Sou estudante de jornalismo na Universidade do Vale do Rio do Sinos e busco este espaço para reivindicar sobre a violação da minha liberdade de expressão. Narro o fato ocorrido no dia 11 de novembro à noite em frente a UNISINOS, quando distribuía convites para uma sessão de autógrafos da 45ª Feira do Livro em Porto Alegre. Por entender que o evento é de interesse dos universitários, mas compreendendo que é uma atividade externa a UNISINOS, eu e minha esposa, militantes da causa humanista, decidimos alcançar os convites do lado de fora da instituição. Durante a distribuição fui abordado por um agente de segurança que me perguntou se tinha autorização para a distribuição que estava fazendo.
Ora! Não há necessidade de autorização prévia para distribuir em via pública um material devidamente legal. O guarda, instruído através do sistema interno de comunicação, tentou recolher o material e me ameaçou dizendo que chamaria a Brigada Militar. Tratado como criminoso, sofrendo um indescritível constrangimento perante meus colegas, resisti pacificamente. Diante da pressão da figura fardada, devidamente instruída , sob os olhares desconfiados, dos colegas que ficaram pasmos com a atitude repressiva que se desenrolava ao vivo e a cores, sentimo-nos diante de uma injustiça irreparável. Lembrei do dia 31 de março. A data que recordamos o rompimento da ordem democrática no Brasil, por um golpe militar há 35 anos.
É imprescindível, para a reflexão, a ciência dos fatos. O ocorrido evidencia uma prática que não condiz com o estereótipo de uma das maiores instituições de ensino do RS. A orientação dada aos funcionários da segurança tem caráter repressivo e ilegal. Viola os direitos da livre expressão, além de um evidente e covarde constrangimento público, quando o peso da instituição se debruça sobre os ombros de dois militantes humanistas que nada faziam de ilegal. Um desrespeito à diferença.
Charles Scholl - falecomcharles@pop.com.br
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