domingo, 14 de dezembro de 2008

Cooperativismo e senso comum / 2004

O presidente Lula pediu para que os brasileiros boicotem os juros altos ebusquem alternativas para fugir do cheque especial e dos juros abusivos docartão de crédito. O deputado Luis Fernando Schmidt, do PT, repercutiu aspalavras do presidente no artigo publicado na contracapa desta edição com otítulo "O recado de Lula". Nesse artigo temos uma dimensão do que representao movimento das cooperativas de crédito nos grandes centros econômicos doplaneta.O que chama a atenção no artigo otimista, pelas possibilidades de expansãodo cooperativismo de crédito no Brasil, são os números que representam arealidade nacional do cooperativismo de crédito e os números internacionais.

O senso comum nos centros urbanos identifica as cooperativas de crédito como"coisas de pobre", ou melhor, isso é para pessoas que não possuem recursosfinanceiros para ter acesso ao sistema bancário privado, ou dos bancosestatais. Outra impressão desinformada e imbecilizante é aquela quequestiona sobre qual a confiabilidade de um negócio desses?O presidente Lula tem toda a razão em se perguntar sobre os motivos quelevam o brasileiro a não se organizar em cooperativas de crédito paraenfrentar, de forma solidária, os problemas financeiros de nossa economia.As cooperativas de crédito, depois da resolução do Conselho MonetárioNacional tomada em 25 de julho, tendem a ter mais flexibilidade para seorganizarem. Essa medida possibilita o crescimento desse tipo de relaçãoeconômica.

As cooperativas de crédito representam a alternativa para odesenvolvimento econômico oxigenando as operações financeiras das pequenas emédias empresas sem que isso represente um assalto. Essa alternativa tem umpoder notável de transformação social capaz de alavancar o crescimentoeconômico de comunidades locais sem a fuga de dólares provocadas peloslucros das empresas multinacionais instaladas no Estado por meio dasprivatizações. Precisamos, como brasileiros, manter nossas reservas e osistema de cooperativas de crédito tem um princípio que permite essafaçanha. O principio da solidariedade.

O principio da competitividade, queorienta majoritariamente as instituições financeiras tradicionais do Brasil,prevê, antes de tudo, a eliminação do outro.Seria prudente se os brasileiros, que não são proprietários de bancos,dessem ouvidos para o presidente e parem de fazer pose de rico ao pagar 12%de juros ao mês. Isso é desumano; isso é uma barbárie. Porém, somos vítimasde mais uma mazela da cultura política de nosso país chamada depaternalismo, que prejudica o espírito criativo do povo na resolução de seusproblemas. Ações de organização social como essas terão o sucesso de seusassociados. Se pensarmos que 46% das instituições financeiras européias eramcooperativas de crédito, teremos pelo menos a mensagem de que esse modelo deorganização econômica é que alavancou os principais centros financeiros domundo. Creio que uma iniciativa como essa poderia oxigenar nossa economia nomunicípio e se temos esteienses que concordam com essas afirmaçõesencontrarão, no Jornal Eco do Sinos, um parceiro na implementação práticadessas idéias.

Maria Inês Scholl
Charles Scholl
Sérgio Heráclito Scholl Heinz

Nenhum comentário:

Postar um comentário