domingo, 28 de novembro de 2010
Esparta - Ação Tática e Estratégia: Paloma é a Mais Bela Comunitária de Esteio
Esparta - Ação Tática e Estratégia: Paloma é a Mais Bela Comunitária de Esteio: "A União das Associações de Moradores de Esteio – UAME, realizou no sábado, dia 27, a etapa municipal do concurso Mais Bela Comunitária. A ..."
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Esteio no ritmo do desenvolvimento
Nossa cidade está vivendo com mais intensidade a idéia do crescimento. A sociedade civil organizada parece estar em plena sintonia com as lideranças políticas quando o assunto é desenvolvimento. Com a realização da Expointer a pauta se torna mais relevante ainda, capaz de impor uma agenda suprapartidária. Quando acompanhamos as agendas públicas temos a impressão que todas as lideranças políticas, sindicais e empresariais estão com o mesmo discurso.
Antes mesmo do início da Expointer nossa cidade promoveu dois grandes eventos sociais chamados de Quadra 2. A iniciativa é louvável já que alinha possibilidades de crescimento econômico com cultura e movimentos sociais. Neste caso, a economia solidária encontrou um espaço para a comercialização de seus produtos e a comunidade da cidade recebeu muito bem a idéia. No outro extremo temos o prefeito de Esteio, Gilmar Rinaldi (PT), que representa a cidade anfitriã da Expointer fazendo de sua condição política uma oportunidade para apresentar às autoridades gaúchas o caminho que Esteio está seguindo para o desenvolvimento do setor oeste, com a implementação da BR 448 e a conseqüente ampliação da área habitável do município.
Ainda sob seu comando, os olhares do secretário de desenvolvimento econômico e social, José Luiz Daudt, anuncia semanalmente as atividades da Agência de Emprego e as articulações com a ACISE e demais entidades para o fomento dos pequenos, médios e grandes negócios em nossa cidade. O Jornal Eco do Sinos se viu na obrigação de consolidar uma página (6) em todas suas edições para a editoria de desenvolvimento local, devido à quantidade de notícias e informações que estão mobilizando nossa cidade. Frente a esse trabalho está a Salete, integrante da SMDES, uma profissional qualificada que tem conseguido articular os mais diversos setores do nosso tecido econômico em associações e redes de cooperação, para que tenham mais sucesso em seus empreendimentos. O presidente da Acise, Longuinho, ao participar do Ato Solene promovido pela Câmara de Vereadores, no dia 31 de agosto, em homenagem ao dia do soldado e aos oito anos da implementação do 34º BPM, falava com as lideranças as possibilidades de negócios que estão sendo articulados com os empreendedores de Esteio na Expointer.
É importante salientar que o clima desenvolvimentista está se disseminando em todos os segmentos sociais de Esteio. Se o caro leitor discorda das observações que este editorial está fazendo, pode ser um bom sinal. Pode significar que existe a necessidade de fazer um esforço e procurar identificar as possibilidades que estão se abrindo em nossa cidade e que possam ser de seu interesse. Elas devem chegar até você. Neste artigo temos lideranças que estão obstinadas pelo assunto do desenvolvimento e certamente uma delas pode apresentar a alternativa ideal para a sua situação. Vivemos tanto tempo em clima de recessão que é possível que algumas pessoas tenham se acostumado a simplesmente reclamar. Também podemos crer que esta postura sem uma atitude pode resultar em perdas de oportunidades de crescimento. Não perca esse momento, continue crítico, continue reclamando, busque seus direitos, mas tenha atitude e busque seu espaço. Os que estão seguindo esse caminho certamente têm encontrado muitas dificuldades, mas ao final da caminhada sempre damos alguns passinhos a mais. Leitor, não perca esse momento. Busque participar das atividades sociais de sua comunidade e se informar sobre as portas que estão se abrindo aos esteienses. Uma delas pode ser para você.
Charles Scholl
Antes mesmo do início da Expointer nossa cidade promoveu dois grandes eventos sociais chamados de Quadra 2. A iniciativa é louvável já que alinha possibilidades de crescimento econômico com cultura e movimentos sociais. Neste caso, a economia solidária encontrou um espaço para a comercialização de seus produtos e a comunidade da cidade recebeu muito bem a idéia. No outro extremo temos o prefeito de Esteio, Gilmar Rinaldi (PT), que representa a cidade anfitriã da Expointer fazendo de sua condição política uma oportunidade para apresentar às autoridades gaúchas o caminho que Esteio está seguindo para o desenvolvimento do setor oeste, com a implementação da BR 448 e a conseqüente ampliação da área habitável do município.
Ainda sob seu comando, os olhares do secretário de desenvolvimento econômico e social, José Luiz Daudt, anuncia semanalmente as atividades da Agência de Emprego e as articulações com a ACISE e demais entidades para o fomento dos pequenos, médios e grandes negócios em nossa cidade. O Jornal Eco do Sinos se viu na obrigação de consolidar uma página (6) em todas suas edições para a editoria de desenvolvimento local, devido à quantidade de notícias e informações que estão mobilizando nossa cidade. Frente a esse trabalho está a Salete, integrante da SMDES, uma profissional qualificada que tem conseguido articular os mais diversos setores do nosso tecido econômico em associações e redes de cooperação, para que tenham mais sucesso em seus empreendimentos. O presidente da Acise, Longuinho, ao participar do Ato Solene promovido pela Câmara de Vereadores, no dia 31 de agosto, em homenagem ao dia do soldado e aos oito anos da implementação do 34º BPM, falava com as lideranças as possibilidades de negócios que estão sendo articulados com os empreendedores de Esteio na Expointer.
É importante salientar que o clima desenvolvimentista está se disseminando em todos os segmentos sociais de Esteio. Se o caro leitor discorda das observações que este editorial está fazendo, pode ser um bom sinal. Pode significar que existe a necessidade de fazer um esforço e procurar identificar as possibilidades que estão se abrindo em nossa cidade e que possam ser de seu interesse. Elas devem chegar até você. Neste artigo temos lideranças que estão obstinadas pelo assunto do desenvolvimento e certamente uma delas pode apresentar a alternativa ideal para a sua situação. Vivemos tanto tempo em clima de recessão que é possível que algumas pessoas tenham se acostumado a simplesmente reclamar. Também podemos crer que esta postura sem uma atitude pode resultar em perdas de oportunidades de crescimento. Não perca esse momento, continue crítico, continue reclamando, busque seus direitos, mas tenha atitude e busque seu espaço. Os que estão seguindo esse caminho certamente têm encontrado muitas dificuldades, mas ao final da caminhada sempre damos alguns passinhos a mais. Leitor, não perca esse momento. Busque participar das atividades sociais de sua comunidade e se informar sobre as portas que estão se abrindo aos esteienses. Uma delas pode ser para você.
Charles Scholl
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
A ampliação das ações do Estado
Neste mês de agosto o município finalizou um conjunto de políticas públicas que desenham com mais clareza o foco social desta gestão. O avanço nas políticas de gênero transcende as ações do Poder Executivo, com a inauguração do posto da mulher no dia 24, com o conselho da mulher que busca divulgar a Lei Maria da Penha. A promoção da II Conferência Municipal de Pessoas com Deficiência, as ações com foco na melhor qualidade de vida dos idosos ao tempo que promove as melhores perspectivas de vida aos jovens. Este é o cenário social de Esteio na primeira quinzena de agosto de 2010.
Não nos referimos a promessas de mega-projetos, mas da execução de políticas públicas sobre segmentos sociais historicamente discriminados. A município está acompanhando os avanços das políticas sociais que estão sendo implementadas no Brasil. Os quadros dirigentes da cidade estão muito bem articulados com as políticas nacionais. A cidade soube votar e levar ao poder do município um grupo de pessoas capazes de trazer retorno financeiro ao município. Esse retorno é resultado dos projetos sociais desenvolvidos na cidade que encontraram financiamento no governo federal.
Além das ações diretas, podemos compreender que existem reflexos indiretos sobre nossa sociedade que resulta das mudanças das políticas públicas do País. A estabilização da economia e o crescimento do emprego formal também está sendo trabalhada pelos mecanismos administrativos municipais. A AGEMPE divulga 330 novas oportunidades de trabalho, a Acise divulga outras vagas e podemos perceber que temos notícias sobre o desenvolvimento econômico local semanalmente.
Fica evidente que as ações de Estado que o Brasil está tomando tem como objetivo incluir brasileiros historicamente desassistidos. O município é a instância do Poder Público mais próxima da vida das pessoas. É na cidade em que vivemos que podemos perceber na prática as conseqüências das grandes mudanças políticas. Temos hoje grandes empresas que divulgam suas vagas de trabalho ao tempo em que grupos ligados a economia solidária consolidam suas ações na cidade. Temos políticas públicas voltadas à juventude ao tempo que também é focado o tema da melhor idade. A idéia da inclusão passa por contemplar os extremos do nosso tecido social e Esteio está em plena sintonia nessa construção política brasileira.
Não nos referimos a promessas de mega-projetos, mas da execução de políticas públicas sobre segmentos sociais historicamente discriminados. A município está acompanhando os avanços das políticas sociais que estão sendo implementadas no Brasil. Os quadros dirigentes da cidade estão muito bem articulados com as políticas nacionais. A cidade soube votar e levar ao poder do município um grupo de pessoas capazes de trazer retorno financeiro ao município. Esse retorno é resultado dos projetos sociais desenvolvidos na cidade que encontraram financiamento no governo federal.
Além das ações diretas, podemos compreender que existem reflexos indiretos sobre nossa sociedade que resulta das mudanças das políticas públicas do País. A estabilização da economia e o crescimento do emprego formal também está sendo trabalhada pelos mecanismos administrativos municipais. A AGEMPE divulga 330 novas oportunidades de trabalho, a Acise divulga outras vagas e podemos perceber que temos notícias sobre o desenvolvimento econômico local semanalmente.
Fica evidente que as ações de Estado que o Brasil está tomando tem como objetivo incluir brasileiros historicamente desassistidos. O município é a instância do Poder Público mais próxima da vida das pessoas. É na cidade em que vivemos que podemos perceber na prática as conseqüências das grandes mudanças políticas. Temos hoje grandes empresas que divulgam suas vagas de trabalho ao tempo em que grupos ligados a economia solidária consolidam suas ações na cidade. Temos políticas públicas voltadas à juventude ao tempo que também é focado o tema da melhor idade. A idéia da inclusão passa por contemplar os extremos do nosso tecido social e Esteio está em plena sintonia nessa construção política brasileira.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Algumas apostas no desenvolvimento local (Esteio)
Já iniciou o processo de seleção de trabalhadores para a Expointer 2010. A feira sazonal ainda reflete muito pouco para a comunidade local. Além da alternativa de lazer, o Parque de Exposições Assis Brasil permanece a maior parte do ano ocioso. Eventos regionais, tal como a realização do Forum Social Mundial poderiam ter utilizado a estrutura do Parque. Ocorre que, por divergência política da atual gestão do Governo do Estado, o espaço não foi disponibilizado à população. O desafio é fazer com que o parque de Exposição Assis Brasil possa contribuir na geração de renda ao longo do ano para os esteienses e moradores da Região Metropolitana. Enquanto isso, a Prefeitura de Esteio faz a sua parte e ajuda a organizar a partir da Agência Municipal de Empregos a contratação de trabalhadores esteienses para a Expointer 2010. Os empregos, mesmo que temporários, são importantes para as famílias que precisam de trabalho na cidade.
O investimento mais importante anunciado recentemente é a captação de R$47 milhões, recursos que integram o PAC II, do Governo Federal. Os recursos serão investidos em obras estruturantes, tais quais a renaturalização do Arroio Sapucaia. O município avança no debate das políticas públicas com a promoção da semana da juventude e do seminário de direitos humanos. A formatura dos alunos do PELC representa mais uma etapa vencida e a necessidade que a cidade tem de organizar mais oportunidades de aprendizado profissionalizante.
A realização da segunda edição do Quadra 2 mostrou que o evento é uma boa idéia. Fomenta o desenvolvimento econômico a partir das comunidades produtivas em se organizam em nosso tecido social ao tempo que prospecta artistas locais. As pessoas que circularam pelo Quadra 2 tiveram, em sua maioria, um comportamento diferenciado em relação aos eventos realizados na Rua Coberta. Sem estabelecer qualquer competição entre um espaço ou outro, a comparação é válida para saber das peculiaridades de cada espaço e a importância de mantê-los ativos. Alguns artesãos que comercializam seus produtos nas atividades culturais da Rua Coberta comentavam entre si que o espaço da Rua Garibaldi tem mais fluxo, porém as pessoas só passam e pouco param e consomem. No Quadra 2, os participantes ficam no local praticamente a tarde toda e consomem bem mais. De fato, o evento é uma das mais bem sucedidas iniciativas em que membros da comunidade se organizaram, procuraram seus representantes e ocuparam o espaço público para fazer algo de melhor pela cidade.
Charles Scholl
O investimento mais importante anunciado recentemente é a captação de R$47 milhões, recursos que integram o PAC II, do Governo Federal. Os recursos serão investidos em obras estruturantes, tais quais a renaturalização do Arroio Sapucaia. O município avança no debate das políticas públicas com a promoção da semana da juventude e do seminário de direitos humanos. A formatura dos alunos do PELC representa mais uma etapa vencida e a necessidade que a cidade tem de organizar mais oportunidades de aprendizado profissionalizante.
A realização da segunda edição do Quadra 2 mostrou que o evento é uma boa idéia. Fomenta o desenvolvimento econômico a partir das comunidades produtivas em se organizam em nosso tecido social ao tempo que prospecta artistas locais. As pessoas que circularam pelo Quadra 2 tiveram, em sua maioria, um comportamento diferenciado em relação aos eventos realizados na Rua Coberta. Sem estabelecer qualquer competição entre um espaço ou outro, a comparação é válida para saber das peculiaridades de cada espaço e a importância de mantê-los ativos. Alguns artesãos que comercializam seus produtos nas atividades culturais da Rua Coberta comentavam entre si que o espaço da Rua Garibaldi tem mais fluxo, porém as pessoas só passam e pouco param e consomem. No Quadra 2, os participantes ficam no local praticamente a tarde toda e consomem bem mais. De fato, o evento é uma das mais bem sucedidas iniciativas em que membros da comunidade se organizaram, procuraram seus representantes e ocuparam o espaço público para fazer algo de melhor pela cidade.
Charles Scholl
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Eleições no ambiente virtual
Alguns carros adesivados já indicam que estamos em período eleitoral. Porém, é perceptível que a campanha ainda não decolou. Tudo indica que a partir do dia 15 de agosto, com a programação do horário eleitoral gratuito no rádio e na TV. Os comitês eleitorais das candidaturas mais organizadas da cidade já estão em pleno funcionamento. As sedes dos partidos também permanecem com movimentação de período de campanha. As eleições 2010 reservam algumas expectativas inovadoras, em relação as tradicionais campanhas no Brasil. Os candidatos mais organizados já instituíram em seus materiais de campanha a utilização das redes sociais na internet para mobilização de seus correligionários, divulgação de suas propostas e, obviamente, a busca do voto. Ainda não é possível dimensionar qual a importância que a articulação via internet pode trazer para as candidaturas, mas sabe-se que são ferramentas que permitem a dinamização das agendas de campanha, com as possibilidades de teleconferências e do aprimoramento da relação de comunicação com os eleitores.
Duas posturas políticas estão se tornando predominantes na utilização da internet na busca de votos. Uma delas tem foco na distribuição de conteúdos, propostas e informações sobre os candidatos. Não é uma postura inovadora, já que se utiliza da mesma estratégia dos materiais impressos, porém em ambiente virtual. A outra postura utiliza as redes sociais para se aproximar dos eleitores a partir das possibilidades de interação. Nesse caso é que podemos reservar expectativas sobre os resultados. No calor da campanha, em que certamente surgirão temas polêmicos, os candidatos podem se utilizar das redes sociais para difundir seus posicionamentos e integrar posições que emergem no meio do debate em tempo real.
Claro que a novidade é para o eleitorado brasileiro, pois esta história já foi escrita nas eleições de Barack Obama. A campanha se impulsionou na internet e o movimento promoveu o twitter como uma ferramenta eficiente na organização política e eleitoral. O eleitor interage e segue os passos de seu candidato, opina e faz campanha utilizando, de forma integrada informações multimídias. A utilização do youtube, com a postagem dos vídeos permite estender de forma significativa a campanha visual para além do horário da TV. Permite aprofundar assuntos polêmicos e a produção de um canal próprio sobre os temas preferidos dos candidatos. Os conteúdos mais complexos são organizados nas home pages e o cotidiano é escrito em um diário on-line, que também integra as demais ferramentas interativas. Todo esse conteúdo estará disponível aos eleitores, que pela primeira vez no Brasil experimentam a democracia pelo ambiente virtual. Você já acessou a home-pege de seu candidato?
Duas posturas políticas estão se tornando predominantes na utilização da internet na busca de votos. Uma delas tem foco na distribuição de conteúdos, propostas e informações sobre os candidatos. Não é uma postura inovadora, já que se utiliza da mesma estratégia dos materiais impressos, porém em ambiente virtual. A outra postura utiliza as redes sociais para se aproximar dos eleitores a partir das possibilidades de interação. Nesse caso é que podemos reservar expectativas sobre os resultados. No calor da campanha, em que certamente surgirão temas polêmicos, os candidatos podem se utilizar das redes sociais para difundir seus posicionamentos e integrar posições que emergem no meio do debate em tempo real.
Claro que a novidade é para o eleitorado brasileiro, pois esta história já foi escrita nas eleições de Barack Obama. A campanha se impulsionou na internet e o movimento promoveu o twitter como uma ferramenta eficiente na organização política e eleitoral. O eleitor interage e segue os passos de seu candidato, opina e faz campanha utilizando, de forma integrada informações multimídias. A utilização do youtube, com a postagem dos vídeos permite estender de forma significativa a campanha visual para além do horário da TV. Permite aprofundar assuntos polêmicos e a produção de um canal próprio sobre os temas preferidos dos candidatos. Os conteúdos mais complexos são organizados nas home pages e o cotidiano é escrito em um diário on-line, que também integra as demais ferramentas interativas. Todo esse conteúdo estará disponível aos eleitores, que pela primeira vez no Brasil experimentam a democracia pelo ambiente virtual. Você já acessou a home-pege de seu candidato?
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Vitórias e derrotas
A transformação do Hospital Municipal São Camilo em uma fundação foi o tema mais debatido pela nossa cidade nos últimos dias. O tema em si traduziu em ações práticas todo o discurso político que orienta nossa cidade. O debate trouxe à epiderme o jogo do poder no município. É claro que para fazer esta leitura é necessário levar em conta o que está em jogo. A atual gestão no Executivo, ao formular a proposta tratou o tema com prioridade máxima. O Legislativo abriu a proposta do Executivo à comunidade.
Nessa abertura a comunidade organizada em associações de classe, sindicatos, partidos políticos e outras representações apresentaram suas opiniões e preocupações a cerca do tema. Ocorre que o tema do Hospital São Camilo não se restringe a uma questão de saúde, mas da viabilidade dos projetos da atual gestão, que enfrenta dificuldades com a Lei de Responsabilidade Fiscal. A legislação restringe a economia da cidade se a folha de pagamento ultrapassar determinados percentuais relacionados ao orçamento do município. A crise acabou afetando o orçamento do município, com o aumento progressivo dos encargos trabalhistas da folha gerou um problema. Com isso, a transformação do Hospital São Camilo em uma fundação destrancaria a gestão de Gilmar Rinaldi.
É evidente que a oposição percebeu o movimento do governo e se somou as forças de oposição ao projeto. O segmento social mais apreensivo ao movimento do governo foi o sindicato que representa os funcionários do Hospital São Camilo. A mudança gerou um clima de insegurança pela possibilidade de desvinculação do município e as complicações compreendidas como redução de direitos trabalhistas. Os argumentos foram colocados na mesa e o projeto foi aprovado com ampla maioria. Mostra que o governo tem condições políticas de administrar a cidade. A oposição, derrotada na votação, segue adiante ocupando os espaços institucionais possíveis e promete recorrer ao Ministério Público. Vivemos em uma cidade em que os grandes temas são debatidos assim e no decorrer dos debates temos um lado que prevalece e conquista vitórias. Cada vitória de um setor também representa, necessariamente, a derrota de outro. O que podemos lembrar é que o ruim de uma vitória é que ela não é eterna. O bom de uma derrota é que ela não é eterna.
Charles Scholl
Nessa abertura a comunidade organizada em associações de classe, sindicatos, partidos políticos e outras representações apresentaram suas opiniões e preocupações a cerca do tema. Ocorre que o tema do Hospital São Camilo não se restringe a uma questão de saúde, mas da viabilidade dos projetos da atual gestão, que enfrenta dificuldades com a Lei de Responsabilidade Fiscal. A legislação restringe a economia da cidade se a folha de pagamento ultrapassar determinados percentuais relacionados ao orçamento do município. A crise acabou afetando o orçamento do município, com o aumento progressivo dos encargos trabalhistas da folha gerou um problema. Com isso, a transformação do Hospital São Camilo em uma fundação destrancaria a gestão de Gilmar Rinaldi.
É evidente que a oposição percebeu o movimento do governo e se somou as forças de oposição ao projeto. O segmento social mais apreensivo ao movimento do governo foi o sindicato que representa os funcionários do Hospital São Camilo. A mudança gerou um clima de insegurança pela possibilidade de desvinculação do município e as complicações compreendidas como redução de direitos trabalhistas. Os argumentos foram colocados na mesa e o projeto foi aprovado com ampla maioria. Mostra que o governo tem condições políticas de administrar a cidade. A oposição, derrotada na votação, segue adiante ocupando os espaços institucionais possíveis e promete recorrer ao Ministério Público. Vivemos em uma cidade em que os grandes temas são debatidos assim e no decorrer dos debates temos um lado que prevalece e conquista vitórias. Cada vitória de um setor também representa, necessariamente, a derrota de outro. O que podemos lembrar é que o ruim de uma vitória é que ela não é eterna. O bom de uma derrota é que ela não é eterna.
Charles Scholl
Aniversário da Natália Bettim
No dia 13 de julho a publicitária Natália Bettim comemorou mais um aniversário. A diretora do JES, Maria Inês Scholl Heinz registrou o momento com a amiga inseparável Clarissa. Filha dos advogados Paulo e Jane Bettim, Natália nasceu em Passo Fundo e veio para Esteio ainda criança. Moradora do Parque Claret, a publicitária liderou com seus pais movimentos feministas junto a Marcha Mundial das Mulheres, teve participação fundamental na prefeitura de Esteio na gestão da marca Cidade Educadora e dirigiu, em 2010, o departamento de publicidade da Prefeitura de Gravataí. A equipe do JES dedica este espaço para esta excelente profissional e deseja toda a felicidade. A foto foi captada pelo noivo Charles Scholl, que deixou à coluna seus votos de felicidade para sua amada.
domingo, 27 de junho de 2010
Sala de espelhos
Tem momentos em que perdemos os sentidos. Mesmo com o pleno funcionamento dos equipamentos do corpo a mente é capaz de gerar uma postura autista e então é bem possível que quem viver tal situação tende a abandonar os fatos em sua volta. Vive como se estivesse em uma sala de espelhos. Acreditando na materialidade do seu reflexo. É como acreditar que a imagem é o caminho enquanto pode ser o relfexo do caminho. Para sair dai é preciso quebrar o espelho. Para quebrar o espelho é preciso saber que ele é estruturado e materializado pela mente. A quebra pode ser um exercício de desconstrução. Desconstrua suas verdades e veja o que sobra? Quebre seus espelhos sem medo de ver a verdade. Quebre suas verdades sem medo de ver a pessôa que és.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Então Deus disse: “Crie vida, pois tu és minha imagem e semelhança.”
Charles Scholl
Consultor de Comunicação da
Esparta – Ação Tática e Estratégia
Consultor de Comunicação da
Esparta – Ação Tática e Estratégia
As notícias em torno da criação de novas células em laboratório, que para alguns significou a criação de vida me causou um choque de realidade. A invenção científica já nos colocou em um tempo que está sendo chamado de a revolução das células. A pretensão é atribuir às novas tecnologias de manipulação das células sintéticas a importância histórica que a agricultura teve à humanidade, ou a invenção da escrita. Obviamente as especulações procuram demonstrar à humanidade a importância do feito científico. As possibilidades da nova tecnologia já estão sendo focadas na produção de novos combustíveis, em iniciativas de proteção ambiental, na medicina, na produção de alimentos e de armas novas. Especialmente sobre as novas armas biológicas, as maiores potências do mundo demonstraram não saberem lidar com clareza sobre tais possibilidades. Na brecha da dúvida emerge o medo, subproduto de um tempo em que os embates humanos se dão sobre as estratégias terroristas. Os possíveis acidentes, em que organismos artificiais pudessem escapar ao meio ambiente e produzir mutações perigosas são medos que acompanham o imaginário de quem observa o desenvolvimento das pesquisas cientificas.
Em um capitulo a parte, mas não menos importante, está a ética, seu dilema e o abalo às crenças religiosas. Talvez, para algumas pessoas saberem que a criação de vida não é mais um ato exclusivo de Deus, tenha um impacto nas dimensões da descoberta de Charles Darwin, aquele infame que um dia disse que somos parentes de macacos. Quanto aos dilemas éticos, todos orbitam em torno da idéia de que estaremos intervindo na loteria da vida. Ou melhor, na medida em que criarmos novas formas de vida, que talvez nunca existissem se não fossem os laboratórios criados pelo homem, poderíamos estar lidando com forças que ainda desconhecemos. Quanto ao fato de lidarmos com tais forças desconhecidas, é um argumento retórico, pois a gênese da pesquisa científica é lidar com forças desconhecidas. E a intervenção humana sobre o processo de seleção natural existe desde que inventamos a agricultura, quando selecionamos nossos animais domésticos, as espécies favoráveis às estratégias de sobrevivência da humanidade.
Me parece lógico que o foco prioritário de desenvolvimento científico em torno da revolução celular esteja ancorado na saúde, no meio ambiente, na economia e as preocupações que giram em torno da guerra. Se em um tempo guerreamos segurando ossos pela disputa de água, alimento ou terra fértil, com a nova tecnologia podemos sonhar em tornar os desertos férteis. Esses são alguns dos grandes temas da nossa civilização. Mas não poderia me furtar de dividir com os amigos leitores o que me parece ser mais fascinante neste cenário de novas possibilidades. Além da manutenção e equilíbrio da vida em nosso planeta, penso que já é possível modificar a atmosfera de outros planetas em nosso sistema solar. A criação de organismos vivos que se alimente das substâncias abundantes presentes nos astros vizinhos e que o subproduto constitua uma atmosfera que possa abrigar vida. Então poderíamos iniciar nossa jornada pelo espaço e colonizar outros planetas. As viagens interestelares teriam mais um sopro de vida com esse avanço do conhecimento humano. Vale lembrar que somos, antes de tudo, poeira estelar viva, inteligente e consciente que se aproxima cada vez mais da possibilidade de se adaptar em qualquer ambiente.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Vendas na internet revela face obscura do capitalismo
Charles Scholl
Consultor de Comunicação
http://charlesscholl.blogspot.com/
13metatron@gmail.com
O dia das mães revelou a dimensão do crescimento das vendas pela internet no Brasil. Nas duas semanas que antecederam o dia 9 de maio, foram registrados cerca de 1,6 milhão de pedidos em lojas virtuais no Brasil. O comércio eletrônico faturou, nesse período, R$ 625 milhões, que representa um crescimento de 42% em relação ao mesmo período no ano passado. O fenômeno salta aos olhos na medida em que o varejo tradicional registra um crescimento de 9,43%. Por curiosidade vale saber que os eletrodomésticos, pela primeira vez, lideram as vendas pela internet com 15,2%; os livros, assinaturas de revistas e jornais ficaram em segundo lugar com 14,9% e os cosméticos ficaram em terceiro com 13%. Produtos de informática ficaram com a fatia de 10% e eletrônicos com 8%.Consultor de Comunicação
http://charlesscholl.blogspot.com/
13metatron@gmail.com
O negócio de vendas pela internet é para gigantes. A concentração é absurda e lembra o tempo em que vivemos. Falo do cacoete capitalista gerador de toda miséria humana e ambiental da atualidade que convive com a propaganda de um mundo fantástico, que só pode ser vivido por alguns. No ano passado a venda pela internet faturou cerca de R$ 10,8 bilhões, sendo que 50 empresas levaram 90% do faturamento geral. Os outros 10% ficaram divididos entre 60 mil pequenas e micro-empresas, que entre essas somente 5 mil foram estabelecidas formalmente. Soma-se a essas informações a prospecção de 60% das pequenas e micro-empresas tendem a fechar com 12 meses de funcionamento.
Entre os principais problemas que freiam as investidas dos pequenos e micro-empreendedores nas vendas pela internet está a falta de planejamento. Os empreendedores ainda subestimam a complexidade do comércio eletrônico. A falta de foco também tem sido fatal e percebemos isso com os mais bem sucedidos entre pequenos, que se concentraram em nichos de mercado. Assim o pequeno empreendedor pode alcançar a excelência em atendimento exigida pelos consumidores. Competir com os 50 gigantes tem sido absolutamente inviável. A não compreensão da importância da plataforma, do programa de sua loja virtual com improvisos na modelagem do negócio foi responsável pelo fechamento de muitos negócios. O investimento mínimo gira em torno de R$10mil, sem falar dos sistemas de otimização de busca. A mão de obra deve ser qualificada, os colaboradores da empresa devem ter domínio sobre as ferramentas administrativas da loja virtual. A divulgação deve seguir os caminhos da internet. A publicidade convencional não é suficiente para manter um negócio na internet. E tudo isso precisa ser monitorado sistematicamente para verificação de controles de estoque e fluxos financeiros.
É um negócio que tem suas peculiaridades, mas que ainda não caiu no senso comum dos empreendedores brasileiros. Seu crescimento tem chamado a atenção dos grandes. No 26º Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados, Eneas Pestana, representante do Grupo Pão de Açúcar, revelo a pretensão vender R$ 2bilhões pela internet em 2010. É exatamente o valor movimentado por cerca de 60 mil empreendedores no ano passado. É preciso uma revolução do conhecimento, de formação e da informação para que seja possível democratizar e tornar as vendas na internet uma possibilidade de futuro ao povo brasileiro, que atualmente é visto somente como consumidor.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
A Carta do Paulo
Carta Aberta à Comunidade Cultural
Eu, Paulo Ricardo Renner Fogaça, venho através desta Carta Aberta tornar público que em nenhum momento houve por parte de qualquer pessoa que coordena a Feira do Livro, que está acontecendo na Rua Coberta em Esteio até o dia 15.05.2010, convite de qualquer natureza para que eu, na qualidade de músico, fizesse apresentações na referida Feira. Meu nome foi incluído como atração do evento no site da Prefeitura e no material de divulgação da feira em duas datas: nos dias 10 e 13 de maio.
Nunca, em nenhum momento, faltei a qualquer compromisso assumido na qualidade de artista desta cidade e por ter sido interpelado por pessoas que estiveram no palco da feira para assistirem o meu trabalho e não terem me encontrado, é que tive certeza que o nome Paulo Fogaça não se tratava de mera conhecidência entre dois artistas com o mesmo nome.
Acredito que o Senhor Secretário Municipal de Arte e Cultura e a coordenação da Feira do Livro, de forma intencional e deliberada, tentaram denegrir a minha imagem como artista e principalmente como ativista Cultural nesta cidade.
Sendo assim, peço desculpas a quem foi à Feira para me assistir, mas por questões de falta Gestão da Cultura em Esteio, coisas assim ainda acontecem. E aproveito a oportunidade para conclamar a Comunidade Cultural de Esteio para que mantenham a mobilização por uma Gestão Cultural Democrática e Plural.
Paulo Ricardo Renner Fogaça
Eu, Paulo Ricardo Renner Fogaça, venho através desta Carta Aberta tornar público que em nenhum momento houve por parte de qualquer pessoa que coordena a Feira do Livro, que está acontecendo na Rua Coberta em Esteio até o dia 15.05.2010, convite de qualquer natureza para que eu, na qualidade de músico, fizesse apresentações na referida Feira. Meu nome foi incluído como atração do evento no site da Prefeitura e no material de divulgação da feira em duas datas: nos dias 10 e 13 de maio.
Nunca, em nenhum momento, faltei a qualquer compromisso assumido na qualidade de artista desta cidade e por ter sido interpelado por pessoas que estiveram no palco da feira para assistirem o meu trabalho e não terem me encontrado, é que tive certeza que o nome Paulo Fogaça não se tratava de mera conhecidência entre dois artistas com o mesmo nome.
Acredito que o Senhor Secretário Municipal de Arte e Cultura e a coordenação da Feira do Livro, de forma intencional e deliberada, tentaram denegrir a minha imagem como artista e principalmente como ativista Cultural nesta cidade.
Sendo assim, peço desculpas a quem foi à Feira para me assistir, mas por questões de falta Gestão da Cultura em Esteio, coisas assim ainda acontecem. E aproveito a oportunidade para conclamar a Comunidade Cultural de Esteio para que mantenham a mobilização por uma Gestão Cultural Democrática e Plural.
Paulo Ricardo Renner Fogaça
terça-feira, 20 de abril de 2010
Computador, internet e a família do brasileiro
Charles Scholl
13metatron@gmail.com
www.charlesscholl.blogspot.com
13metatron@gmail.com
www.charlesscholl.blogspot.com
A comunicação desde sempre é assunto de interesse de Estado. É um eixo estratégico do desenvolvimento humano. Embora os estadistas mais reconhecidos tenham tratado a comunicação como uma ferramenta de controle social pelos conservadores, os progressistas apontam para outra postura diante das modernas ferramentas de comunicação da atualidade. Ao invés do controle, a tecnologia aplicada ao desenvolvimento humano.
É muito interessante perceber como as políticas públicas se desdobram em mudanças na vida das pessoas. Os incentivos econômicos do Governo Federal tornaram os computadores mais acessíveis para uma população que deu um passinho à frente em seu poder aquisitivo. Tal comportamento pode ser percebido com ênfase em levantamentos recentes em que 36% dos domicílios brasileiros possuíam computador em 2009. É um número significativo para o Brasil, já que 28% dos brasileiros tinham a máquina em casa em 2008 . Esse crescimento significa que estão sendo instalados milhares de pontos de comunicação direta na casa das pessoas. A postura do estado brasileiro é a mesma da implantação da TV, que se constituiu como uma estratégia da criação da identidade brasileira , com ênfase ao período da ditadura militar. Ou como foi com o rádio no período do Estado Novo. Porém, não temos como comparar as tecnologias do rádio, da TV e seus efeitos sociais com as possibilidades de interação e de produção intelectual que um computador proporciona para uma família.
Por outro lado, o crescimento econômico parece não ser suficientemente rápido para instrumentar as famílias brasileiras com as parafernalhas necessárias à inclusão na rede. Então, percebem-se posturas que procuram incentivar àquelas parcelas da população que ainda estão desassistidas dos avanços tecnológicos, mas que são alfabetizadas e curiosas sobre as coisas do mundo. Mandar cartas eletrônicas, trocar informações com entes tão distantes quanto nosso território brasileiro possibilita. Viajar para além das fronteiras políticas e entrar em todos os países, todos os povoados, todas as etnias. Se comunicar em todos os idiomas sabendo um pouquinho de português, quase nada de computador e com a destreza de quem parece estar catando milhos ao digitar seus pensamentos. Nada disso impede o desenvolvimento de raciocínios e o uso de ferramentas disponíveis na rede torna o pensar algo mais democrático, popular, horizontal, que permite o ponto de vista de cada internauta.
Essas são algumas das possibilidades que essa revolução tecnológica proporciona. Obviamente que, tal como foi na invenção da escrita, nossa civilização terá uma mudança significativa no desenvolvimento humano. Faça o teste. Levante um questionamento sobre algo que desconhece. Formule a pergunta em uma pequena frase. Coloque no Google e pronto. A resposta é imediata e o tempo, ao invés de estar atrelado a busca da informação, ficará submetido a capacidade de compreensão da mensagem. Claro que é muito saudável checar tudo e para isso utiliza-se a mesma ferramenta. Os usuários brasileiros já sabem dessa realidade já que 95% utilizam sites de busca .
Em sua atuação interina como Ministro da Cultura, Alfredo Manevy, defendeu em recente audiência pública no Congresso, o Vale Cultura. O novo instrumento de inclusão social consiste em um repasse mensal de R$50,00 para trabalhadores com renda de até cinco mínimos, para uso em lan houses. A proposta está no PL 5798/09 , já aprovada pela Câmara Federal e pelo Senado, mas que retomou a tramitação na Câmara por conta das emendas feitas pelo Senado. Além da inclusão de brasileiros na rede, a proposta é uma política pública que reconhece a importância estratégica do uso da internet para o desenvolvimento humano.
O uso da lan house como possibilidade de acesso à rede sempre foi a alternativa do internauta brasileiro. Com o crescimento do uso de computadores nas residências, pela primeira vez desde 2007, os domicílios superaram as lan houses no acesso a internet no Brasil. O acesso residencial representa 48% enquanto que 45% dos internautas utilizam lan houses. O crescente uso dos computadores nos lares pode imprimir novas dinâmicas comunicativas no seio da família brasileira. Os reflexos transcendem a simples mudança comportamental para novas posturas diante da cultura, do consumo, da política, do meio ambiente, da qualidade de vida, em fim, do desenvolvimento humano dos brasileiros.
+ Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.BR -http://www.cetic.br/usuarios/tic/2009/analise-tic-domicilios2009.pdf
Unirevista – Unisinos - http://www.unirevista.unisinos.br/_pdf/UNIrev_Tavares.pdf
IBOPE - http://www.ibope.com.br/calandraWeb/BDarquivos/sobre_pesquisas/pesquisa_internet.html; http://www.metaanalise.com.br/inteligenciademercado/inteligencia/pesquisas/67-5-milhoes-de-pessoas-tem-acesso-internet-no-brasil.html
Câmara dos Deputados - http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/141481.html
terça-feira, 6 de abril de 2010
As sinapses sociais da atualidade
Charles Scholl
13metatron@gmail.com
charlesscholl.blogspot.com
Vivemos um tempo em que vencemos a distância para nos relacionar. A tecnologia nos permite estabelecer relações sociais em tempo real em uma velocidade ainda não experimentada pela humanidade. O desafio contemporâneo está na acessibilidade, apesar de que nos debates sobre tecnologia da informação e comunicação o tema da acessibilidade é considerado superado por muitas autoridades no assunto. No mundo antigo da União Européia as metas de acessibilidade são ambiciosas, a exemplo do Reino Unido que anunciou publicamente o desafio de inserir toda a população na rede até 2012. A aldeia global toma forma com a massiva aderência das populações à rede em todos os continentes. As sociedades que emergem desta revolução da comunicação passam a contar com o poder da onipresença eletrônica que rompe as barreiras geopolíticas e constitui novas possibilidades de relação social em um terreno virtualizado.13metatron@gmail.com
charlesscholl.blogspot.com
O Brasil vive essa experiência intensamente e, de acordo com pesquisa realizada pelo Ibope, o pais registrou um crescimento de 8% ao longo de 2009. Até o quarto trimestre de 2009 a pesquisa aponta 67,5 milhões de pessoas conectadas em suas residências, no trabalho, em escolas e lan-houses. O comportamento destes internautas maiores de 16 anos é digno de estudos, mas algumas hipóteses já podem ser pensadas. Os sites de busca disparam com 95% da preferência dos internautas brasileiros. Dentre os dez países em que é feita a mesma pesquisa o índice de freqüentadores de comunidades virtuais no Brasil é campeão com 83,3% dos usuários. O que se percebe é que existe um ambiente propício ao estabelecimento de redes sociais entre os usuários brasileiros, mas prevalece ainda a relação fragmentada comum em uma sociedade atomizada.
As novas ferramentas de comunicação podem estabelecer uma nova coesão social. Entre os diversos organismos da sociedade civil que compões nosso tecido social, a comunicação tem sito um entrave que historicamente tem mantido uma importante distância das direções e suas comunidades de base. A revolução da comunicação que está em pleno curso no Brasil aponta para a quebra deste paradigma. O assunto merece a atenção das nossas direções políticas, de sindicatos, de associações de moradores e demais entidades de classe. Além do fenômeno da multiplicidade de opiniões que os blogueiros imprimem cotidianamente, a tendência das comunidades virtuais em torno da sociedade civil organizada pode qualificar os debates acerca dos assuntos corporativos de cada segmento. Em escala, podemos deduzir que os organismos representativos do nosso tecido social tendem a qualificar suas intervenções públicas favorecendo a participação dos cidadãos em todos os setores da sociedade.
Ao tempo em que a acessibilidade é resolvida no Brasil, cresce a adesão dos internautas em suas redes sociais. O ambiente virtual produz verdadeiras sinapses de inteligência coletiva em nosso tecido social e os resultados podem produzir novas redes neurais, que por conseqüência, novos movimentos sociais. É fato que o advento da internet não substitui a atividade militante dos sindicalistas, políticos e das demais lideranças do movimento social, mas incrementa. A busca da legitimidade da representação, presente no cerne das atividades de mobilização social, passa a ter uma ferramenta poderosa de comunicação com baixíssimos custos e crescente adesão entre os brasileiros. Se as observações e deduções otimistas que apresento neste artigo se confirmarem, conforme apontam as pesquisas do Ibope, e as lideranças souberem utilizar as novas ferramentas de comunicação, teremos em um futuro próximo uma crescente qualificação da opinião pública no Brasil e um fortalecimento das nossas instituições democráticas.
quarta-feira, 31 de março de 2010
Seria o fim da mania hipodérmica republicana?
Charles Scholl
13metatron@gmail.com
A lógica da comunicação de massa, com a arrogância política do totalitarismo do século XX, criaram as bases da teoria hipodérmica da comunicação. Desde a década de 30 nos Estados Unidos e 40 no Brasil, a tese é construída por cientistas e, no caso dos norte-americanos, muitos contratados pelo Exército. A tese parte do princípio que existe um emissor de um lado e uma massa de receptores absolutamente passivos na outra ponta. Tal concepção está completamente encharcada da matiz ideológica que orienta os representantes do Partido Republicano nos Estados Unidos. O modelo imperou como referência e orientou o comportamento das empresas de rádio e TV por décadas. Talvez seu maior sucesso tenha sido nos períodos de guerra e nas ditaduras militares da América Latina.
Com a crescente abertura democrática, nasce um novo comportamento em relação aos veículos de comunicação que contrapõe as teses em torno da teoria hipodérmica. Talvez o modelo estatal de comunicação Inglês tenha influenciado os primórdios das pesquisas de recepção, por intermédio dos “Cultural Studies”, iniciados na década de 70. Me parece bastante óbvio que as pesquisas de recepção iniciaram um movimento em direção ao público receptor das mensagens e, passou-se a compreender que a recepção das mensagens não é passiva. Começa-se a perceber que cada receptor pode fazer o que bem entende com a mensagem. Na radicalidade, o olhar desconstitui completamente a forma tradicional da comunicação. Hoje, já é do senso comum que as mensagens veiculadas influenciam a opinião pública, mas não determinam, mesmo que a influência em processos publicitários pode ser determinante para uma tomada de decisão. Emerge então um novo sujeito que cada vez se fortalece mais – o receptor.
A realidade social da atualidade e a velocidade em que são processadas as mudanças têm uma relação direta com o fluxo de informação e de conhecimento que circula em nossa civilização. Não tenho a pretensão de resolver a questão se as mudanças são de correntes do aumento do fluxo de informação e conhecimento ou se essa circulação é que promove a aceleração das mudanças sociais. Provavelmente um pouco de tudo. Mas, o fato é que o desenvolvimento das tecnologias de comunicação em tempo real e as tendências à criação de sociedades virtuais com o advento da internet, providenciou a verdadeira revolução do nosso tempo.
As matizes ideológicas mais comprometidas com as práticas interativas tiveram mais sucesso na utilização das modernas ferramentas de comunicação. A campanha eleitoral que deu vitória ao democrata Barack Obama, em 28 de agosto de 2008, torna evidente à nossa civilização que as teses da teoria hipodérmica se tornaram obsoletas diante do pensamento humano da atualidade. As práticas persuasivas em um modelo político democrático passaram a ter mais valor do que as investidas coercitivas da tradição republicana. Neste processo eleitoral, os Republicanos e Democratas utilizaram as mesmas ferramentas, porém com diferentes posturas políticas. O trabalho liderado pelos Republicanos poderia se resumir a ações virais na rede com o propósito de despejar conteúdos prontos e estrategicamente montados para valorizar seu candidato e desvalorizar seu adversário. Os Democratas utilizaram as redes para que seus conteúdos fossem avaliados pelos receptores e, mesmo no decorrer da campanha, o retorno das redes virtuais modificavam o programa de governo, suas prioridades e até mesmo o discurso do candidato. O receptor torna-se um sujeito ativo e pensante da campanha de seu candidato. Torna-se parte da campanha, contribuindo e legitimando as idéias políticas a partir de uma prática democrática do uso das novas tecnologias de comunicação.
A campanha de Obama utilizou diferentes métodos de comunicação buscando a personalização dos grupos sociais. Os mais jovens recebiam textos dirigidos ao tempo que os mais velhos as mensagens eram mais curtas e concisas. Os textos chegavam por intermédio de apoiadores de Obama, quase que diariamente, mantendo as pessoas informadas sem a necessidade dos caríssimos comerciais da TV americana. Os conteúdos encorajavam as pessoas a participar da campanha, aparecer nos eventos próximos das suas residências. Eles elaboraram um sistema competitivo entre os apoiadores no qual o ganhador teria vaga garantida na festa da vitória de Obama. Os Republicanos tentaram desarticular a estratégia dos Democratas montando uma gama de vídeos, porém com os vícios coercitivos inerentes a sua matiz política. Embora o volume de vídeos tenha sido significativo, os resultados não passaram de uma ação viral. Obama reagiu com tecnologia para identificar individualmente seus eleitores. Quando um eleitor navegava por um dos sites da campanha, um “cookie” era colocado em seu navegador. Esse cookie podia identificar o perfil do usuário a partir dos sites que visitava. Então os conteúdos da campanha eram produzidos de acordo com a preferência do eleitor. A possibilidade tecnológica deu mais importância aos conteúdos individualizados para cada eleitor e tornou a propaganda massiva da TV como uma ação complementar.
Tudo indica que tais ações foram as responsáveis em tornar o site de Obama o que recebeu mais hits, fazendo o seu targeting mais efetivo. No início de julho, o site do Obama batia o de JohnMcCain na proporção de quatro acessos para um. Em setembro, apesar das propagandas massivas dos Republicanos, o site ainda registrava o dobro de acessos. A utilização de ferramentas gratuitas, tais como o Facebook, Twitter, MySpace e YouTube, permitiram uma enorme economia, mesmo com os pesados investimentos feitos para a criação dos sites e das redes sociais. A estratégia de arrecadação para a campanha pela internet também modificou o modelo tradicional de financiamento e reforçou os laços de participação de seus eleitores. Além dos computadores, os Democratas também utilizaram os celulares para integrar ainda mais sua rede social pela internet. E a mudança na comunicação não ficou restrita a campanha eleitoral. Como apontam os prognósticos tecnológicos mais lúcidos, essas mudanças vieram para ficar. Recentemente, o conselheiro de tecnologia de Obama afirmou que a utilização de ferramentas como Twitter e SMS permitiu a troca de idéias em uma velocidade nunca vista, e foi possível disseminar conteúdos de baixo para cima, imprimindo uma dinâmica política inovadora para nossa civilização.
Certamente a campanha vitoriosa de Obama é conseqüência de múltiplos fatores, tal qual toda a campanha eleitoral é. Porém, a peculiaridade que podemos atribuir a esse advento histórico está no sucesso do uso de ferramentas de interação com os eleitores que permitiu uma relação direta com o candidato em tempo real. Sem exageros, a tática possibilitou a sensação da onipresença, sem parecer massivo. Algo que só é possível em nosso tempo, e é por esse caminho que seguem as tendências políticas do século XXI. A experiência política vivida nos Estados Unidos terá grande influência nos processos eleitorais de 2010 no Brasil. Os brasileiros internautas se ampliam aos milhares e as mensagens que circulam na rede têm pautado cada vez mais os veículos de comunicação tradicionais. Essa conjuntura já é suficiente para percebermos que neste ano as novas ferramentas de comunicação terão papel decisivo no processo eleitoral.
Fontes e referências bibliográficas:
- Artigo - Cris Danen e a revista Wired. Editado e adaptado por André Kadow
-RABAÇA, Carlos Alberto. Dicionário de Comunicação. São Paulo: Ática, 1998.
-KLAPPER, Joseph. Os efeitos da comunicação coletiva IN panorama da Comunicação Coletiva.
-LAZARSFELD, Paul. Os meios de Comunicação coletiva e a influência pessoal. IN panorama da Comunicação Coletiva.
-MATTELART, Armand e Michele. História das teorias da comunicação. Loyola, 1999.
-GOMES, Pedro Gilberto. Tópicos de Teoria da Comunicação. São Leopoldo: UNISNOS, 2001.
- RUDIGER, Francisco. Introdução à teoria da comunicação. São Paulo: Edicon, 2003.
- LASSWELL, Harold. A estrutura e a função da comunicação na sociedade IN COHN, G. Comunicação e indústria cultural.
- WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. Presença, 2002.
- POLISTCHUCK, Ilana e TRINTA, Aluisio R. Teorias da Comunicação. Campus: 2003.
Outras referências:
Textos e entrevistas de Scott Goodstein - Formado em Relações Públicas, trabalhou em campanhas políticas na década de 1990 ao lado dos democratas e na indústria musical. Na campanha de Obama, desde as prévias, coordenou as ações para internet, principalmente em redes sociais, e para celular, enviando mensagens de texto.
Textos e entrevistas de Peter Giangreco - Especialista em mala direta, aprimorou técnicas de pesquisa para tornar as campanhas por correio mais efetivas. Trabalhou ao lado dos democratas em campanhas de Bill Clinton, Al Gore e John Edwards . Com Obama, serviu como consultor de mala direta e ações segmentadas nas prévias em 2008.
13metatron@gmail.com
A lógica da comunicação de massa, com a arrogância política do totalitarismo do século XX, criaram as bases da teoria hipodérmica da comunicação. Desde a década de 30 nos Estados Unidos e 40 no Brasil, a tese é construída por cientistas e, no caso dos norte-americanos, muitos contratados pelo Exército. A tese parte do princípio que existe um emissor de um lado e uma massa de receptores absolutamente passivos na outra ponta. Tal concepção está completamente encharcada da matiz ideológica que orienta os representantes do Partido Republicano nos Estados Unidos. O modelo imperou como referência e orientou o comportamento das empresas de rádio e TV por décadas. Talvez seu maior sucesso tenha sido nos períodos de guerra e nas ditaduras militares da América Latina.
Com a crescente abertura democrática, nasce um novo comportamento em relação aos veículos de comunicação que contrapõe as teses em torno da teoria hipodérmica. Talvez o modelo estatal de comunicação Inglês tenha influenciado os primórdios das pesquisas de recepção, por intermédio dos “Cultural Studies”, iniciados na década de 70. Me parece bastante óbvio que as pesquisas de recepção iniciaram um movimento em direção ao público receptor das mensagens e, passou-se a compreender que a recepção das mensagens não é passiva. Começa-se a perceber que cada receptor pode fazer o que bem entende com a mensagem. Na radicalidade, o olhar desconstitui completamente a forma tradicional da comunicação. Hoje, já é do senso comum que as mensagens veiculadas influenciam a opinião pública, mas não determinam, mesmo que a influência em processos publicitários pode ser determinante para uma tomada de decisão. Emerge então um novo sujeito que cada vez se fortalece mais – o receptor.
A realidade social da atualidade e a velocidade em que são processadas as mudanças têm uma relação direta com o fluxo de informação e de conhecimento que circula em nossa civilização. Não tenho a pretensão de resolver a questão se as mudanças são de correntes do aumento do fluxo de informação e conhecimento ou se essa circulação é que promove a aceleração das mudanças sociais. Provavelmente um pouco de tudo. Mas, o fato é que o desenvolvimento das tecnologias de comunicação em tempo real e as tendências à criação de sociedades virtuais com o advento da internet, providenciou a verdadeira revolução do nosso tempo.
As matizes ideológicas mais comprometidas com as práticas interativas tiveram mais sucesso na utilização das modernas ferramentas de comunicação. A campanha eleitoral que deu vitória ao democrata Barack Obama, em 28 de agosto de 2008, torna evidente à nossa civilização que as teses da teoria hipodérmica se tornaram obsoletas diante do pensamento humano da atualidade. As práticas persuasivas em um modelo político democrático passaram a ter mais valor do que as investidas coercitivas da tradição republicana. Neste processo eleitoral, os Republicanos e Democratas utilizaram as mesmas ferramentas, porém com diferentes posturas políticas. O trabalho liderado pelos Republicanos poderia se resumir a ações virais na rede com o propósito de despejar conteúdos prontos e estrategicamente montados para valorizar seu candidato e desvalorizar seu adversário. Os Democratas utilizaram as redes para que seus conteúdos fossem avaliados pelos receptores e, mesmo no decorrer da campanha, o retorno das redes virtuais modificavam o programa de governo, suas prioridades e até mesmo o discurso do candidato. O receptor torna-se um sujeito ativo e pensante da campanha de seu candidato. Torna-se parte da campanha, contribuindo e legitimando as idéias políticas a partir de uma prática democrática do uso das novas tecnologias de comunicação.
A campanha de Obama utilizou diferentes métodos de comunicação buscando a personalização dos grupos sociais. Os mais jovens recebiam textos dirigidos ao tempo que os mais velhos as mensagens eram mais curtas e concisas. Os textos chegavam por intermédio de apoiadores de Obama, quase que diariamente, mantendo as pessoas informadas sem a necessidade dos caríssimos comerciais da TV americana. Os conteúdos encorajavam as pessoas a participar da campanha, aparecer nos eventos próximos das suas residências. Eles elaboraram um sistema competitivo entre os apoiadores no qual o ganhador teria vaga garantida na festa da vitória de Obama. Os Republicanos tentaram desarticular a estratégia dos Democratas montando uma gama de vídeos, porém com os vícios coercitivos inerentes a sua matiz política. Embora o volume de vídeos tenha sido significativo, os resultados não passaram de uma ação viral. Obama reagiu com tecnologia para identificar individualmente seus eleitores. Quando um eleitor navegava por um dos sites da campanha, um “cookie” era colocado em seu navegador. Esse cookie podia identificar o perfil do usuário a partir dos sites que visitava. Então os conteúdos da campanha eram produzidos de acordo com a preferência do eleitor. A possibilidade tecnológica deu mais importância aos conteúdos individualizados para cada eleitor e tornou a propaganda massiva da TV como uma ação complementar.
Tudo indica que tais ações foram as responsáveis em tornar o site de Obama o que recebeu mais hits, fazendo o seu targeting mais efetivo. No início de julho, o site do Obama batia o de JohnMcCain na proporção de quatro acessos para um. Em setembro, apesar das propagandas massivas dos Republicanos, o site ainda registrava o dobro de acessos. A utilização de ferramentas gratuitas, tais como o Facebook, Twitter, MySpace e YouTube, permitiram uma enorme economia, mesmo com os pesados investimentos feitos para a criação dos sites e das redes sociais. A estratégia de arrecadação para a campanha pela internet também modificou o modelo tradicional de financiamento e reforçou os laços de participação de seus eleitores. Além dos computadores, os Democratas também utilizaram os celulares para integrar ainda mais sua rede social pela internet. E a mudança na comunicação não ficou restrita a campanha eleitoral. Como apontam os prognósticos tecnológicos mais lúcidos, essas mudanças vieram para ficar. Recentemente, o conselheiro de tecnologia de Obama afirmou que a utilização de ferramentas como Twitter e SMS permitiu a troca de idéias em uma velocidade nunca vista, e foi possível disseminar conteúdos de baixo para cima, imprimindo uma dinâmica política inovadora para nossa civilização.
Certamente a campanha vitoriosa de Obama é conseqüência de múltiplos fatores, tal qual toda a campanha eleitoral é. Porém, a peculiaridade que podemos atribuir a esse advento histórico está no sucesso do uso de ferramentas de interação com os eleitores que permitiu uma relação direta com o candidato em tempo real. Sem exageros, a tática possibilitou a sensação da onipresença, sem parecer massivo. Algo que só é possível em nosso tempo, e é por esse caminho que seguem as tendências políticas do século XXI. A experiência política vivida nos Estados Unidos terá grande influência nos processos eleitorais de 2010 no Brasil. Os brasileiros internautas se ampliam aos milhares e as mensagens que circulam na rede têm pautado cada vez mais os veículos de comunicação tradicionais. Essa conjuntura já é suficiente para percebermos que neste ano as novas ferramentas de comunicação terão papel decisivo no processo eleitoral.
Fontes e referências bibliográficas:
- Artigo - Cris Danen e a revista Wired. Editado e adaptado por André Kadow
-RABAÇA, Carlos Alberto. Dicionário de Comunicação. São Paulo: Ática, 1998.
-KLAPPER, Joseph. Os efeitos da comunicação coletiva IN panorama da Comunicação Coletiva.
-LAZARSFELD, Paul. Os meios de Comunicação coletiva e a influência pessoal. IN panorama da Comunicação Coletiva.
-MATTELART, Armand e Michele. História das teorias da comunicação. Loyola, 1999.
-GOMES, Pedro Gilberto. Tópicos de Teoria da Comunicação. São Leopoldo: UNISNOS, 2001.
- RUDIGER, Francisco. Introdução à teoria da comunicação. São Paulo: Edicon, 2003.
- LASSWELL, Harold. A estrutura e a função da comunicação na sociedade IN COHN, G. Comunicação e indústria cultural.
- WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. Presença, 2002.
- POLISTCHUCK, Ilana e TRINTA, Aluisio R. Teorias da Comunicação. Campus: 2003.
Outras referências:
Textos e entrevistas de Scott Goodstein - Formado em Relações Públicas, trabalhou em campanhas políticas na década de 1990 ao lado dos democratas e na indústria musical. Na campanha de Obama, desde as prévias, coordenou as ações para internet, principalmente em redes sociais, e para celular, enviando mensagens de texto.
Textos e entrevistas de Peter Giangreco - Especialista em mala direta, aprimorou técnicas de pesquisa para tornar as campanhas por correio mais efetivas. Trabalhou ao lado dos democratas em campanhas de Bill Clinton, Al Gore e John Edwards . Com Obama, serviu como consultor de mala direta e ações segmentadas nas prévias em 2008.
terça-feira, 30 de março de 2010
O copo está cheio ou vazio?
O copo está cheio ou vazio? Essa questão representa exatamente sentimento que tenho acerca da conjuntura que vivo neste momento. Esta semana deixei de exercer o cargo de diretor de comunicação da Prefeitura de Esteio. A função, desde sempre, foi uma mescla de compromissos técnicos da área da comunicação social associado a compromissos públicos assumidos junto a comunidade esteiense. Todos assumidos ao longo da vida na cidade e reafirmados nas campanhas eleitorais estabeleceram uma relação de confiança em torno de um projeto político. Diante do compromisso com as idéias humanistas que sempre sustentei, hoje assumidos institucionalmente na “Cidade mais Humana”, é que fica a dúvida sobre a abordagem que daria nesta nota pública que registra minha saída da Administração após cinco anos de serviços prestados. Registro minha saída ou o novo começo?
Acho que as coisas acontecem ao mesmo tempo, mas merecem ser explicadas ao tempo que podemos compreendê-las. Um passo de cada vez, mas vamos iniciar pelo fim. Para os cargos de confiança existe somente uma forma de admissão e de demissão. A admissão é feita por indicação direta do gestor, assim como a demissão. É da condição do próprio cargo a possibilidade de troca a qualquer momento. Minha saída é motivada por uma mudança na correlação de forças dentro do Governo. Tal situação é da dinâmica da política. Por fim, opto em falar do começo desta jornada. Fui admitido pela Prefeita Sandra Silveira, em outubro de 2005, com desafios importantes para a comunicação social de Esteio. No decorrer de seu Governo, representando o Partido dos Trabalhadores na comunicação social, mantive uma atividade intensa de militância em prol da qualificação da opinião pública da nossa cidade. Muitas vezes em situações extremamente tensas, tal qual foi o movimento em prol do Seminário Claretiano, em que chegou a ser anunciada minha demissão, nos anos de 2006 e 2007.A demissão só não ocorreu por ação direta da Prefeita Sandra e de sua chefe de gabinete Neida Lisboa.
Então vieram os desafios de construir a sucessão de Sandra. Minhas apostas sempre estiveram em torno do vice-prefeito Gilmar Rinaldi, mas tínhamos uma longa jornada pela frente. Após a definição, veio a campanha eleitoral em que tive a felicidade de eleger as duas campanhas em que estava trabalhando. Na câmara de vereadores a surpresa de ter eleito Leo Dahmer como o parlamentar mais votado do PT ao tempo que conseguimos conquistar a eleição de Gilmar Rinaldi prefeito de Esteio. O mais importante nesse movimento todo sempre foi ter eleito um programa que foi amplamente distribuído à população.
O trabalho sempre se impôs atropelando a vida pessoal e trazendo situações para além da emergência. O ambiente e a vida pessoal mudaram completamente neste período. Minha filha foi morar em São Leopoldo e conheci minha noiva Natália. Com a vitória, a obstinação sempre foi dar conta do programa e dos compromissos eleitorais que assumimos com a cidade. É importante registrar que durante o período em que estive exercendo o cargo de diretor de comunicação não medi esforços em tornar realidade os sonhos que construímos com a comunidade esteiense. A ênfase pessoal que dei neste período certamente foi focada na valorização e o reconhecimento dos veículos de comunicação da nossa cidade. Não poderia ser diferente, pois iniciei minha vida profissional no Jornal Destaque, minha mãe é fundadora do Jornal Eco do Sinos, o Juarez da Revista do Duarte está presente em minha memória desde que me conheço por gente e sempre fui militante do sucesso da Rádio Tradição, a rádio comunitária de Esteio. Mesmo com o claro apelo ao reconhecimento do trabalho dos veículos de comunicação de Esteio, mantive uma relação cordial e profissional com um universo de comunicadores, sem preterir ninguém.
Com zelo pelo erário público, com responsabilidade administrativa e política concluo uma fase importante para minha vida pessoal. Esse é o olhar que vê o copo cheio. O outro trata do que está por vir. É sobre os novos desafios. O copo ainda está vazio, mas terei muita calma e responsabilidade em dar conteúdo ao recipiente com os desafios individuais e coletivos que nos reserva a vida.
segunda-feira, 29 de março de 2010
Para Pochmann, Brasil pode liderar novo projeto de desenvolvimento mundial
Primeiro palestrante do seminário “A estratégia socialista hoje”, organizado pelo deputado Ronaldo Zülke (PT), o economista Márcio Pochmann, presidente do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ressaltou o protagonismo do Brasil no atual cenário internacional, marcado pela grande crise do sistema capitalista detonada no último ano. No encontro, realizado neste sábado (27), no auditório do SESC, em Gravataí, Pochmann defendeu que o “deslocamento do centro dinâmico do mundo”, com os problemas enfrentados pelos Estados Unidos, abriu possibilidade do Brasil liderar a construção de um novo projeto de desenvolvimento em âmbito mundial, denominado por ele de “sociedade superior”. Para isto, sustentou o economista, o País precisa elaborar uma “agenda civilizatória, que modernize o Estado e o coloque em condições de “enfrentar os desafios do século 21”.
Para Márcio Pochmann, uma questão chave neste momento é sintonizar as políticas públicas com as mudanças que estão ocorrendo no mundo do trabalho, com os avanços registrados nas áreas tecnológica, científica, educacional e demográfica. “Hoje, o ensino superior não é mais teto, é o piso dentro da formação de um profissional, portanto o ingresso do jovem no mercado de trabalho poderia ser adiado para os 25 anos. Também seria necessário remodelar o sistema educacional, de forma que a educação fosse pensada como um processo para a vida inteira, pois, em 2030, a estimativa de vida das pessoas deve chegar a 100 anos; no início do século era de 35 anos. Além disso, a ciência conseguiu separar a reprodução humana do sexo e as famílias, que antes eram numerosas, são cada vez menores. Tudo isto muda dramaticamente as relações de trabalho e as instituições, nos moldes como estão organizadas hoje, não estão preparadas para o futuro”, avaliou.
Pochmann dividiu a exposição com o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário. Atual presidente da Petrobrás Biocombustíveis, Miguel Rosssetto destacou a importância de a sociedade estar inserida no debate sobre as mudanças que devem ser operadas. “Não há dúvidas de que os governos do presidente Lula foram e ainda são decisivos para o Brasil, neste momento, junto com outros países como a China e a Índia puxar a recuperação da economia mundial. Agora, do ponto estratégico temos que organizar um sistema produtivo e social que tenha tamanho suficiente para ofertar os serviços e bens essenciais à vida da população, desconcentrando poder, distribuindo renda, democratizando o acesso à saúde e à educação, estimulando o surgimento de novos modelos, como a economia solidária, adotando padrões energéticos sustentáveis e colocando um ponto final na relação predatória com o meio ambiente, na exclusão racial e na discriminação de gênero. Tudo isto faz parte daquilo que estamos chamando de revolução democrática para o País, da estratégica programática que o Brasil deve oferecer em escala mundial”.
Segundo ambos palestrantes, estes são os principais obstáculos a serem superados dentro da perspectiva socialista para o século 21. “A crise do modelo americano mostrou que nossas teses em defesa da ação reguladora do Estado estavam corretas. Nós resistimos, preservando o Banco do Brasil, a Petrobrás, o BNDES. A experiência brasileira é reconhecida como vitoriosa e isto nos dá respaldo para ousar”, observou Rosetto. Ao concluir, Marcio Pochmann lembrou que a maioria política construída pelo presidente Lula no Brasil “abriu abre uma janela de oportunidades para uma o surgimento de uma sociedade menos consumista e mais autônoma, simples, e saudável, com uma jornada de trabalho que preserve o tempo do lazer e o entrosamento familiar. “A ousadia é a trajetória que devemos perseguir”, concluiu o economista.
segunda-feira, 15 de março de 2010
Reforma, revolução ou a revolução da reforma para a revolução
Por Charles Scholl
O Fórum Social Mundial Região Metropolitana 2010 propiciou várias oportunidades de debate sobre as possibilidades e idéias para a construção de um outro mundo possível. Neste entrevero cultural, o formato organizativo do FSM acaba favorecendo os militantes mais engajados e permite o aprofundamento das discussões temáticas, a atualização de referências teóricas e a oxigenação de novas idéias. Um exemplo de debate que veio à epiderme da consciência coletiva é o da retomada da reflexão reforma ou revolução. O jornalista Gabriel Caparo organizou uma entrevista com o intelectual cubano Roberto Regalado sobre o tema “reforma versus revolução”, e neste trabalho percebe-se que a atualidade da América Latina propicia um momento especial na história da esquerda no mundo.
Apesar de não pertencer a geração de militantes que foram às ganhas pela luta armada, o assunto permeia minha experiência política pelo que vivi na década de 90. Eu divido a experiência desta década em duas fases. A primeira metade na condição de militar, quando era 3º Sargento do Exército e a segunda na condição de militante, quando aprofundei meus estudos sobre os movimentos sociais. Uma das qualificações que adquiri como sargento foi de anti-guerrilha. Naquela década, o Exército compreendia o MST como a única possibilidade de guerrilha no Brasil. Nossos ensaios e treinamentos se davam com figurantes que representavam o MST. Na segunda metade da década iniciei militância no movimento estudantil e acabei participando e trabalhando junto ao MST. Dentro do movimento, em um encontro ocorrido em São Paulo, com representação de todo o Brasil, lideranças do MST discursavam em favor da luta armada diante dos tencionamentos provocados pelo Estado contra os movimentos em prol da reforma agrária no Brasil. Sou testemunha de que tais tencionamentos de fato existiam, inclusive integrei parte da força armada preparada para enfrentar uma situação assim. Foi a primeira vez que me deparei com o debate reforma versus revolução, com real possibilidade de uta armada no Brasil.
As lideranças populares do movimento de base do MST queriam a luta armada. O contraponto foi feito por Leonardo Boff e pelo Frei Beto, representantes de um segmento da Igreja denominado Teologia da Libertação, que defendiam a possibilidade das mudanças sociais pelas vias democráticas. O momento trazia com toda sua clareza o debate, ainda que no campo das idéias, da reforma ou revolução. A luta armada não aconteceu naquele momento porque foi construído um consenso em torno da idéia de continuidade das lutas, institucionalização das mudanças e pelo não derramamento de sangue, ou seja, optou-se em buscar as mudanças pelas vias democráticas e pelo reforço das instituições brasileiras.
No trabalho América latina Hoje: reforma ou revolução, Regalado sustenta que existem três tipos distintos de reformismo. O reformismo reacionário, que mantém no fundamental as políticas econômicas e sociais dos governos de direita; o pós-neoliberal que quer encontrar uma saída do neoliberalismo dentro do próprio sistema capitalista; e um reformismo com intenção e direção estratégica anticapitalista. Com isso, o intelectual cubano diz que a luta é a mesma, porém há uma mudança na terminologia das palavras. Tais mudanças são importantes e decorrentes do conhecimento necessário para travar a luta pela revolução nas condições atuais.
Regalado pavimenta e reforça os argumentos utilizados por Boff e Beto no debate com os maoistas do MST, de que existem, atualmente, reformas que conduzem à revolução. A tradição da esquerda concebe que o objetivo estratégico de fazer a revolução só poderia ser alcançado mediante a tática da luta armada. Essa realidade está se afirmando no mundo todo, em entrevista recente, divulgada por Rebelión, Santiago Alba afirma que as únicas duas regiões do mundo onde se manifesta hoje o atiimperialismo são a América Latina e o Oriente médio. Neste trabalho Alba pondera que no caso do Oriente Médio predomina uma idéia antiimperialista de direita e a América Latina vive um momento histórico em favor da esquerda. Creio que a experiência que vivemos no Brasil é singular no Planeta e que o futuro do PT influenciará muito o futuro da esquerda no mundo. Ou seja, nossa atividade militante pode influenciar ou até mesmo definir em favor do caminho a ser trilhado para a construção de um outro mundo possível.
quinta-feira, 4 de março de 2010
Aldeia da Paz comemora os 55 anos de Esteio
O Espaço de Livre Ocupação - Esteio, do Acampamento Intercontinental da Juventude, criou na cidade a Primeira Aldeia da Paz em praça pública do Brasil. A proposta dos criadores do espaço é de manter uma referência permanente com atividades contínuas o ano todo. Da intenção à prática. No dia 27 de fevereiro foi realizada a primeira atividade pública com vínculo forte com a cultura da cidade. A atividade teve início às 14 horas, com danças - palestras - e trabalho conjunto em que os participantes cobriram as bioconstruções edificadas pelos integrantes do Acampamento Intercontinental da Juventude 2010, para dar vida à Aldeia da Paz.
Nesta edição a Aldeia da Paz teve a participação do Clã Amigas da Lua de Esteio que coordenou o trabalho conjunto, as vivências, o aprendizado com muita criatividade e interação.
Nesta edição a Aldeia da Paz teve a participação do Clã Amigas da Lua de Esteio que coordenou o trabalho conjunto, as vivências, o aprendizado com muita criatividade e interação.
Ética Alimentar Vegana;
Cânticos pela Paz;
Capoeira;
Círculo Feminino - Diálogos de resgate do sagrado feminino;
Prática de Qi Gong Li (Tikum)
Cânticos pela Paz;
Capoeira;
Círculo Feminino - Diálogos de resgate do sagrado feminino;
Prática de Qi Gong Li (Tikum)
No final da tarde fizemos a prece das sete direções;
cantamos e a meia noite comemoramos os 55 anos de Esteio com o grupo Águia de Fogo de Taquara que instalou um fogo sagrado no Parque Galvany Guedes, na Aldeia da Paz de Esteio.
Pela manhã foi feita uma saudação ao sol.
A atividade difere completamente da tradição de comemoração do aniversário da cidade e as pessoas que participaram não tinham como hábito o debate político. O espaço favoreceu uma relação dialógica com um segmento social que não tinha uma agenda positivada em qualquer instância estatal.
Esses são argumentos suficientes que me motivam à militância. Agradeço aos companheiros que contribuíram em tornar este sonho realidade. Também é fundamental reconhecer a coragem do Belló, do Marcelo Jaguara, do Mandala, do Óscar que foram gigantes em suas ações. O homem vale o tamanho de seus sonhos e juntos sonhamos essa realidade. Que venham os novos desafios... nós somos a mudança que queremos ver no mundo...(Gandhi)
Charles Scholl
diretor de comunicação Prefeitura de Esteio
96232328
http://charlesscholl.blogspot.com/
http://www.esteio.rs.gov.br/home/show_page.asp?id_SHOW_noticia=20292&user=&id_CONTEUDO=5&codID_CAT=2&imgCAT=tema_noticias_r2_c1.jpg&categoria=Not%C3%ADcias
cantamos e a meia noite comemoramos os 55 anos de Esteio com o grupo Águia de Fogo de Taquara que instalou um fogo sagrado no Parque Galvany Guedes, na Aldeia da Paz de Esteio.
Pela manhã foi feita uma saudação ao sol.
A atividade difere completamente da tradição de comemoração do aniversário da cidade e as pessoas que participaram não tinham como hábito o debate político. O espaço favoreceu uma relação dialógica com um segmento social que não tinha uma agenda positivada em qualquer instância estatal.
Esses são argumentos suficientes que me motivam à militância. Agradeço aos companheiros que contribuíram em tornar este sonho realidade. Também é fundamental reconhecer a coragem do Belló, do Marcelo Jaguara, do Mandala, do Óscar que foram gigantes em suas ações. O homem vale o tamanho de seus sonhos e juntos sonhamos essa realidade. Que venham os novos desafios... nós somos a mudança que queremos ver no mundo...(Gandhi)
Charles Scholl
diretor de comunicação Prefeitura de Esteio
96232328
http://charlesscholl.blogspot.com/
http://www.esteio.rs.gov.br/home/show_page.asp?id_SHOW_noticia=20292&user=&id_CONTEUDO=5&codID_CAT=2&imgCAT=tema_noticias_r2_c1.jpg&categoria=Not%C3%ADcias
quarta-feira, 3 de março de 2010
Esteio 55 anos - Para defender nossa cidade temos que ir além...
*Charles Scholl
É difícil dissociar a idéia de municipalidade da noção de autonomia, identidade, economia, política e organização social. O ordenamento de uma sociedade positivada em uma instância estatal, inserida no Estado do Rio Grande do Sul, no Brasil é uma ação de independência. Tais palavras serviram de combustível aos emancipacionistas que desmembraram o 11º distrito de São Leopoldo, tornando-o município de Esteio. Oficialmente comemoramos tal organização política no dia 28 de fevereiro e, neste ano, completamos 55 anos desta façanha.
É o momento propício para reafirmar que a organização política de um território é puramente humana. Esteio é o exemplo disso, já que as divisas de seu território foram edificadas por opiniões distintas resultantes de plebiscitos entre povos de uma mesma região. Sapucaia do Sul conquistaria sua condição de município depois de cinco anos, pela mais pura divergência de opinião. Certa oportunidade em conversa com Darcy Zolin, um dos lideres emancipacionistas, ele relatava que quando cruzavam a área da atual Estação Luiz Pasteur, a população jogava ossos aos municipalistas. Uma metáfora que traduzia o entendimento de que o movimento municipalista girava em torno da criação de cargos políticos. Tal comportamento é puramente humano e tem pouca relação com acidentes geográficos que pudessem justificar uma fronteira com Sapucaia do Sul. É bem provável que tal situação esteja no centro dos problemas de conurbação urbana que enfrentamos na atualidade.
Ocorre que a dinâmica da formação das cidades merece ser reavaliada. Não é possível que nestes tempos ainda reinem a lógica municipalista como se ainda estivéssemos em busca da independência política. É preciso avançar para estratégias de desenvolvimento regionais pelo caminho das parcerias em que todos ganham. Existem muitos exemplos importantes que nos apontam a superação de dificuldades comuns entre os municípios superadas pela construção de acordos entre as cidades. O destino do lixo de Esteio é um deles. Poderíamos avançar na saúde, na educação e principalmente no meio ambiente.
Desprezar a pauta do meio ambiente é um crime contra a população, pois coloca em cheque a qualidade de vida das comunidades e esgota de forma irresponsável os recursos naturais de nossa bioregião. Qualquer intervenção ao meio ambiente aplicada nos territórios em torno de nossa cidade, porém dentro de sua bioregião, terá reflexo direto em nosso território. Isso é bem óbvio, já que relembramos que nossas fronteiras são políticas, mas as fronteiras de nossa bioregião, de nossas bacias, são outras. O Governo do Estado deveria dar conta de tais assuntos, porém a lógica municipalista, nesses casos, pode ser um entrave. Olhar para uma região rompendo suas fronteiras políticas ainda é um gesto utópico, sustentado por alguns operadores da política mais conscientes. Esses são verdadeiras minorias. Enquanto persistir tais inconseqüências o desenvolvimento de uma cidade pode vulnerabilizar outra e vice-versa.
Com 55 anos temos condições de reconhecer nossa identidade cultural cidadã, saber que repercutimos na economia, que integramos uma bioregião, que nossas fronteiras são produto da construção dos símbolos humanos e avançar para uma postura de desenvolvimento conseqüente com todos. Isso seria um avanço.
*Diretor de comunicação da Prefeitura de Esteio
Charlesscholl.blogspot.com
É difícil dissociar a idéia de municipalidade da noção de autonomia, identidade, economia, política e organização social. O ordenamento de uma sociedade positivada em uma instância estatal, inserida no Estado do Rio Grande do Sul, no Brasil é uma ação de independência. Tais palavras serviram de combustível aos emancipacionistas que desmembraram o 11º distrito de São Leopoldo, tornando-o município de Esteio. Oficialmente comemoramos tal organização política no dia 28 de fevereiro e, neste ano, completamos 55 anos desta façanha.
É o momento propício para reafirmar que a organização política de um território é puramente humana. Esteio é o exemplo disso, já que as divisas de seu território foram edificadas por opiniões distintas resultantes de plebiscitos entre povos de uma mesma região. Sapucaia do Sul conquistaria sua condição de município depois de cinco anos, pela mais pura divergência de opinião. Certa oportunidade em conversa com Darcy Zolin, um dos lideres emancipacionistas, ele relatava que quando cruzavam a área da atual Estação Luiz Pasteur, a população jogava ossos aos municipalistas. Uma metáfora que traduzia o entendimento de que o movimento municipalista girava em torno da criação de cargos políticos. Tal comportamento é puramente humano e tem pouca relação com acidentes geográficos que pudessem justificar uma fronteira com Sapucaia do Sul. É bem provável que tal situação esteja no centro dos problemas de conurbação urbana que enfrentamos na atualidade.
Ocorre que a dinâmica da formação das cidades merece ser reavaliada. Não é possível que nestes tempos ainda reinem a lógica municipalista como se ainda estivéssemos em busca da independência política. É preciso avançar para estratégias de desenvolvimento regionais pelo caminho das parcerias em que todos ganham. Existem muitos exemplos importantes que nos apontam a superação de dificuldades comuns entre os municípios superadas pela construção de acordos entre as cidades. O destino do lixo de Esteio é um deles. Poderíamos avançar na saúde, na educação e principalmente no meio ambiente.
Desprezar a pauta do meio ambiente é um crime contra a população, pois coloca em cheque a qualidade de vida das comunidades e esgota de forma irresponsável os recursos naturais de nossa bioregião. Qualquer intervenção ao meio ambiente aplicada nos territórios em torno de nossa cidade, porém dentro de sua bioregião, terá reflexo direto em nosso território. Isso é bem óbvio, já que relembramos que nossas fronteiras são políticas, mas as fronteiras de nossa bioregião, de nossas bacias, são outras. O Governo do Estado deveria dar conta de tais assuntos, porém a lógica municipalista, nesses casos, pode ser um entrave. Olhar para uma região rompendo suas fronteiras políticas ainda é um gesto utópico, sustentado por alguns operadores da política mais conscientes. Esses são verdadeiras minorias. Enquanto persistir tais inconseqüências o desenvolvimento de uma cidade pode vulnerabilizar outra e vice-versa.
Com 55 anos temos condições de reconhecer nossa identidade cultural cidadã, saber que repercutimos na economia, que integramos uma bioregião, que nossas fronteiras são produto da construção dos símbolos humanos e avançar para uma postura de desenvolvimento conseqüente com todos. Isso seria um avanço.
*Diretor de comunicação da Prefeitura de Esteio
Charlesscholl.blogspot.com
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Imagens.....amizade...
Minha filha Ingrid e sua amiga Sofia
Félix Guattari escreveu as três ecologias e a apresentou como uma síntese das relações e inter-relações do homem com o mundo, consigo mesmo e em seu meio social. Este álbum registra algumas situações que encontram sentido se nos permitirmos um olhar que transborde a existência singular e individual. Só assim é possível compreender a importância dos momentos que as fotografias registraram. O viver coletivo e comunitário é algo que aprendemos a fazer e, em nosso tempo, esse aprender geralmente ocorre sobre o estigma da subversão à sociedade atomizada. E é isso mesmo. Com muita inteligência, militantes da vida social rompem os paradigmas majoritários do nosso tempo instalados sob o guarda-chuva ideológico capitalista com as próprias ferramentas do sistema. Reunir as pessoas em torno de uma idéia já consolidada para refletir sobre nossas práticas cotidianas e repensar os valores que sustentam nossas relações sociais é um gesto revolucionário em nosso tempo.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
O que nos move na política
Charles Scholl
Secretário de Comunicação
Diretório do PT de Esteio
http://charlesscholl.blogspot.com/
13metatron@gmail.com
Teve um tempo em que a fragmentação era a alternativa possível para as manifestações políticas da esquerda. Fase que se estendeu pelo Brasil durante toda a ditadura militar, durante o Estado Novo, ou seja, tempo suficiente para imprimir no senso comum aquele ditado, “esquerda só se junta na cadeia”. A regra foi quebrada com a instituição do Partido dos Trabalhadores, que neste ano bausaqueia-se às 30 primaveras. Também foram muitos verões eleitoralmente quentes, muitos gélidos invernos que pareciam ter congelado até nossa inteligência e tudo isso só foi possível suportar porque também tivemos tempos de outono com trabalhos que redesenharam a história da esquerda no mundo. Hoje, o PT é dirigente no Governo Federal, na Prefeitura de Esteio, esteve na presidência do Poder Legislativo da cidade no ano passado e permanece na mesa diretora em 2010.
As experiências de governo trouxeram maturidade aos militantes e muito aprendizado para todos. Rompemos com muitos preconceitos criados maquiavélicamente pela direita com o melhor do proselitismo, resultante das práticas de governo. No decorrer de toda essa trajetória é possível identificar um eixo motriz ideológico que orienta a militância, sensibiliza a sociedade e produz a coesão necessária à sobrevivência da ideologia política. O tamanho que o PT adquiriu também trouxe grandes problemas, que geraram crises políticas, éticas que pareciam insuperáveis. Nestes tempos difíceis militantes como Tarso Genro, ex-integrante do Partido Revolucionário Comunista (PRC), da célula de Santa Maria, foi fundamental na direção nacional do PT, permitindo que suas práticas diretivas mantivessem vivas nossas utopias. Tarso foi integrante da esquerda fragmentada que veio para o PT a partir do entendimento de sua dimensão estratégica para a esquerda no mundo.
Os 30 anos de história do PT remontam inúmeros momentos em que a força motriz da política de esquerda se mostra e encanta multidões, motivando milhares de brasileiros a se filiarem ao PT para participar da construção desta história. A realização do Fórum Social Mundial é uma possibilidade ímpar para a esquerda fazer a disputa de corações e mentes. Nossas principais referências da esquerda estiveram lá. No dia 27 de janeiro, tive a oportunidade de encontrar o Ministro Tarso Genro no Acampamento Interncontinental da Juventude, em Lomba Grande. Tarso falava sobre a necessidade de manter nossas utopias vivas e procurava dividir suas experiências militantes de uma geração que viveu a luta armada. Em Esteio fizemos um esforço para trazer um conjunto de atividades para a cidade no decorrer do Fórum Social Mundial e, no entanto, a participação de petistas da cidade foi praticamente nula. Se você está lendo este artigo e participou de alguma atividade então sente-se ao lado de Tarso. Caso contrário, a política pode estar tão burocratizada que sua militância pode estar se neutralizando e perdendo o sentido público. Mergulhamos assim na tradição da política aristocrática brasileira e perdemos nossas referências de disputa social. Se não é isso, além de seus interesses particulares, o que te move na política?
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
A construção de um monumento pela PAZ
Charles Scholl - http://charlesscholl.blogspot.com/
13metatron@gmail.com - http://twitter.com/falecomcharles
A realização do Fórum Social Mundial 10 anos – Região Metropolitana de Porto Alegre nos reservou muitas surpresas. Além das personalidades internacionais que se concentraram em nossa região, diversas ações apontam para atividades permanentes que foram criadas durante esse momento de efervescência cultural. Demorei um tanto para conseguir dividir um pouco as informações acerca das atividades realizadas no dia 30, no Parque Galvany Dorneles Guedes, onde iniciamos o projeto de criação de uma aldeia da paz permanente. A demora se deu pelas peculiaridades daquela atividade. Momentos muito intensos de vivências verdadeiramente revolucionárias necessitavam de um tempo para decantar e poder falar com mais clareza o que aconteceu no decorrer do dia 30. O que podemos afirmar de imediato é que criamos a primeira aldeia da paz permanente do Brasil, em praça pública.
A idéia da aldeia da paz surgiu nas primeiras edições do Fórum Social Mundial, mais precisamente no Acampamento Intercontinental da Juventude. Desde o início o Acampamento Intercontinental da Juventude(AIJ) se constituía para vivenciar as mudanças que estavam sendo debatidas no Fórum Social Mundial(FSM). Assim como as primeiras edições do FSM, o espaço do AIJ se tornou um grande palco para protestos de toda ordem. A opressão sobre os mais diversos movimentos sociais, ao longo do tempo, criou um contencioso importante. O FSM e o AIJ permitiram vazão e o manifesto social se impôs. Naquela época a aldeia da paz era instalada fora da área do AIJ, pois as ações estavam focadas com base na mudança de condutas consideradas natas à natureza humana por aqueles que vivem imersos na sociedade capitalista de hoje. Mesmo aqueles que faziam oposição ao sistema tinham dificuldade de compreender a mensagem de paz. Neste ano, a aldeia se instalou no centro do AIJ, pois a idéia em torno do FSM era de aprofundar os debates para a construção de um outro mundo possível. As experiências da esquerda no governo abriram frentes de trabalho importantes que redesenharam o mapa político do movimento social.
É nesse contexto que iniciam programas de governo focados em uma cultura de paz. Em Esteio temos diversas iniciativas, tais como o programa Mulheres da Paz, Território de Paz, Cultura de Paz, entre outros. É evidente que não se trata de uma iniciativa isolada do município, pois todos os programas são em parceria com o Governo Federal. Em última análise, a mudança do cenário político sobre o movimento social está sob influência direta das realizações do Governo Lula. Esteio está em plena sintonia com as mudanças sociais, políticas, econômicas que estão redesenhando o Brasil. Sob o paradigma da “Cidade mais humana”, que orienta as políticas públicas adotadas em nossa cidade, temos uma plataforma de governo humanista, pacifista, que está exercendo o poder estatal na construção de um outro mundo possível.
Ainda falta responder o que é uma aldeia da paz. Arrisco a afirmar que tal concepção é originária da cultura maia, mas tem influências dos seguidores de Emiliano Zapata. Tudo isso se misturou com a contribuição de jovens brasileiros que vivem em comunidades alternativas. Já faz mais de três décadas que é realizado no Brasil o Encontro Nacional de Comunidades Alternativas (ENCA). Alguns integrantes desse movimento identificaram no AIJ a possibilidade de partilhar suas idéias e experiências. Porém, tal contato acabou criando uma fusão cultural cujo insumo nutre políticas públicas, conceitos arquitetônicos, filosofias, exercícios de religiosidade, éticas nutricionais e até mesmo formas distintas de organizar o tempo provenientes de uma intersecção de vivências produzidas no acampamento. Como centro catalizador desse movimento está o mexicano Oscar. Em Esteio, Oscar construiu uma pequena pirâmide maia onde ascendeu o fogo simbólico. Oscar é um homem sagrado pelas suas intenções, pelas suas ações e reconhecido internacionalmente como um homem da cultura de paz. Sua passagem pela nossa cidade veio coroar esse movimento. A arquitetura e organização das oficinas, desde a concepção da aldeia e a segurança de trazer o homem sagrado à nossa terra foi trabalho do brasileiro paranaense Marcos Mandala. Militante da bioconstrução comandou cerca de 70 pessoas inexperientes a construirem com suas próprias mãos edificações que permanecem para apreciação como verdadeiras obras de arte. A continuidade da Aldeia da Paz é um desafio com dimensões astronômicas, da mesma envergadura de manter a coerência cotidiana entre o discurso e a prática. Mas isso será escrito pelas mãos do povo da nossa cidade, no passo em que trilhamos o caminho da paz.
13metatron@gmail.com - http://twitter.com/falecomcharles
A realização do Fórum Social Mundial 10 anos – Região Metropolitana de Porto Alegre nos reservou muitas surpresas. Além das personalidades internacionais que se concentraram em nossa região, diversas ações apontam para atividades permanentes que foram criadas durante esse momento de efervescência cultural. Demorei um tanto para conseguir dividir um pouco as informações acerca das atividades realizadas no dia 30, no Parque Galvany Dorneles Guedes, onde iniciamos o projeto de criação de uma aldeia da paz permanente. A demora se deu pelas peculiaridades daquela atividade. Momentos muito intensos de vivências verdadeiramente revolucionárias necessitavam de um tempo para decantar e poder falar com mais clareza o que aconteceu no decorrer do dia 30. O que podemos afirmar de imediato é que criamos a primeira aldeia da paz permanente do Brasil, em praça pública.
A idéia da aldeia da paz surgiu nas primeiras edições do Fórum Social Mundial, mais precisamente no Acampamento Intercontinental da Juventude. Desde o início o Acampamento Intercontinental da Juventude(AIJ) se constituía para vivenciar as mudanças que estavam sendo debatidas no Fórum Social Mundial(FSM). Assim como as primeiras edições do FSM, o espaço do AIJ se tornou um grande palco para protestos de toda ordem. A opressão sobre os mais diversos movimentos sociais, ao longo do tempo, criou um contencioso importante. O FSM e o AIJ permitiram vazão e o manifesto social se impôs. Naquela época a aldeia da paz era instalada fora da área do AIJ, pois as ações estavam focadas com base na mudança de condutas consideradas natas à natureza humana por aqueles que vivem imersos na sociedade capitalista de hoje. Mesmo aqueles que faziam oposição ao sistema tinham dificuldade de compreender a mensagem de paz. Neste ano, a aldeia se instalou no centro do AIJ, pois a idéia em torno do FSM era de aprofundar os debates para a construção de um outro mundo possível. As experiências da esquerda no governo abriram frentes de trabalho importantes que redesenharam o mapa político do movimento social.
É nesse contexto que iniciam programas de governo focados em uma cultura de paz. Em Esteio temos diversas iniciativas, tais como o programa Mulheres da Paz, Território de Paz, Cultura de Paz, entre outros. É evidente que não se trata de uma iniciativa isolada do município, pois todos os programas são em parceria com o Governo Federal. Em última análise, a mudança do cenário político sobre o movimento social está sob influência direta das realizações do Governo Lula. Esteio está em plena sintonia com as mudanças sociais, políticas, econômicas que estão redesenhando o Brasil. Sob o paradigma da “Cidade mais humana”, que orienta as políticas públicas adotadas em nossa cidade, temos uma plataforma de governo humanista, pacifista, que está exercendo o poder estatal na construção de um outro mundo possível.
Ainda falta responder o que é uma aldeia da paz. Arrisco a afirmar que tal concepção é originária da cultura maia, mas tem influências dos seguidores de Emiliano Zapata. Tudo isso se misturou com a contribuição de jovens brasileiros que vivem em comunidades alternativas. Já faz mais de três décadas que é realizado no Brasil o Encontro Nacional de Comunidades Alternativas (ENCA). Alguns integrantes desse movimento identificaram no AIJ a possibilidade de partilhar suas idéias e experiências. Porém, tal contato acabou criando uma fusão cultural cujo insumo nutre políticas públicas, conceitos arquitetônicos, filosofias, exercícios de religiosidade, éticas nutricionais e até mesmo formas distintas de organizar o tempo provenientes de uma intersecção de vivências produzidas no acampamento. Como centro catalizador desse movimento está o mexicano Oscar. Em Esteio, Oscar construiu uma pequena pirâmide maia onde ascendeu o fogo simbólico. Oscar é um homem sagrado pelas suas intenções, pelas suas ações e reconhecido internacionalmente como um homem da cultura de paz. Sua passagem pela nossa cidade veio coroar esse movimento. A arquitetura e organização das oficinas, desde a concepção da aldeia e a segurança de trazer o homem sagrado à nossa terra foi trabalho do brasileiro paranaense Marcos Mandala. Militante da bioconstrução comandou cerca de 70 pessoas inexperientes a construirem com suas próprias mãos edificações que permanecem para apreciação como verdadeiras obras de arte. A continuidade da Aldeia da Paz é um desafio com dimensões astronômicas, da mesma envergadura de manter a coerência cotidiana entre o discurso e a prática. Mas isso será escrito pelas mãos do povo da nossa cidade, no passo em que trilhamos o caminho da paz.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
PRECE ÀS SETE DIREÇÕES GALÁCTICAS
DESDE A CASA LESTE DA LUZ
QUE A SABEDORIA SE ABRA EM AURORA SOBRE NÓS
PARA QUE VEJAMOS AS COISAS COM CLARIDADE
DESDE A CASA NORTE DA NOITE
QUE A SABEDORIA AMADUREÇA ENTRE NÓS
PARA QUE CONHEÇAMOS TUDO DESDE DENTRO
DESDE A CASA OESTE DA TRANSFORMAÇÃO
QUE A SABEDORIA SE TRANSFORME EM AÇÃO CORRETA
PARA QUE FAÇAMOS O QUE TENHA QUE SER FEITO
DESDE A CASA SUL DO SOL ETERNO
QUE A AÇÃO CORRETA NOS DÊ A COLHEITA
PARA QUE DESFRUTEMOS OS FRUTOS DO SER PLANETÁRIO
DESDE A CASA SUPERIOR DO PARAÍSO
ONDE SE REÚNEM A GENTE DAS ESTRELAS
E OS ANTEPASSADOS
QUE SUAS BÊNÇÃOS CHEGUEM ATÉ NÓS AGORA
DESDE A CASA INTERIOR DA TERRA
QUE O PULSAR DO CORAÇÃO DE CRISTAL DO PLANETA
NOS ABENÇOE COM SUAS HARMONIAS
PARA QUE ACABEMOS COM AS GUERRAS
DESDE A FONTE CENTRAL DA GALÁXIA
QUE ESTÁ EM TODAS AS PARTES AO MESMO TEMPO
QUE TUDO SE RECONHEÇA COMO LUZ DE AMOR MÚTUO.
AH YUM HUNAB KU
EVAN MAYA E MA HO!
(SALVE A HARMONIA DA MENTE E DA NATUREZA)
A CULTURA GALÁCTICA VEM EM PAZ.
"EU SOU O OUTRO VOCÊ"
Mandala e o Prefeito Gilmar Rinaldi
Natália - Dragão Auto-existente Vermelho - vestida a rigor
Minha noiva Natália, da família terrestre - Defino com o fim de nutrir
Medindo o ser
Selo a entrada do nascimento
Com o tom auto-existente da forma
Eu sou guiado pelo poder da navegação
'Tomo minhas decisões, baseando-me nos princípios da verdade; rompo estruturas e vivo ordenadamente.'
Kim 121 - Dragão Auto-existente Vermelho.
Mandala - uma grande pessôa
Construção da Aldeia da Paz de Esteio
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Novas tecnologias e a nova economia
Esteio protagonizou um debate sobre novas tecnologias e uma nova economia na perspectiva de superação das falências sociais, políticas e econômicas da atualidade. Frente ao painel, realizado no dia 27, no salão Nobre da Prefeitura de Esteio, o programador Luiz Eduardo Guaraldo, representando a Associação de Software Livre e Lúcio Uberdan, membro da executiva do Fórum Gaúcho de Economia Solidária, apresentaram suas experiências e conhecimentos sobre um novo olhar acerca da economia, do desenvolvimento e do uso das tecnologias. No senso comum é possível perceber que existem dificuldades de compreender as convergências ideológicas sobre o movimento do software livre e a economia solidária. A apresentação de conhecimentos, por parte dos palestrantes, ocorreu com uma maturidade singular, decorrente de muita prática de trabalho em ambas as áreas.
Repensar um sistema político, social, econômico, cultural, tecnológico, geralmente se dá por caminhos essencialmente eruditos, reservados a intelectuais. Lúcio e Luiz avançaram em suas explanações apresentando os resultados compreendidos em suas pesquisas de campo feitas e aplicadas diretamente em nosso tecido social. A partir da referência brasileira de Economia Solidária e Software Livre, foram descritas as mais diversas práticas internacionais com foco na América Latina, Europa e Estados Unidos. No mesmo dia, pela manhã, no Acampamento Intercontinental da Juventude, em Lomba Grande, o Ministro da Justiça, Tarso Genro, tecia algumas avaliações sobre os movimentos sociais da atualidade, mais especificamente aqueles representados no Fórum Social Mundial. Tarso afirmou que um dos maiores desafios desta geração consiste na aplicação práticas das utopias. Em uma impressionante sintonia de idéias, Lúcio e Luiz, em Esteio, aparentemente na contramão de todas as tendências descreveram modos concretos de desenvolvimento econômico e tecnológico sob os preceitos do crescimento humano, em que o conhecimento é tratado como um patrimônio da humanidade. Ou seja, a aplicação prática das utopias que orientam uma sociedade mais justa, referenciadas no desenvolvimento humano e social, com respeito ao meio ambiente.
Esse é o clima dos 10 Anos do Fórum Social Mundial na Região Metropolitana de Porto Alegre. O local onde paramos para pensar e temos a chance de perceber que as práticas mais bem sucedidas são alicerçadas em utopias fortes sustentadas por pessoas que acreditam e fazem de seu cotidiano oportunidades para um mundo melhor. A autonomia tecnológica e a concentração de renda são problemas concretos no Brasil. Diante do desemprego e da baixa renda, da falência de empreendimentos surgiram as primeiras experiências associativas e de economia solidária. A reciclagem do lixo para a preservação do meio ambiente, que converte a pobreza, a poluição em renda e autonomia financeira é organizada pela lógica associativista. Tal lógica também rege instituições financeiras importantes no mercado.
Mesmo entre as experiências bem sucedidas que foram construídas sobre os alicerces da solidariedade e da auto-gestão, encontramos disparidades e desigualdades. Porém, cabe lembrar que tais disparidades surgem quando o empreendimento migra de um processo aberto de gestão para os modelos mais tradicionais da economia. E como uma contaminação do atual sistema financeiro que, muitas vezes, está formalizada nas condições impostas nos financiamentos. E desta malha burocrática que a lógica dominante prevalece. A lógica da Economia Solidária está longe de se tornar hegemônica no Brasil, porém as experiências bem sucedidas e os fóruns de debate podem levar, a partir de uma estratégia de Estado, a consolidação de uma outra economia. O mesmo se aplica ao desenvolvimento da nossa tecnologia. A massificação e o monopólio tecnológico nos afastam completamente de qualquer possibilidade de progresso real. Nesta lógica nos posicionamos somente como consumidores. O código fonte aberto dos softwares permite liberdade de criação, reconhecimento por mérito dos desenvolvedores, aperfeiçoamento das tecnologias de forma constante e permanente. O acesso a essa cultura também merece uma estratégia de Estado, tal qual ocorre em cidades importantes da Europa em que são governadas completamente por softwares livres, sendo que muitos deles são desenvolvidos em Porto Alegre. Para quem pensa na autonomia tecnológica como uma estratégia de crescimento de uma nação, deveria incentivar as escolas a adotarem as plataformas livres.
Como podemos avançar nesse quesito se nossas crianças ingressam no mundo da informática sob o paradigma dos softwares proprietários? Como podemos avançar no debate sobre uma nova economia se os padrões da economia tradicional são amplamente subsidiados pelo poder Estatal? Como podemos avançar na agroindústria familiar se o agronegócio ainda é a prioridade das políticas de Estado? Diante de tantos questionamentos é possível enxergar a importância do Poder Estatal para a migração do discurso à prática. A saída, sem sobra de dúvida, passa pela política, que controla o poder Estatal, e pelo financiamento de segmentos estratégicos de desenvolvimento.
Repensar um sistema político, social, econômico, cultural, tecnológico, geralmente se dá por caminhos essencialmente eruditos, reservados a intelectuais. Lúcio e Luiz avançaram em suas explanações apresentando os resultados compreendidos em suas pesquisas de campo feitas e aplicadas diretamente em nosso tecido social. A partir da referência brasileira de Economia Solidária e Software Livre, foram descritas as mais diversas práticas internacionais com foco na América Latina, Europa e Estados Unidos. No mesmo dia, pela manhã, no Acampamento Intercontinental da Juventude, em Lomba Grande, o Ministro da Justiça, Tarso Genro, tecia algumas avaliações sobre os movimentos sociais da atualidade, mais especificamente aqueles representados no Fórum Social Mundial. Tarso afirmou que um dos maiores desafios desta geração consiste na aplicação práticas das utopias. Em uma impressionante sintonia de idéias, Lúcio e Luiz, em Esteio, aparentemente na contramão de todas as tendências descreveram modos concretos de desenvolvimento econômico e tecnológico sob os preceitos do crescimento humano, em que o conhecimento é tratado como um patrimônio da humanidade. Ou seja, a aplicação prática das utopias que orientam uma sociedade mais justa, referenciadas no desenvolvimento humano e social, com respeito ao meio ambiente.
Esse é o clima dos 10 Anos do Fórum Social Mundial na Região Metropolitana de Porto Alegre. O local onde paramos para pensar e temos a chance de perceber que as práticas mais bem sucedidas são alicerçadas em utopias fortes sustentadas por pessoas que acreditam e fazem de seu cotidiano oportunidades para um mundo melhor. A autonomia tecnológica e a concentração de renda são problemas concretos no Brasil. Diante do desemprego e da baixa renda, da falência de empreendimentos surgiram as primeiras experiências associativas e de economia solidária. A reciclagem do lixo para a preservação do meio ambiente, que converte a pobreza, a poluição em renda e autonomia financeira é organizada pela lógica associativista. Tal lógica também rege instituições financeiras importantes no mercado.
Mesmo entre as experiências bem sucedidas que foram construídas sobre os alicerces da solidariedade e da auto-gestão, encontramos disparidades e desigualdades. Porém, cabe lembrar que tais disparidades surgem quando o empreendimento migra de um processo aberto de gestão para os modelos mais tradicionais da economia. E como uma contaminação do atual sistema financeiro que, muitas vezes, está formalizada nas condições impostas nos financiamentos. E desta malha burocrática que a lógica dominante prevalece. A lógica da Economia Solidária está longe de se tornar hegemônica no Brasil, porém as experiências bem sucedidas e os fóruns de debate podem levar, a partir de uma estratégia de Estado, a consolidação de uma outra economia. O mesmo se aplica ao desenvolvimento da nossa tecnologia. A massificação e o monopólio tecnológico nos afastam completamente de qualquer possibilidade de progresso real. Nesta lógica nos posicionamos somente como consumidores. O código fonte aberto dos softwares permite liberdade de criação, reconhecimento por mérito dos desenvolvedores, aperfeiçoamento das tecnologias de forma constante e permanente. O acesso a essa cultura também merece uma estratégia de Estado, tal qual ocorre em cidades importantes da Europa em que são governadas completamente por softwares livres, sendo que muitos deles são desenvolvidos em Porto Alegre. Para quem pensa na autonomia tecnológica como uma estratégia de crescimento de uma nação, deveria incentivar as escolas a adotarem as plataformas livres.
Como podemos avançar nesse quesito se nossas crianças ingressam no mundo da informática sob o paradigma dos softwares proprietários? Como podemos avançar no debate sobre uma nova economia se os padrões da economia tradicional são amplamente subsidiados pelo poder Estatal? Como podemos avançar na agroindústria familiar se o agronegócio ainda é a prioridade das políticas de Estado? Diante de tantos questionamentos é possível enxergar a importância do Poder Estatal para a migração do discurso à prática. A saída, sem sobra de dúvida, passa pela política, que controla o poder Estatal, e pelo financiamento de segmentos estratégicos de desenvolvimento.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
10 Anos do Fórum Social Mundial e o risco do solilóquio
A Região Metropolitana de Porto Alegre passa a figurar como o local do planeta em que diversas mentes estão dispostas a pensarem alternativas para uma outra ordem mundial. Pode-se conceituar a realização do Forum Social Mundial por outras palavras, mas a grosso modo, a construção de um outro mundo possível é que orienta os pensadores das mais variadas etnias, culturas, idades, classes sociais, religiões, cidadanias e nacionalidades a despenderem tamanha energia para a realização do evento. Os moradores da Região Metropolitana de Porto Alegre terão a oportunidade de interagir com tal diversidade no quintal de suas casas.
Estive acompanhando a construção do FSM 10 anos e do Acampamento Internciontinental da Juventude e acredito que a energia militante está mudando seu centro estratégico de ação. Quando o FSM nasceu, permitiu a vazão de uma reivindicação reprimida históricamente. O FSM unificou um grito de protesto e um contraponto ao Fórum de Davos. Neste tempo o foco do militante era o protesto. Passados 10 anos, tenho a impressão de que a realização do FSM da Região Metropolitana de Porto Alegre está, de fato, focada na elaboração de alternativas para um outro mundo possível. Pode-se perceber tal comportamento na preocupação de aprofundar os debates com as experiências mais bem sucedidas, compartilhar conhecimentos, fortalecimento das referências políticas conseqüentes, pacíficas e capazes de mudar o mundo.
A realização do FSM na Região Metropolitana de Porto Alegre certamente impulsionará o desenvolvimento humano, seja pela simples quebra da rotina com a instalação de um portal transnacional no quintal de nossas casas, ou pela ação dos militantes que empenham toda sua energia vital para a transformação do mundo. Somente alguns terão consciência das benesses do evento, certamente aqueles que percebem o retorno imediato, seja pelas relações econômicas, culturais, de laser, além do público que está participando diretamente das atividades. Porém, se mais pessoas compreendessem as oportunidades trazidas pela realização de um evento desta magnitude, os ganhos se ampliariam e a velocidade de realização seria maior. Não há o que justifique o isolamento em uma situação assim. Os gestores públicos agiram corretamente ao apoiar a realização do FSM na Região, com visão estratégica de desenvolvimento para suas cidades, para a região, para o país e para o mundo.
A realização do encontro em si já é uma afronta ao cacoete da atomização da sociedade contemporânea. As dificuldades se ampliam com a geração zapping, que se orienta sob o signo da decepção1 e o vicio da instantaneidade acaba lhe entupindo os ouvidos. Suas convicções sobre o que é satisfação e o que não interessa são tão claras que a luz de sua consciência ofusca toda e qualquer possibilidade de leitura para além de seu mundinho. Olhar para fora exige tolerância, ouvir outras experiências exige humildade, saber usar o espaço de troca de conhecimentos exige sabedoria. Pois mesmo os mais arrogantes de seus conhecimentos, sendo espertos, identificam a partir das experiências que não lhe servem o valor de suas idéias e convicções. Tais argumentos são suficientes para refletir sobre a realização dos 10 anos do FSM Grande Porto Alegre, buscar uma interação com o que está acontecendo no quintal de nossas casas e participar. Caso contrário, você poderá achar que o FSM não passa de um solilóquio, e quando perceber o equívoco o trem já passou e o solilóquio será seu.
1Lipovetsky GILES - “A sociedade da decepção” (Ed. Manole, 104 págs.)
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