parei o carro. Novamente o pescoço endureceu e voltei a chorar convulsivamente sem qualquer motivo. Um zunido forte tomou conta de todo o ambiente e me senti caindo dentro de um buraco. Então perdi a consciência. Não sei por quanto tempo fiquei nessa condição, mas quando despertei estava com metade do corpo deitado sobre o banco carona, sem sair do espaço do motorista. Ao me levantar percebi que metade do meu rosto estava sem os movimentos, sem sensibilidade nenhuma, como se eu tivesse anestesiado para um tratamento dentário. Percebi que a perna e o braço do mesmo lado também estavam na mesma situação. Aos poucos fui recuperando os movimentos e me lembrando dos últimos momentos que procurava parar o carro. Aquilo parecia um sonho.
Ao analisar o ocorrido fui informado que tive um pequeno acidente vascular. Esse AVC me trouxe com clareza a fragilidade da vida humana. Pense que por uma fração de segundos poderia ter esquecido completamente da minha mãe, do meu irmão, da minha filha, da minha mulher, dos meus princípios, das histórias que vivi, das orações que fiz, das lógicas que compreendi, das experiências que tive em vida e de todos os conflitos que perturbavam minha alma humana. Tudo poderia se perder em um piscar de olhos. Percebi, depois de algum tempo que havia esquecido completamente dos acontecimentos em um dia da semana, que com exercícios racionais consegui remontar em minha memória.
Toda e qualquer pessoa pode passar por um problema como esse, independentemente de qual seja o motivo que venha a lesionar o cérebro. Trata-se da condição humana de vida. Porém, dificilmente quando isso ocorre é possível recuperar a consciência e poder dividir a experiência. Somos muito frágeis e não precisamos necessariamente morrer para dar fim na ideia de vida. Somos poderosos em estabelecer frequências emotivas com maior ou menor intensidade e a tendência é repetirmos sistematicamente a predominância de determinados sentimentos, sejam os mais felizes ou os que nos deixam tristes, causando as depressões e euforias. Depois de poder compartilhar uma experiência como essa cabe se perguntar como você gostaria de se sentir a maior parte de seu dia? Essa decisão depende somente de você, independentemente dos fatores esternos dos quais não temos controle e simplesmente reagimos. Se você passa um dia alegre e isso se repete por muitas vezes, você se acostuma a se sentir alegre e sentirá alegria com mais facilidade. Certamente buscará com mais ênfase fazer coisas que te deixam alegre, reagirá diante da tristeza como algo anormal, que não faz parte do cotidiano, mas de um sentimento esporádico que surge diante das coisas da vida que não podemos evitar. A grande questão é que a regra vale para todo sentimento ou estado de espírito. Nesse exemplo pensamos em alegria, porém a lógica humana também se mostra eficaz se falarmos de tristeza. 

domingo, 12 de junho de 2011

O pensamento e a força que nos faz insurgir


Charles Scholl
Consultor de Comunicação

Novos ciclos políticos precisam ser compreendidos para que seja conquistado o melhor desenvolvimento possível para nossa comunidade. Esteio deu saltos gigantes em desenvolvimento social, político e econômico nas últimas décadas. Olhar para a história, muitas vezes é o melhor exercício para reafirmar o caminho trilhado. Também pode ser a melhor forma de visualizar a necessidade de mudanças de rumo, na busca da sintonia fina com os princípios que nos orientam nesta caminhada. Na condição de jornalista, cobrindo os assuntos da política em Esteio nos últimos 25 anos junto ao Jornal Eco do Sinos, tive um insite que me fez viajar no tempo, confirmar teses que sustentava, porém que o tempo havia apagado da minha memória cotidiana. Sonhos que ficaram depositados no fundo da alma e que foram sedimentados pelo peso do tempo empurrando as lembranças para as profundezas subterrâneas da memória.
Nossa cidade se insurgiu ao ciclo trabalhista com a eleição de Vanderlan, em seu primeiro mandato. Depois ocorreram diversos processos políticos, muitas descontinuidades e, atualmente, vive uma condição política que remonta os memoráveis tempos da fundação do município, em que temos sintonia política com o Governo do Estado e com a União. Mas o relato que trago nos arremete para a realidade política envolta ao ciclo trabalhista que dirigia o município, com autoridades políticas que se espelhavam no estilo caudilho, sulista, manifesto da história política de Getúlio Vargas.  
Vale o relato, pois estava em uma Audiência Pública em Esteio, que preservo a fonte para evitar qualquer constrangimento, pois não é o objetivo deste texto. Um membro da comunidade, que participou como secretário de obras no Governo de Esteio em tempos memoráveis, inicia uma explanação sobre como resolver problemas administrativos na prefeitura. Contrariado pelo atual representante do Poder Executivo, o ex-secretário disparou a primeira: “O senhor está de má vontade conosco, pois já fui secretário e sei que basta fazer, se pode ou não pode pela lei isso se resolve depois”.
Como jornalista crítico das posturas políticas daquela gestão estava diante do réu confesso. E ele continuou a narrar suas experiências de gestão para mostrar como se faz. Disse que cavou com as mãos, com máquinas um “valo” para acalmar o povo da vila. A forma como se referiu a “vila” mostrava as cicatrizes de um tempo de exclusão social. O vereador que dirigia a reunião disse que a “vila” pela qual o interlocutor se referia, era onde fica sua casa e o “valo” se tratava de um Arroio, que está sendo recuperado a pesados recursos federais. O interlocutor olhava pasmo como se estivesse tentando entender como aquele vileiro estava dirigindo a reunião. Eu, na condição de expectador senti um orgulho nostálgico por ter participado ativamente da eleição daquele parlamentar, cujo símbolo representava as camadas sociais que sempre quis conduzir ao poder.  
Outros interlocutores procuraram explicar as preocupações ambientais no trato com os recursos hídricos e as consequentes enchentes pelas depredações feitas ao meio ambiente. O interlocutor então resumiu sua ideia de meio ambiente e disparou: “Sou ecologista por natureza, crio 60 passarinhos e planto árvores, pois sou responsável pela plantação de inúmeros eucaliptos na cidade”. Todos ficaram sem o que dizer, mas creio que no íntimo de cada um rezava a frase: “Ainda bem que esse tempo passou, que aprendemos com essa história, que estamos fazendo diferente hoje”. Na primeira oportunidade que tive contei para minha filha a história do deserto verde, da inserção de espécies alienígenas ao nosso continente e a consequente esterilização do solo.
O acontecido serve para nos lembrar que os vilões ao meio ambiente existem. Eles estão entre nós e mesmo que não participem ativamente da política hoje, somos obrigados a conviver cotidianamente com as consequências daquela forma de fazer as coisas. Lembro-me da frase de Platão: “Pessoas boas não precisam de leis para dizer a elas como agir com responsabilidade, enquanto pessoas ruins encontrarão um modo de contornar as leis”.

Pela sinapse necessária à esquerda contemporânea

Charles Scholl

É fundamental compreender os princípios que tecem as relações políticas. Repassar os valores que nos orientam às praticas cotidianas que dão sentido ao agir coletivo. Que nos identificam no tecido social como agentes de uma transformação perene, que transcende gestões; que nos fez constituir os mandatos, o partido, a história que conquistamos, a que estamos conquistando e a que temos pela frente. Antes de tudo, há um sentimento presente em todos envolvidos no compromisso de fazer justiça social, de representar segmentos estratégicos para a transformação da sociedade, de fortalecer grupos sociais oprimidos pelo poder econômico, pela sua condição social, política, cultural, de gênero, etnia e de orientação sexual. Tal sentimento, se decantado do caldo espesso que representa nosso cotidiano, pode ser chamado de indignação. É a capacidade que alguns possuem de se indignar com a injustiça alheia, estabelecer relações sociais estratégicas para a construção do “outro mundo possível”.
A idéia de transformação social é a própria idéia da construção de outro mundo possível. Falamos a mesma coisa e devemos compreender isso para saber o papel estratégico que temos enquanto gestores públicos das máquinas administrativas que dirigimos. A ideia de eliminar a miséria no Brasil está no centro dos debates políticos e pode unificar o País e organizar uma ação internacional. Contribuímos com a mesma ideia quando favorecemos, por políticas públicas, a distribuição de renda. Temos que compreender, com responsabilidade, que existe na sociedade organismos que buscam a concentração de renda, em postura polarizada com a orientação política da distribuição.
Pela via democrática, com o favorecimento da circulação da moeda ancorada em uma política de distribuição de renda, é possível orquestrar uma política econômica de consenso no Brasil. Com essa prática constituímos políticas públicas para o Brasil mudando a situação econômica de 35 milhões de brasileiros que ingressaram na classe média. Além disso, lançamos programas sociais para tirar outros 16 milhões de brasileiros da miséria.
Também nos organizamos para estabelecer um papel protagonista do nosso momento histórico e político. É evidente que tal pretensão passa pela necessidade de compreender o tempo em que vivemos. A ideia mais marcante e revolucionária da atualidade, que perpassa toda humanidade, sendo a grande maioria de forma direta e uma minoria de forma indireta, é a concepção de mundo que se constitui com o surgimento da cultura digital. Por meio dela compreendemos que estamos imersos em um dilúvio de informação que foi disponibilizada à civilização global. As novas plataformas tecnológicas revolucionam a comunicação, a política, a economia e os costumes de uma civilização global com uma velocidade nunca experimentada pela humanidade. O impacto da tecnologia digital para a humanidade pode ser compreendido com a intensidade da invenção da escrita, que nos apartou da pré-história.
Tal velocidade atropela a própria ideia de futuro, ao colocar em nosso presente o debate da bioética, da ecologia; do desenvolvimento das tecnologias de comunicação em tempo real e as tendências à criação de sociedades virtuais em redes como a Internet; as radicais alterações no próprio mundo do trabalho, entre tantas novidades em nossa pauta. Vale lembrar que a produção intelectual do espectro político petista já produziu documentos importantes em seus debates internos. Todos muito importantes, amplamente debatidos e deles foram produzidas sínteses políticas valiosas, ao custo da preciosidade intelectual que orienta nossos valores cotidianos.
As novas dinâmicas imprimem aos organismos que produzem políticas públicas um ritmo que precisa fazer caber mil e quinhentos anos em 18 meses. Apenas para que se tenha uma idéia, se tomarmos o conhecimento acumulado pela humanidade no primeiro século da era cristã, foram precisos 1500 anos para que ele fosse dobrado. Mais 250 anos foram necessários para que aquele conhecimento acumulado fosse dobrado pela segunda vez (1750) e, novamente, mais 250 anos para que ele fosse dobrado pela terceira vez. (1900) Atualmente, o conhecimento acumulado pela humanidade dobra a cada 18 meses.


Os ideais humanistas para uma esquerda contemporânea. 


A militância como afirmação de uma idéia moral:



Reconhecer os princípios civilizatórios, como o ideal democrático, por exemplo, e na projeção utópica de valores morais que se anteponham à violência, à discriminação, à intolerância e ao preconceito, por um lado e à injustiça, por outro. Antes de tudo, esses valores constituem uma plataforma moral. Dela derivamos princípios coerentes e racionais, capazes de "filtrar" posições. O processo de elaboração política diz respeito à esfera das possibilidades concretas e responde a cenários que são, quando muito, prováveis. A política é, por isso mesmo, uma atividade específica que movimenta-se, incontornavelmente, em meio à necessidade.
A plataforma atualizada dos Direitos Humanos, formada pelo conjunto de resoluções, pactos e tratados firmados no âmbito das Nações Unidas, nos oferece os princípios mais radicais e coerentes para orientar a luta por uma sociedade desejável. Conhecer essa plataforma e integrar-se militantemente a ela é condição imprescindível para a configuração de uma política moderna de esquerda no século XXI. O processo histórico de afirmação dos Direitos Humanos envolve, pelo menos, 3 gerações distintas: a dos direitos civis e políticos; a dos direitos econômicos, sociais e culturais e a dos direitos dos povos e das nações. Contemporaneamente, temos assistido à formação de uma quarta geração de Direitos Humanos correspondente a um novo regramento suscitado pela moderna revolução científica e tecnológica. Todos esses direitos, concebidos como universais, são interdependentes e não há como se afirmar qualquer um deles em sua plenitude mediante a desconsideração a qualquer dos demais. Assim, por exemplo, a liberdade política será necessariamente constrangida se os direitos econômicos, sociais e culturais não forem efetivos e, em sentido inverso, não há que se falar em efetividade dos direitos econômicos, sociais e culturais na ausência da liberdade política.

Uma radical defesa da paz, da democracia e do Estado de Direito:

A perspectiva democrática e pacifista assinala um patamar incontornável para uma política de sentido transformador em nossa época. Ela envolve, necessariamente, o reconhecimento e a integração dos valores políticos universalizados pela experiência democrática nos marcos de uma pretensão de justiça social. Esses mesmos valores devem ser reivindicados contra as políticas neo-liberais, responsáveis pelo estímulo à guerra e pelo alargamento do mercado de armas, por um lado, e pelo amesquinhamento da democracia e por sua transformação em um espetáculo elitista e midiático, por outro. Defender a democracia no século XXI significa posicionar-se, ofensivamente, em favor da participação ativa dos cidadãos e cidadãs nos negócios públicos, lutando para afirmar uma sociedade civil autônoma, plural e fiscalizadora do próprio Estado. Significa, em contraposição, reconhecer a legitimidade do desinteresse político, do absenteísmo eleitoral e das eticidades centralmente firmadas na esfera privada da existência. Significa reconhecer o caráter necessário e legitimador da representação política, afirmado na exata medida de sua heterogeneidade, moralidade e espírito público de onde derivam os compromissos por eleições livres e periódicas, com o voto universal, secreto e não obrigatório. Defender a democracia no século XXI significa lutar para que a produção da informação seja realizada nos marcos da pluralidade e para que o acesso a ela seja universalizado de onde derivam compromissos de luta contra a monopolização dos meios de comunicação e pelo estabelecimento de mecanismos de defesa da cidadania contra a manipulação da informação. Defender a democracia hoje, por derradeiro, significa lutar pela afirmação da paz, do Estado de Direito e pela consagração da Lei como instrumento civilizatório. Para essa perspectiva, o tencionamento político em uma ordem democrática e, mesmo, as condutas disruptivas diante de Lei que se afigure como injusta, só serão legítimas mediante a opção pacífica pela desobediência civil. O emprego de métodos de luta que afirmem a violência –(como, por exemplo, em casos de guerra civil) só poderão encontrar legitimação pública como resistência a uma ordem que afirme, em si mesma, a negação da política. Restringe-se, assim, ao recurso universalmente aceito de insurgência frente às tiranias. Ainda nessa hipótese, cada vez mais improvável no mundo contemporâneo, o emprego de métodos violentos estará circunscrito às convenções de guerra. Mas isso exclui definitivamente práticas anti-humanistas como, por exemplo, o terrorismo.

Uma valorização da justiça:

O ideal da justiça deve ser parte essencial do pensamento político de uma esquerda contemporânea e democrática. Não apenas a idéia de “justiça social”, com a qual pretendemos designar um patamar mínimo de dignidade para a vida de todos os seres humanos; mas a idéia moral da justiça em si mesma, como o equivalente ao objetivo de assegurar a cada um aquilo que lhe é devido, nas diferentes dimensões de seu ser. Na esfera privada e na esfera pública; desde aquilo que tange a sua honra e a sua afetividade, até aquilo que diz respeito ao seu mérito ou a sua culpa. Não chegaremos a qualquer lugar digno se nosso compromisso com a justiça não se fizer presente em cada gesto ou atitude, se não iniciarmos por construir essa justiça nas relações que temos e nas decisões que tomamos.

Uma firme militância ecológica:

Devemos incorporar os pressupostos ecológicos como estrutura de um novo ethos para o século XXI. Algo que nos permita descartar por definitivo aquilo que na eticidade moderna esteve associado ao objetivo de acúmulo de bens e riquezas materiais e que se afirmou como política predatória da natureza. Não se trata de persistir na tradicional “adesão” oportunista à “pauta verde” que consiste, basicamente, em tranformá-la em um apêndice do discurso economicista de sempre, mas, pelo contrário, em reconhecer na ecologia um desafio central da humanidade diante de seu próprio futuro e do futuro das demais espécies. Daí derivam vários compromissos políticos, entre eles o de reordenar radicalmente os hábitos de consumo das sociedades modernas, seu dispêndio de energia, a qualidade de vida dos centros urbanos, sua política de transportes, etc.

Uma aposta nas modernas tecnologias e no avanço das ciências:

Devemos nos integrar plenamente aos debates contemporâneos em torno das repercussões extraordinárias inauguradas pela revolução científica e tecnológica em curso. Notadamente no caso das comunicações, seja pelas possibilidades de generalização de práticas associativas e interativas até pouco tempo impensadas, seja pelas possibilidades de instituição de mecanismos radicalmente democráticos de formação da opinião pública e de consulta da cidadania, devemos desenvolver grupos de pesquisa e estudo capazes de impulsionar o desenvolvimento das hipóteses mais generosas presentes nas novas tecnologias, estimulando políticas públicas e legislações específicas. Uma esquerda contemporânea e democrática, ao mesmo tempo, deve estar atenta às repercussões éticas da moderna biotecnologia. Nenhuma tecnologia é boa em si. Seus benefícios devem atender a propósitos morais. Desse modo, devemos lutar contra a subordinação das novas tecnologias a interesses meramente econômicos e comerciais.

Um apreço especial pela diferença:

Uma esquerda moderna e democrática deve estimular e ter como um valor a diferença que caracteriza o fenômeno humano, compromisso que só será real em uma militância política pela diferença. Os esforços de homogeneização, a supressão do que há de distintivo nas culturas, a massificação produzida pela indústria cultural, a padronização das condutas, a reprodução de clichês, a repetição incansável do mesmo, a limitação do próprio imaginário social aos imperativos do consumo e, por fim, a liquidação final dos indivíduos transformados em parcelas atomizadas de uma massa amorfa em sua impotência, sedada por seus preconceitos, devem merecer de nossa parte uma crítica impiedosa. Uma esquerda moderna e democrática, por isso mesmo, repudia o “coletivismo” como a expressão dessa mesma tendência na tradição da esquerda. Os coletivos que formamos só o são “coletivos” porque formados de indivíduos os quais, por definição, são únicos. Daí decorrem inúmeras consequências como, por exemplo, o apreço pela criação e o reconhecimento de autoria ou o gosto pelos questionamentos radicais e pela própria filosofia. É também uma militância pela diferença que permitirá situar esforços no sentido de uma “feminização” da política, capaz de contrastar certos arquétipos masculinos (competitivos e autoritários) que definem boa parte dos estilos e valores da esfera pública; os esforços que devemos fazer no sentido de que sejam reconhecidas como legítimas as homossexualidades, e que se assegure, às diferentes orientações sexuais, o respeito que o amor e o prazer devem inspirar; que promova os negros e as etnias subjugadas; que acolha, verdadeiramente, os portadores de deficiência e assim sucessivamente para todos os demais grupos discriminados e/ou marginalizados.

Desafios políticos basilares para a constituição de uma plataforma pragmática, estratégica, tática e operacional comum:

1) Tolerância zero com a fome e enfrentamento radical contra a miséria – operar de forma estratégica nas máquinas administrativas para fazer valer a implantação dos programas sociais de combate a fome.

2) Política de segurança pública e redução dos indicadores de violência – operar junto aos mecanismos organizados da sociedade a implantação de um programa municipal de segurança pública qualificado.

3) Retomada do desenvolvimento com distribuição de renda – operar em nossos mandatos políticas públicas de incentivo ao setores fragilizados economicamente que lhes garantam autonomia

4) Reforma Política – aprofundamento do processo democrático em seus mecanismos eletivos.

5) Política externa e integração soberana – no acompanhamento das posições do Congresso Nacional e do Governo Federal.

6) Fortalecimento das relações com os organismos não governamentais representativos dos mais diversos tecidos sociais, com ênfase estratégica aos segmentos fragilizados economicamente que agem de forma fragmentada e individual.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Você não gosta de política, então veja um retrato da vida real em que somos obrigados a conviver com as consequências de quem faz

Estava em uma Audiência Pública na Câmara de Esteio, que preservo a fonte para evitar qualquer constrangimento, então aconteceram as pérolas. Um membro da comunidade, que participou como secretário de obras no Governo de Esteio em tempos memoráveis, inicia uma explanação sobre como resolver problemas administrativos na prefeitura. Contrariado pelo atual representante do Poder Executivo, o ex-secretário disparou a primeira: “O senhor está de má vontade conosco, pois já fui secretário e sei que basta fazer, se pode ou não pode pela lei isso se resolve depois”.
Como jornalista crítico das posturas políticas daquela gestão estava diante do réu confesso. E ele continuou a narrar suas experiências de gestão para mostrar como se faz. Disse que cavou com as mãos, com máquinas um “valo” para acalmar o povo da vila. A forma como se referiu a “vila” mostrava as cicatrizes de um tempo de exclusão social.

O vereador que dirigia a reunião disse que a “vila” pela qual o interlocutor se referia, era onde fica sua casa e o “valo” se tratava de um Arroio, que está sendo recuperado a pesados recursos federais. O interlocutor olhava pasmo como se estivesse tentando entender como aquele vileiro estava dirigindo a reunião.

Outros interlocutores procuraram explicar as preocupações ambientais no trato com os recursos hídricos e as consequentes enchentes pelas depredações feitas ao meio ambiente. O interlocutor então resumiu sua ideia de meio ambiente e disparou: “Sou ecologista por natureza, crio 60 passarinhos e planto árvores, pois sou responsável pela plantação de inúmeros eucaliptos na cidade”. Todos ficaram sem o que dizer, mas creio que no íntimo de cada um rezava a frase: “Ainda bem que esse tempo passou, que aprendemos com essa história, que estamos fazendo diferente hoje”. Mas vale lembrar que esses fantasmas ainda existem. Eles estão entre nós, mesmo que não participem ativamente da política hoje, somos obrigados a conviver cotidianamente com as consequências daquela forma de fazer as coisas.
Lembro-me da frase de Platão: “Pessoas boas não precisam de leis para dizer a elas como agir com responsabilidade, enquanto pessoas ruins encontrarão um modo de contornar as leis”.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Torta de maçã

Vale conferir essa receita do Olivier. Nesse programa ele apresenta com grande didática uma receita de torta de maça. A Natália assumiu o comando da cozinha e fez a torta a partir da receita. Assumi o papel coadjuvante e descasquei frutas, alcancei vasilhas e mantive a cozinha em condições de uso. Ao finalizar o trabalho, já com a torta no forno decidimos assistir o vídeo com o programa da receita da torna de maça. Descobrimos que fizemos outra torta. Deliciosa! Impossível comer uma fatia só. Além do sabor maravilhoso a torta ficou muito bonita, com aspecto rústico característico da massa. Vale conferir a dica.

http://www.olivieranquier.com.br/receitas/receita.php?id=351

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A cura social pela palavra

O Parlamento é o espaço da construção da Paz. Pois acredito que o diálogo é o caminho da paz. Que é a partir das conversações que se estabelecem acordos e a verdadeira solução dos problemas. É pela troca de ideias que evoluímos como pessoa, é no ato de ouvir que nos afastamos do autismo paranoico da sociedade urbana atomizada. É no exercício de ouvir é que demonstramos abertura para o mundo das ideias. O parlamento gaúcho abre oportunidade para que as câmaras municipais se qualifiquem e vivam seu papel nas cidades. Tal protagonismo legislativo contribuiria muito com radicalização dos processos democráticos em uma sociedade que ainda guarda em seu subconsciente coletivo as marcas dos tempos de ditadura. Sem uma postura assim, permaneceremos trancafiados pelas grades da ignorância. Quer a prova real?

A ignorância é o ato de ignorar o mundo que simplesmente acontece. A ignorância é encher linguiça com os temas dados para evitar de tratar o que precisa ser tratado. É a ignorância de falar o que todos concordam pelo medo de errar e ignorar as sínteses necessárias para o desenvolvimento de uma sociedade. Pense se na sua cidade o parlamento é ignorante e autista ou mantém os ouvidos abertos. Não sabe? Então olhe para o plenário, pois ele responde. Plenário cheio é sim, a Câmara de Vereadores está em sintonia com a comunidade que representa. Plenário vazio significa que a vida está acontecendo em outro lugar. Como nos lembra Chico, que não se cansa de constranger os ignorantes, desde a ditadura - “Apesar de você amanhã há de ser outro dia...”

Veja uma agenda positiva de atitude parlamentar

terça-feira, 10 de maio de 2011

A Conferência da "Concertação"

A conferência é a grande oportunidade para que seja enfrentado o processo da umbigologia. É a chance dos gestores municipais buscarem a formula de Nash, em que percebe-se o melhor ganho para o indivíduo e o coletivo. As lideranças municipais precisam acordar para as agendas do Estado e da União, pois persiste a lógica fratricida que confere tratamento diferenciado aos militantes da Democracia Socialista. Em minha cidade considero uma paranóia dos integrantes do governo, já manifestada claramente nas reuniões partidárias. Quem sabe conseguimos uma pacificação em torno de uma proposta programática de interesse do PT, já que os projetos pessoais parecem conflituosos entre as correntes internas.

domingo, 8 de maio de 2011

Dona Inês com Tarso Gerno em Esteio

Hoje é o dia Para lembrar da Dona Inês, essa mulher fantástica que dirige o Jornal Eco do Sinos por mais de 25 anos. No mundo da comunicação nos tratamos assim, com esse ar de formalidade. Em diversas oportunidades em que apresentava o Jornal para interessados na publicação me questionavam se eu tinha proximidade com a diretora do Jornal Eco do Sinos. Sempre respondo com a mesma piada: Conheço a diretora e ela me trata como um filho.
a

Mãe, ainda está para nascer mulher com tamanha garra e força para tocar os projetos que você toca. Me orgulho muito de ter nascido nesta família de comunicadores e desejo, um dia, poder viver em uma sociedade que reconheça seu trabalho, pois seria o melhor dos sintomas de humanidade em uma civilização.



A foto registra a Dona Inês com o Governador Tarso, em Esteio.

Bjs

Charles Scholl

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Avança site Eco Cultural - Confira!!!

Com o retorno das atividades, após a turbulência que minha vida virou por ter sido obrigado a parar para tratar da saúde, aparecem os primeiros resultados concretos. Segue o projeto do site www.ecocultural.net – vale conferir.

sábado, 30 de abril de 2011

Amicus verus, rara avis. - Amigos, poucos e bons.....

Hoje faço um agradecimento especial ao amigo Leo Dahmer, ao Jeferson Machado, Rodrigo Prux, que no decorrer dessa semana me ajudaram muito enquanto estive doente. Tive crises de dor de cabeça que me impediam de abrir os olhos. Minha vida ficou cheia de limites, mas todos foram superados graças a minha linda esposa Natália. Ela teve que ter muita paciência comigo. Eu vi ela superar limites o tempo inteiro de uma forma que me encheu de força para enfrentar as dificuldades que estavam postas no meu caminho. Sem aprofundar muito vale o relato de quando descobri que estava com algum problema. Isso aconteceu quando eu estava dormindo. A primeira crise de enxaqueca surgiu quando eu dormia, no meio da noite. Acordei completamente desnorteado rolando de dor. Foi ela que me colocou no carro e dirigiu até o hospital, teve forças para continuar o caminho apesar de eu estar urrando de dor com ânsias de vomito ao seu lado. Eram só ânsias, pois não vomitava nada. Cena terrível. Cena do passado. Agora retorno a produção intelectual, que é minha vida. Percebi isso quando não podia articular um parágrafo sem que desencadeassem as crises. Hoje fiz a última consulta e estou muito feliz de poder estar escrevendo sobre isso. Narrando algo que aconteceu no passado. Que trouxe novas experiências, que certamente pautarão novas narrativas.

saudações humanistas para todos amigos......

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Retomo hoje as atividades

Na parte de manhã a prioridade será montar a lista de contatos no Rio Grande do Sul para o www.ecocultural.net – Também se faz necessária organização da audiência pública a ser realizada no dia 2 de maio sobre a Licitação do Transporte em Esteio www.apale.com.br – Organização da pauta para a edição do dia do trabalho www.ecodosinos.com.br – Produzir release para reunião sobre fórum de música livre a ser realizada na sexta-feira, dia 29 de abril, às 16 horas, na Assembleia Legislativa 4° Andar. Às 12h30 retomo o trabalho junto às comissões da Câmara de Vereadores de Esteio www.camaraesteio.rs.gov.br

- Para ilustrar, segue imagem do aniversário do amigo Adão Villaverde, que atualmente está presidindo a Assembleia Legislativa gaúcha e está realizando um excelente trabalho colocando o parlamento rio-grandense no centro dos grandes temas a serem debatidos em nossa terra, no Brasil e no mundo. Afinal, para quem ainda não sabia, o parlamento é o espaço para o debate e dele surgem grandes sínteses necessárias ao processo evolutivo econômico, social, político e cultural de uma civilização. Parabéns pelo trabalho Villa. A foto é do grande profissional e amigo Luiz Ávila que registrou esse grande momento com nossas companheiras.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

O sumiço e o retorno


Aos amigos, parceiros e conhecidos que perceberam meu breve desaparecimento. Para me recuperar de um problema de saúde foi necessária a quebra da rotina de trabalho. Nem havia percebido quantos projetos em andamento e pessoas que se zangaram comigo pelo desaparecimento por 24 horas. Ocorre que eu tive um processo inflamatório na minha cabeça que se concentrou em torno dos ouvidos. Isso se deu por conta de uma forte gripe. A inflamação virou uma sinusite e acabou acordando um monstro que não se manifestava por anos; a enxaqueca. Agora estou bem e devo retomar minha agenda de trabalho, interrompida na terça-feira (26 de abril) a partir de amanhã (28 de abril). Certamente poderei fazer relatos mais extensos, já que as crises me concediam cerca de 15 minutos a cada 24 horas de possibilidades produtivas. Uma sequência de injetáveis e comprimidos ministrados com o acompanhamento de dois médicos foi possível colocar o monstro para dormir novamente. Em 30 dias, talvez já possa abandonar os comprimidos.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Telefone sem fio



O telefone é que faz a relação da vida com as pessoas. Hoje para cometer suicídio basta desligar o telefone que você passa a não existir mais. Ninguém mais tem relações próximas e humanas uns dos outros na nossa sociedade doente. É tudo por telefone. Se não atender o telefone me desligo do mundo, das pessoas e de tudo que é considerado importante pelos humanóides no tempo em que vivemos. Não existem mais relações humanas. Tudo é mentira, as lágrimas são digitais ou para reclamar bens materiais, o suor é um holograma da expressão corporal fingida, do orgasmo fingido, da sensibilidade humana instrumentalizada e representada como em uma peça teatral, onde o tempo do espetáculo é a tua vida. Num tempo em que tu te comunica com a platéia pelo telefone celular. Mas ninguém está disposto a improvisar qualquer vivência. Todos estão ocupados demais correndo atrás de seu próprio rabo. A vida de mentira e o simulacro da realidade cria um ambiente falso, virtualiza realidades e cria espaço para toda ordem de esquizofrenia. Percebem-se esquisitas as pessoas que acreditam em suas mentiras. Quando suas mentiras se tornam suas verdades você se prostituiu. Vendeu-se a si mesmo, passou um cheque sem fundos com valor ligeiramente superior a dívida, pegou o troco e ao conferir as moedas percebeu que foi logrado. Então se pergunta, logrado por quem?

Deuses do senso comum

Os deuses são guardiões do senso comum, muitas vezes enfrentar os deuses é enfrentar a opinião da maioria.

Tetris

Certamente o jogo de vídeo game “Tetris” é uma das metáforas mais apropriadas para explicar de forma simples as complexidades das relações humanas. Imagine que cada peça que cai em jogo em sistemáticas rotações comandadas pelo clique eletrônico acionado por um dedo que responde ao comando de um cérebro. Imagine que é o mesmo cérebro que comanda todas as demais relações do individuo com o meio, consigo mesmo e em seu habitat. Inclusive a idé

ia de si e de absolutamente tudo, se pensarmos que a concepção de idéia já é um produto regido pelo cérebro. A metáfora vem da ressignificação simbólica que atribuímos aos elementos do jogo. Constituímos assim o jogo dentro do jogo, princípio básico para pensar o pensamento. Caminho da reflexão, do colocar-se em questão. Portanto, o jogo dentro do jogo precisa de suas regras e seus novos significados.
Iniciamos pela peça. São as unidades simbólicas, que poderiam ser pessoas, porém o mais adequado seria a representação gráfica da relação com cada indivíduo no meu meio social. O clique que dou com o dedo para trocar a peça em jogo de posição é o esforço militante de construir a teia social. Na medida em que o jogador acerta os encaixes constrói relações entre as peças e essas tecem uma colcha de retalhos, que são as relações humanas.
Tive uma sequência enorme de desencaixes e tive que pausar a partida para pensar bem os próximos movimentos. Posso perder muito no jogo da vida. Perderia mais se estivesse fora da partida.

Perdas e danos

Tive muitas baixas. O que é comum entre as pessoas que se afastaram de mim? São as pessoas mais próximas e intimas. Obviamente que eu sou o problema. O caminho que escolhi me conduziu a esse fracasso. Agora tenho que parar para decantar a poeira que deixou turva a espessa atmosfera da minha vida. Quero enxergar mais longe antes de agir agora.

Passado

Hoje ganhei um presente de alguém
Que tem sido mais passado do que futuro neste presente