terça-feira, 30 de março de 2010

O copo está cheio ou vazio?



O copo está cheio ou vazio? Essa questão representa exatamente sentimento que tenho acerca da conjuntura que vivo neste momento. Esta semana deixei de exercer o cargo de diretor de comunicação da Prefeitura de Esteio. A função, desde sempre, foi uma mescla de compromissos técnicos da área da comunicação social associado a compromissos públicos assumidos junto a comunidade esteiense. Todos assumidos ao longo da vida na cidade e reafirmados nas campanhas eleitorais estabeleceram uma relação de confiança em torno de um projeto político. Diante do compromisso com as idéias humanistas que sempre sustentei, hoje assumidos institucionalmente na “Cidade mais Humana”, é que fica a dúvida sobre a abordagem que daria nesta nota pública que registra minha saída da Administração após cinco anos de serviços prestados. Registro minha saída ou o novo começo?
Acho que as coisas acontecem ao mesmo tempo, mas merecem ser explicadas ao tempo que podemos compreendê-las. Um passo de cada vez, mas vamos iniciar pelo fim. Para os cargos de confiança existe somente uma forma de admissão e de demissão. A admissão é feita por indicação direta do gestor, assim como a demissão. É da condição do próprio cargo a possibilidade de troca a qualquer momento. Minha saída é motivada por uma mudança na correlação de forças dentro do Governo. Tal situação é da dinâmica da política. Por fim, opto em falar do começo desta jornada. Fui admitido pela Prefeita Sandra Silveira, em outubro de 2005, com desafios importantes para a comunicação social de Esteio. No decorrer de seu Governo, representando o Partido dos Trabalhadores na comunicação social, mantive uma atividade intensa de militância em prol da qualificação da opinião pública da nossa cidade. Muitas vezes em situações extremamente tensas, tal qual foi o movimento em prol do Seminário Claretiano, em que chegou a ser anunciada minha demissão, nos anos de 2006 e 2007.A demissão só não ocorreu por ação direta da Prefeita Sandra e de sua chefe de gabinete Neida Lisboa.
Então vieram os desafios de construir a sucessão de Sandra. Minhas apostas sempre estiveram em torno do vice-prefeito Gilmar Rinaldi, mas tínhamos uma longa jornada pela frente. Após a definição, veio a campanha eleitoral em que tive a felicidade de eleger as duas campanhas em que estava trabalhando. Na câmara de vereadores a surpresa de ter eleito Leo Dahmer como o parlamentar mais votado do PT ao tempo que conseguimos conquistar a eleição de Gilmar Rinaldi prefeito de Esteio. O mais importante nesse movimento todo sempre foi ter eleito um programa que foi amplamente distribuído à população.
O trabalho sempre se impôs atropelando a vida pessoal e trazendo situações para além da emergência. O ambiente e a vida pessoal mudaram completamente neste período. Minha filha foi morar em São Leopoldo e conheci minha noiva Natália. Com a vitória, a obstinação sempre foi dar conta do programa e dos compromissos eleitorais que assumimos com a cidade. É importante registrar que durante o período em que estive exercendo o cargo de diretor de comunicação não medi esforços em tornar realidade os sonhos que construímos com a comunidade esteiense. A ênfase pessoal que dei neste período certamente foi focada na valorização e o reconhecimento dos veículos de comunicação da nossa cidade. Não poderia ser diferente, pois iniciei minha vida profissional no Jornal Destaque, minha mãe é fundadora do Jornal Eco do Sinos, o Juarez da Revista do Duarte está presente em minha memória desde que me conheço por gente e sempre fui militante do sucesso da Rádio Tradição, a rádio comunitária de Esteio. Mesmo com o claro apelo ao reconhecimento do trabalho dos veículos de comunicação de Esteio, mantive uma relação cordial e profissional com um universo de comunicadores, sem preterir ninguém.
Com zelo pelo erário público, com responsabilidade administrativa e política concluo uma fase importante para minha vida pessoal. Esse é o olhar que vê o copo cheio. O outro trata do que está por vir. É sobre os novos desafios. O copo ainda está vazio, mas terei muita calma e responsabilidade em dar conteúdo ao recipiente com os desafios individuais e coletivos que nos reserva a vida.

2 comentários:

  1. Bacana o texto, meu guri, nada de dor de cotovelo ou lamúrias, apenas a constatação e registro dos fatos. Segue o baile que com certeza muitos presenciaram o esforço e dedicação que tu narra acima. Acho que tão principal quanto encher mais um copo é não estar com a mão trêmula para segurá-lo e conduzi-lo!! heheheh, aquele abraço!

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  2. P>S: Agora que reparei: aquela escola que aparece aí na foto é a Nilo Peçanha aqui de Nóia? Ta parecendo muito... Se for, é onde fiz a parte mais fundamental de minha formação!! Excelentes lembranças de uma escola envolvida com sua comunidade...

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