terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

O semáforo que nos dá um sinal

Charles Scholl
Diretor Geral de Comunicação Social 
Prefeitura de Alvorada

No sábado, dia 13, participei de uma atividade que reuniu dois prefeitos, o de Alvorada e o de Viamão, para marcar a superação de um impasse que se arrastava por mais de 20 anos. O momento que marcava o início do funcionamento do semáforo na Presidente Getúlio Vargas, nas mediações da parada 63, foi importante para os moradores, empresários e líderes comunitários  de Viamão e Alvorada. Foi um momento muito legal, de felicidade e de comoção das famílias que perderam entes queridos naquele perigoso entroncamento.
Ao divulgar em redes sociais a atividade realizada naquele sábado pela manhã, eis que emergem manifestações populares de pessoas de diversas partes da cidade criticando as administrações municipais de Viamão e de Alvorada pelo ato público, por ser desnecessário. Então vieram vários argumentos do tipo "tem coisa mais importante para fazer no expediente". Detalhe é que no sábado não temos expediente.  "Não precisava fazer isso, porque não tapam os buracos da cidade". Bom uma coisa não exclui a outra, procurei explicar que a cidade está fazendo um esforço enorme para superar as dificuldades financeiras que se abatem por todas as cidades gaúchas, especialmente em Alvorada que é um município em que as restrições econômicas são as mais severas.
Foram mais de 150 colaborações de indignação pelo ato de inauguração do semáforo.  É evidente que temos uma mensagem clara, de que os formadores de opinião e manifestantes virtuais se perderam e caíram em sua própria armadilha. Correta a indignação pela restrição de serviços e é digno e virtuoso que cidadãos se manifestem pela melhora na qualidade do serviço público. No caso, temos um ato que marca a melhora na qualidade do serviço público, na segurança das nossas vias, na superação dos impasses que impediam uma solução daquele problema reivindicado pela comunidade por mais de 20 anos. As reivindicações, nesse caso, demonstram uma irracionalidade geral.
Por sorte temos gestores centrados e capazes de discernir os movimentos políticos geradores de crises, das manifestações de indignação descontextualizadas da realidade e das manifestações populares coerentes. Em momentos de crise as escolhas foram as mais acertadas. Primeiro se incidiu sobre a redução do salário do prefeito e secretários, depois sobre a redução dos cargos em comissão e todos os movimentos acompanhados de um aperto geral nos custos da Prefeitura, com significativas otimizações de espaços e reduções de aluguel. Porém, se os repasses constitucionais da União e do Governo do Estado não forem feitos ao município, Alvorada é uma das cidades gaúchas que mais sofre com isso. Existe uma grande dependência de recursos externos para a manutenção da cidade.
Para se ter uma ideia mais clara sobre a situação econômica e autonomia do município, tomando por números absolutos, a Prefeitura de Alvorada arrecadou em 2015 com o IPTU, mais a taxa do lixo o valor de R$ 8.446.924,00, num total do orçamento que fechou em R$ 281.777.805,06, segundo o Portal da Transparência . O valor pago pelo IPTU na cidade não paga um terço da conta do recolhimento do lixo. Todo o restante é pago com recursos externos. Por isso, valorizamos cada centavo economizado e a Administração não mediu esforços para viabilizar grandes empreendimentos, a exemplo do Shopping, que certamente afetará essa proporção positivamente para a comunidade alvoradense.  

A energia aplicada nas manifestações que trouxeram melhora para a comunidade demonstram a necessidade de uma reflexão por parte dos internautas. Nesse caso valem as perguntas: será que é muito difícil suportar a felicidade do outro? se de fato temos tantos problemas, estou resolvendo eles ao atacar o que está sendo feito da forma correta? se estão afirmando que existe uma demanda de mais de 20 anos o incompetente é quem resolveu o problema? Fiquem com as respostas, não me surpreendo com mais nada. 

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