quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Universidade Feevale realiza a Semana dos Direitos Humanos

Gratuitas, as atividades debaterão temas da contemporaneidade, como feminicídio, cultura afrodescendente e a situação de famílias atingidas por barragens

Entre os dias 14 e 19 de novembro, as questões sobre os Direitos Humanos na atualidade estarão em pauta na Universidade Feevale. Realizada pela Pró-reitoria de Ensino (Proen), a Semana dos Direitos Humanos integra os eventos I Seminário de Direitos Humanos: educação e Direitos Humanos: temas para o debateV Seminário Interinstitucional Pibid FeevaleVII Seminário Institucional Pibid Feevale e Semana da Consciência Negra. Entre os temas, serão discutidos assuntos relevantes na contemporaneidade, como a questão étnico-racial, a situação dos atingidos por barragens, a escola e a legislação sobre Direitos Humanos, além de atividades culturais. As atividades são gratuitas e abertas à comunidade, sendo que apenas os seminários do Pibid necessitam de inscrição. Confira a programação:
Semana dos Direitos Humanos
14, 16, 17, 18 e 19 de novembro
Universidade Feevale, em Novo Hamburgo
Câmpus I – Av. Dr. Maurício Cardoso, 510
Câmpus II – ERS-239, 2755

14 de novembro, segunda-feira
- 10h: palestra Núcleo de Apoio aos Direitos da Mulher (Nadim), com os professores Henrique Alexander Grazzi Keske e Lisiana Carraro
Local: auditório do prédio Azul – Câmpus II

- 20h: abertura oficial da Semana dos Direitos Humanos
Debate sobre Programas e Projetos de Direitos Humanos na Feevale, com os professores Lisiana Carraro, Márcia Blanco Cardoso, Margarete Fagundes Nunes e Sueli Cabral
Local: Salão de Atos do Câmpus II

16 de novembro, quarta-feira
- 9h30min: palestra Criança e adolescente: aspectos jurídicos e midiáticos, com os professores Henrique Alexander Grazzi Keske e Anelise Rublescki
Local: auditório do prédio Azul – Câmpus II

- 18h: atividade cultural Sarau Artístico, organizado por acadêmicos do Instituto de Ciências Humanas, Letras e Artes (ICHLA)
Local: em frente à Biblioteca do Câmpus II

- 18h15min: atividades culturais
Roda de capoeira com contramestre africano e representantes da Associação Cultural e Educativa de Capoeira Angola Matagal
Local: Rua Coberta do Câmpus I

Roda de batuque com Juliano Canedo, do Grupo Ilu Axé Orun
Local: Rua Coberta do Câmpus I

-19h30min: aula aberta Fundamentos de Hermenêutica e Filosofia do Direito, componente curricular do curso de Direito, com o professor Henrique Alexander Grazzi Keske
Local: sala 301 do prédio Vermelho – Câmpus II

- 19h30min: aula aberta A religiosidade na história e na cultura afrodescendente, com Andréa Witt, professora da Rede Pública Municipal de Capão da Canoa e do Centro Universitário Leonardo da Vinci (Uniasselvi)
Local: Salão de Atos do Câmpus I

17 de novembro, quinta-feira
- 9h: atividade cultural Sarau Artístico, organizado por acadêmicos do Instituto de Ciências Humanas, Letras e Artes (ICHLA)
Local: em frente à Biblioteca do Câmpus II

- 9h30min: palestra Diversidade sexual – feminicídio e gays na mídia, com o professor Henrique Alexander Grazzi Keske, o publicitário Gustavo Marmitt e a sdvogada Aline Pires
Local: auditório do prédio Azul – Câmpus II

18 de novembro, sexta-feira
- 14h: aula aberta Fundamentos da Realidade Brasileira e Cidadania, componente curricular geral, com a professora Sueli Cabral
Local: sala 309 do prédio Multicolor – Câmpus II

V Seminário Interinstitucional Pibid Feevale, VII Seminário Institucional Pibid Feevale e I Seminário de Direitos Humanos: educação e direitos Humanos: temas para o debate
Inscrições pelo site www.feevale.br/seminariopibid

18 de novembro, sexta-feira
- 19h30min: palestra de abertura Direitos Humanos: reflexões sobre o tema, com o escritor Henrique Schneider
Local: Salão de Atos do Câmpus I

- 20h30min: lançamento do documentário independente Atingidos somos nós, que narra as histórias de vida e os impactos socioambientais produzidos pela construção da Hidrelétrica de Itá, localizada entre as cidades de Aratiba, no Rio Grande do Sul, e Itá, em Santa Catarina. A hidrelétrica entrou em operação no ano de 2000 e afetou cerca de 3500 famílias. Na época, muitos moradores foram reassentados em outras regiões, mas grande parte permaneceu residindo nas comunidades rurais atingidas. Direção: professora Carmem Giongo
Local: Salão de Atos – Câmpus I

19 de novembro, sábado
- 9h: Mesa 1 - Questão étnico-racial: as ações do Programa Niara - Nutrindo Identidades e Afirmações Raciais e do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), com a professora Margarete Fagundes Nunes e os bolsistas do Pibid História Justine Pristrop, Bruna Souza da Conceição, Ismael Fabiano Ferreira Cardoso e Juliana Reinheimer da Silva
Local: Salão de Atos do Câmpus I

Mesa 2 - Educar para os Direitos Humanos: caminhos e propostas, com a professora Márcia Blanco Cardoso, os bolsistas do Pibid Educação Física Antony Vinicius Bartochak, Altair Nobre Junior, Michel Camilo e Rômulo Henrique Kunzler e os bolsistas do Pibid Letras Ana Paula Pereira Saraiva e Paulo Ricardo dos Santos
Local: Salão de Atos do Câmpus I

Mesa 3 - Políticas de inclusão: projeto O mundo em NH e ações do Pibid, com o professor Rodrigo Perla Martins, os bolsistas do Pibid Artes Visuais Angélica Herthal Lima, Elisandra Fraga da Silva e Joice Miguel Cardoso e os bolsistas do Pibid Pedagogia Michele Nunes Cardoso e Elisângela Cardoso
Local: Salão de Atos do Câmpus I

Mais informações: (51) 3586-8822

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

A caridade que faz o ódio e o desprezo parecerem amor

Na década de 80 eu conversava com um amigo que ganhava a vida com venda de armas, na época legalizada. Nossos temas orbitavam a ideia de justiça social. Eu trabalhava no Jornal Eco do Sinos e as consequências das injustiças batiam na porta da redação. Ele era um importante membro da maçonaria, reconhecido organizador de ações no terceiro setor, que produzia muita caridade, seja pelo Lions Club, Rotary e algumas associações que subsidiavam combustível à polícia e Brigada Militar. 

Eu sempre gostei muito de conversar com ele. Principalmente porque não tínhamos a mesma leitura de mundo. Eu o compreendia como um conservador, que fazia de tudo para que as pessoas tivessem a sensação de movimento enquanto estavam paradas. Já que o real movimento poderia comprometer posições adquiridas e muitos privilégios que sempre são distribuídos entre amigos em silêncio.
Por outro lado, eu sempre fui muito bem quisto, pois tinha o poder de dar visibilidade à caridade. Para isso que ela serve, para ser vista tornando o filantropo uma pessoa admirada, geralmente pelas pessoas que explora, legitimando ainda mais seu domínio. Esse é o papel da caridade, que contrapõe o direito.
Eu já gestava, mesmo que de forma embrionária, a ideia de autonomia social do sujeito. Seguidamente recorria a parábola do pescador que não dá o peixe, mas ensina a pescar. Mas me deparava com o contraponto de que existem pessoas que não sabem pescar. Por isso eu sustentava a ideia da organização popular que eram contrapostas por um conceito iluminista aplicado na política partidária. Eu sustentava que somente um partido de massas poderia fazer frente a elite brasileira. Ele me desafiou citar na história um exemplo desse tipo. Na época eu me calava, pois essa história ainda não tinha acontecido. Não satisfeito ele afirmava que se caso ocorresse algo desse tipo, que essa elite poderia se tornar violenta.
Passei cerca de 30 anos vivendo tudo isso de forma muito intensa e hoje tenho a sensação de que essa conversa está muito atual. Eu vejo hoje o governo brasileiro retomando a caridade e desconstruindo direitos. Uma postura que contrasta muito com a ideia de que um País rico é um País sem pobreza. Hoje a justiça social não está mais representada nos governos. Esse é o rombo na canoa que os brasileiros embarcaram e só se darão conta quando estiverem em alto mar.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Prisma midiático

O Willian Waack anunciou no Jornal da Globo, na noite desta quarta-feira, 06 de outubro, o congelamento dos gastos públicos por 20 anos. Então ele disse que isso aconteceu porque os governos gastaram demais. Sugerindo os governos de Lula e Dilma. Em consequência não terá mais ProUni, Fies, SUS, CLT, entre outros direitos sociais que foram conquistados no último século. 
Ele não disse que o dinheiro que falta na conta que fez está sendo entregue às multinacionais que financiaram o golpe contra a democracia no Brasil. O petróleo não é mais brasileiro e o pré-sal, que financiaria a educação e a saúde, não chegará ao povo brasileiro. 
Podemos pensar que isso seria motivo suficiente para gerar uma revolta popular. Só que não. Eu tomava o ônibus hoje pela manhã, quinta-feira 07 de outubro, em Esteio rumo a Alvorada e na parada uma senhora espumava ódio contra o Lula o chamando de ladrão que roubou tanto ao ponto de falir o Brasil. 
Então eu entendi um pouco mais sobre a fragilidade da nossa democracia. Eu devia ter desconfiado que o golpe seria possível quando foi aplicado contra a prefeita de Gravataí, Rita Sanco. Ali se produziu a maior injustiça política possível contra uma mulher honesta. Depois, com a mesma tecnologia, foi feito contra a Dilma.  
Interessante é que os golpistas são os mesmos, do mesmo partido, do mesmo grupo interno do PMDB. Nas antigas conhecíamos como o grupo do Eliseu Quadrilha. Um apelido que revela a natureza de sua honestidade. Hoje é ministro e contribuiu muito com o golpe contra a democracia brasileira. A maior vítima desse golpe é o povo brasileiro, mas ele está anestesiado pelas novelas e envenenado pelo Wiliam Waack. Espumam de ódio e se comportam como zumbis, ou viciados em crack, que se corrompem por 50 reais por voto. Mais miséria, mais fome, mais ignorância, mais dependências, mais caridade, mais corrupção. Bem vindos ao Brasil do futuro. Me resta a insurreição e por isso eu disse tudo isso para essa senhora na parada de ônibus.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Macaco de Fogo

Participei da cerimônia de final de ano do calendário chinês, em uma atividade organizada pelo Rinponche no templo budista em Três Coroas. Naquele dia 8 de fevereiro fiquei sabendo que este período seria o ano do macaco defogo. Bom, pelas explicações dava para compreender que isso significava uma fase de grandes mudanças em todos os cenários. Hoje, ao observar uma polarização que relembra o clima da guerra fria do século passado que deixa a realidade cotidiana um clima de constante violência, vejo oportuno lembrar que estamos no ano do macaco de fogo. Não sei muito sobre esse calendário, mas percebo que as palavras de Rinponche relembradas hoje pareciam estar nos preparando para essas mudanças. Não só pareciam, mas de fato prepararam. 

Também é importante lembrar que ouvir nunca é demais.  Despir-se das certezas te dá a possibilidade de se deparar com a verdade. Existem muitos ciclos em pleno curso que cercam toda nossa realidade. Existe a física quântica. Existe nosso universo observável de 13,7 bilhões de anos luz. Tenho ciência de parte disso. Uma realidade que me assopra ao ouvido mensagens desse mundo, que sinto em minha epiderme, que percebo pelo perfume presente no ar, que degusto e salivo mesmo sem experimentar. Que vejo com a luz, ou a falta dela ao imaginar. Vivemos o ano do macaco de fogo e sentimos sua intensidade, que sedimenta pelo nosso testemunho essa fagulha de vida com alguma noção de existência.


"O seu voto vai valer" diria Paulo Fogaça

tiramos essa foto em 2012 quando alcançamos a maior votação da cidade
Ele está entre nós. No nosso espírito de luta, na nossa teimosia, na nossa arte, na nossa música, na nossa irreverência, na nossa paciência e generosidade. Tudo que aprendemos com ele nos anima ainda mais a nos insurgirmos. Um lutador até seus últimos dias. 
Na sua casa, nas noites de quartas-feiras, organizamos a batalha de hoje. Esta não foi sua primeira batalha e também não será a sua última, pois continuaremos suas lutas por justiça social, pela democracia, pela cultura e pela boa política. Aquela que organiza a comunidade e promove a autonomia social, cultural e econômica das pessoas. Ele nos lembra que não somos simplesmente um grupo de pessoas que se reúnem em período eleitoral, mas ativistas sociais que também possuem ações organizadas na esfera política partidária. A política não é nosso fim, mas um meio de aferir a sociedade, torná-la mais justa, igualitária, humana e feliz. 
Nesta luta ele insistia que por esse caminho "O seu voto vai valer" e então surgiu o jingle da campanha vitoriosa em 2008, que imprimiu um legado político em Esteio. Que passou pelo Paidéia, pela luta pelo nosso patrimônio cultural como a insistência na recuperação do Seminário Claretiano e tantas outras lutas que simplesmente não cabem nesse recipiente. Ele nos faz transbordar, em emoção e sentido. Uma referência para seguir em frente, com toda a sua razão e sua música e poesia no coração.
Paulo Fogaça parte para outros caminhos e nos deixa seu legado, sua arte, sua cultura, seus filhos e sua história de vida compartilhada com a Janete, sua esposa. Hasta la victoria siempre compañeiro!!!!


quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Primavera

Registro feito pela Ingrid em um lindo jardim
O primeiro dia de Primavera ainda me parece insuficiente para suplantar o amargo sabor do inverno. Talvez seja necessário viver mais entre as flores para lembrar como era bom o sabor doce de um amor. O fel das madrugadas gélidas do inverno até pode parecer eterno. Mas existe a esperança. Nela mora a insistência. A busca da felicidade.
O primeiro dia de Primavera também nos lembra que nada é para sempre. O mesmo dia também celebra o fim do inverno. Mostra os ciclos e o pêndulo existencial que oscila entre o amargor da razão e o doce sabor da emoção.
O primeiro dia da Primavera também nos traz novas luzes. Outras cores. É a esperança de deixar o azul da razão e mergulhar nos tons alaranjados da emoção. É ver e testemunhar aquele graveto esturricado virar flor e desabrochar em um lindo botão.
O primeiro dia da Primavera traz esperança pela mudança, novos sabores, cores, sentimentos e caminhos. Novas revelações sobre a gente, sobre nosso grupo social e o mundo que vivemos. Novos caminhos podem ser trilhados com as mesmas pessoas, que pela caminhada evoluem e se tornam pessoas melhores e diferentes. Novas pessoas também podem nos  ajudar a compreender e sentir a vida de uma maneira diferente.
Ao passar pelo jardim me parece impossível não perceber a mudança, ainda mais se estamos carentes de carinho, amor e esperança.
É um movimento inverso aquele que nos mover no cotidiano. Ao despertar pela manhã nos percebemos como uma pessoa, nos relacionamos com nosso grupo social e nos deparamos com o mundo que vivemos. O Primeiro dia da Primavera parece trazer uma mensagem do mundo que vivemos, que nos motiva a refletir sobre a sociedade que compartilhamos e por fim nos percebemos mudados e renovados. Que os jardins desta Primavera floresçam e despertem o amor e a esperança em todos os corações.

segunda-feira, 28 de março de 2016

A natureza econômica do golpe em 1964, qualquer semelhança....

Charles Scholl
Diretor de Comunicação
Prefeitura de Alvorada

No dia 21 de março de 2014 participei de uma atividade promovida pela Ordem dos Advogados do Brasil em parceria com a Comissão Estadual da Verdade, em Porto Alegre, para resgatar elementos históricos ocorridos na ditadura militar. Na ocasião foi apresentado o documentário "O Dia que durou 21 anos", e fizemos um debate com o jornalista Flávio Tavares.  Resgato esse fato nesse momento histórico para poder compartilhar informações importantes sobre o que está ocorrendo no Brasil.
Naquela sexta-feira, 21 de março, de 2014, na sede da OAB de Porto Alegre participei de uma atividade que evidenciava desde então os acontecimentos em curso no Brasil de hoje e a necessidade de preservarmos nossos interesses nacionais, tal como o petróleo que parece ter entrado na ordem do dia no mercado internacional. Por anos não falei em público sobre as experiências que vivi na década de 90, sendo a primeira metade como sargento do Exército e a segunda como ativista de direitos humanos. A importância histórica que teve o Comandante Maurer, ao defender um reposicionamento das Forças Armadas que pudesse encontrar uma sintonia com a sociedade democrática. As resistências a essa ideia que sempre compartilhei marcaram minha vida militar na caserna.  
A segunda metade daquela década me tornei comunicador, diretor de empresa de comunicação, político e militante dos direitos humanos. Nesse período, a professora Clotilde Cechin e o jornalista, ativista e amigo Marcos Rolim foram fundamentais para minha formação. Estaria ao lado deles sempre, mas os caminhos da vida nos impuseram percursos diferentes que me possibilitaram andar com as próprias pernas.
Naquela  sexta-feira (21), após uma longa e exaustiva jornada de trabalho, saí de Alvorada, onde trabalho, para acompanhar o final da atividade promovida pela OAB em parceria com a Comissão Estadual da Verdade. Lá encontrei o Jornalista Flávio Tavares que apresentou o documentário “O dia que durou 21 anos”. Estava estudando sobre o assunto, pois preparava um produto editorial sobre o tema.
O documentário de Camilo Tavares, filho de Flávio, trouxe à tona as malditas memórias. Nos depoimentos apresentados no filme surgiam lacunas de compreensão. Vazios que mereciam ser preenchidos. Era visível que parte do processo necessitava de um complemento para que a nossa história pudesse ser compreendida. Uma das peças desse imenso quebra cabeças estava na ponta da minha língua. Então decidi me pronunciar e o plenário pegou fogo, com uma enxurrada de posições acerca do que havia sido exposto. Ou seja, acabei revelando que a estrutura que havia dado o golpe no Brasil em 64 estava viva e presente, porém adormecida nas entrelinhas do treinamento militar que recebi. Nas cartilhas dos currículos das melhores escolas privadas e de algumas públicas. Que as famílias tradicionais que deram os primeiros golpes de estado no Brasil estavam vivas, ativas e cheias de privilégios, principalmente no Rio de Janeiro, como bem aponta Luis Eduardo Soares em sua obra "Meu Casaco de General - 500 dias no front da segurança pública do Rio de Janeiro"(Cia das Letras). 
Flávio é a pessoa mais generosa que encontrei em muito tempo. Sua lucidez inspiradora me deu forças e até me senti orgulhoso de estar exausto por motivos que todos no entorno me julgariam como um idiota. E fazem isso frequentemente. Por um momento, Flávio espantou a solidão e o isolamento, sensação que tenho tido com frequência nas atividades militantes. Ele soprou uma luz ao demonstrar que a mediocridade não tomou conta de todos. Ainda existe inteligência e quero poder compartilhar o quanto possível. Agradeci muito aos organizadores em proporcionar aquele momento, em plena turbulência social vivida em 2014, que encontramos a fatura de não ter promovido a "verdade ao povo breasileiro" e permitindo que reascendam a ideia do retorno de um regime semelhante no Brasil. Praticamente todo o conteúdo do documentário foi colhido nos Estados Unidos. No Brasil já não havia mais nada. O filme está super atual e é muito apropriado para o momento que vivemos.
Segue abaixo link para assistir ao documentário:


terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

O semáforo que nos dá um sinal

Charles Scholl
Diretor Geral de Comunicação Social 
Prefeitura de Alvorada

No sábado, dia 13, participei de uma atividade que reuniu dois prefeitos, o de Alvorada e o de Viamão, para marcar a superação de um impasse que se arrastava por mais de 20 anos. O momento que marcava o início do funcionamento do semáforo na Presidente Getúlio Vargas, nas mediações da parada 63, foi importante para os moradores, empresários e líderes comunitários  de Viamão e Alvorada. Foi um momento muito legal, de felicidade e de comoção das famílias que perderam entes queridos naquele perigoso entroncamento.
Ao divulgar em redes sociais a atividade realizada naquele sábado pela manhã, eis que emergem manifestações populares de pessoas de diversas partes da cidade criticando as administrações municipais de Viamão e de Alvorada pelo ato público, por ser desnecessário. Então vieram vários argumentos do tipo "tem coisa mais importante para fazer no expediente". Detalhe é que no sábado não temos expediente.  "Não precisava fazer isso, porque não tapam os buracos da cidade". Bom uma coisa não exclui a outra, procurei explicar que a cidade está fazendo um esforço enorme para superar as dificuldades financeiras que se abatem por todas as cidades gaúchas, especialmente em Alvorada que é um município em que as restrições econômicas são as mais severas.
Foram mais de 150 colaborações de indignação pelo ato de inauguração do semáforo.  É evidente que temos uma mensagem clara, de que os formadores de opinião e manifestantes virtuais se perderam e caíram em sua própria armadilha. Correta a indignação pela restrição de serviços e é digno e virtuoso que cidadãos se manifestem pela melhora na qualidade do serviço público. No caso, temos um ato que marca a melhora na qualidade do serviço público, na segurança das nossas vias, na superação dos impasses que impediam uma solução daquele problema reivindicado pela comunidade por mais de 20 anos. As reivindicações, nesse caso, demonstram uma irracionalidade geral.
Por sorte temos gestores centrados e capazes de discernir os movimentos políticos geradores de crises, das manifestações de indignação descontextualizadas da realidade e das manifestações populares coerentes. Em momentos de crise as escolhas foram as mais acertadas. Primeiro se incidiu sobre a redução do salário do prefeito e secretários, depois sobre a redução dos cargos em comissão e todos os movimentos acompanhados de um aperto geral nos custos da Prefeitura, com significativas otimizações de espaços e reduções de aluguel. Porém, se os repasses constitucionais da União e do Governo do Estado não forem feitos ao município, Alvorada é uma das cidades gaúchas que mais sofre com isso. Existe uma grande dependência de recursos externos para a manutenção da cidade.
Para se ter uma ideia mais clara sobre a situação econômica e autonomia do município, tomando por números absolutos, a Prefeitura de Alvorada arrecadou em 2015 com o IPTU, mais a taxa do lixo o valor de R$ 8.446.924,00, num total do orçamento que fechou em R$ 281.777.805,06, segundo o Portal da Transparência . O valor pago pelo IPTU na cidade não paga um terço da conta do recolhimento do lixo. Todo o restante é pago com recursos externos. Por isso, valorizamos cada centavo economizado e a Administração não mediu esforços para viabilizar grandes empreendimentos, a exemplo do Shopping, que certamente afetará essa proporção positivamente para a comunidade alvoradense.  

A energia aplicada nas manifestações que trouxeram melhora para a comunidade demonstram a necessidade de uma reflexão por parte dos internautas. Nesse caso valem as perguntas: será que é muito difícil suportar a felicidade do outro? se de fato temos tantos problemas, estou resolvendo eles ao atacar o que está sendo feito da forma correta? se estão afirmando que existe uma demanda de mais de 20 anos o incompetente é quem resolveu o problema? Fiquem com as respostas, não me surpreendo com mais nada.