A ideia da origem motivacional da filosofia é algo que pode
remontar uma prática de pensar o pensamento, o que leva a pessoa a tomar tais
posturas e o que de fato emana das profundezas da alma humana. Por apreço
pessoal, abordo as motivações presentes e manifestas nos filósofos Platão e
Aristóteles. Seu modo de pensar clássico, que valoriza a admiração, permite
melhor compreensão sobre o tema, tendo em vista a complexidade que se agrega em
torno dos filósofos seguintes, como Epicuro e Augostinho, que compreendem a
busca da felicidade como força motriz para a filosofia. Ou, Descartes, que
compreende a dúvida sistemática como a origem motivacional, até mesmo Karl
Jaspers que agrega a experiência dos limites e o amor tornando algo ainda mais
complexo.
Para Platão a origem motivacional da filosofia está na
capacidade que a pessoa tem de se admirar com a existência. Pois para que a
pessoa possa se admirar com algo é preciso a humildade de reconhecer que não
sabe e alguma motivação que lhe arranca da ignorância e lhe leva em busca do
saber. Então, suas origens motivacionais apontam que o filósofo está entre os
sábios e ignorantes. Os sábios já não se admiram diante de seu conhecimento. Os
ignorantes também não se admiram por nada saber. A escolha do filósofo é permanecer
no meio destes dois extremos, já que o filósofo não se cansa de admirar e isso
lhe motiva a pensar. Como lembra Aristóteles, quem experimenta a dúvida e a
admiração reconhece que não sabe.
Já pensou suas origens motivacionais? Lhe dou um motivo para isso, conhece-te a ti mesmo, diria Sócrates.
Nenhum comentário:
Postar um comentário