A transformação do Hospital Municipal São Camilo em uma fundação foi o tema mais debatido pela nossa cidade nos últimos dias. O tema em si traduziu em ações práticas todo o discurso político que orienta nossa cidade. O debate trouxe à epiderme o jogo do poder no município. É claro que para fazer esta leitura é necessário levar em conta o que está em jogo. A atual gestão no Executivo, ao formular a proposta tratou o tema com prioridade máxima. O Legislativo abriu a proposta do Executivo à comunidade.
Nessa abertura a comunidade organizada em associações de classe, sindicatos, partidos políticos e outras representações apresentaram suas opiniões e preocupações a cerca do tema. Ocorre que o tema do Hospital São Camilo não se restringe a uma questão de saúde, mas da viabilidade dos projetos da atual gestão, que enfrenta dificuldades com a Lei de Responsabilidade Fiscal. A legislação restringe a economia da cidade se a folha de pagamento ultrapassar determinados percentuais relacionados ao orçamento do município. A crise acabou afetando o orçamento do município, com o aumento progressivo dos encargos trabalhistas da folha gerou um problema. Com isso, a transformação do Hospital São Camilo em uma fundação destrancaria a gestão de Gilmar Rinaldi.
É evidente que a oposição percebeu o movimento do governo e se somou as forças de oposição ao projeto. O segmento social mais apreensivo ao movimento do governo foi o sindicato que representa os funcionários do Hospital São Camilo. A mudança gerou um clima de insegurança pela possibilidade de desvinculação do município e as complicações compreendidas como redução de direitos trabalhistas. Os argumentos foram colocados na mesa e o projeto foi aprovado com ampla maioria. Mostra que o governo tem condições políticas de administrar a cidade. A oposição, derrotada na votação, segue adiante ocupando os espaços institucionais possíveis e promete recorrer ao Ministério Público. Vivemos em uma cidade em que os grandes temas são debatidos assim e no decorrer dos debates temos um lado que prevalece e conquista vitórias. Cada vitória de um setor também representa, necessariamente, a derrota de outro. O que podemos lembrar é que o ruim de uma vitória é que ela não é eterna. O bom de uma derrota é que ela não é eterna.
Charles Scholl
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