terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Uma resposta à declaração de guerra / 1° semestre 2008

A política na cidade está fervilhando. Existem basicamente dois grupos de políticos em ação. Um deles está completamente absorto na tarefa de encontrar alternativas à cidade. Outro, na falta de propostas de políticas públicas, fica voltado aos subterfúgios de toda sorte para se desviar da imagem da incompetência.  Em 1992 Vanderlan, do PSB, perdeu as eleições para Getúlio Fontoura, do PDT, coligado com o PSDB representado pelo Getulinho Figueiredo. Neste tempo, o comportamento político do eleitorado esteiense sofria fortes influências da era pedetista de Clodovino Soares.
O Pio Germano representava o PMDB e ficou em terceiro lugar. O PT ocupava a quarta posição representado por Luiz Duarte. Muitos dos sujeitos da política neste tempo permanecem atuantes, militando, na sua maioria em partidos diferentes.

Nas eleições de 96, a coligação PSB, representada por Vanderlan, e PT, representada por Gilmar Rinaldi foi vencedora. Esse episódio de nossa política local ocorreu sobre o ícone da liberdade e do rompimento. O espírito da mudança e da renovação pairou sobre a cidade e unificou os esteienses em um gesto de mudança. Nesse tempo eu editava o Jornal Eco do Sinos, que por conta de seu conteúdo, tinha problemas com a Administração Municipal. A cidade estava virada num caos e o jornal não podia calar. As comunidades eram sistematicamente bombardeadas em manobras políticas que tinham por objetivo desmobilizar qualquer grito social que pudesse soar dissonante.

Dadas as circunstâncias políticas deste período, como editor do Jornal Eco do Sinos tomei a posição de ignorar completamente as ameaças que recebia. O número de assinantes do jornal aumentou significativamente, evento que só voltou a ocorrer em 2007. Sem alardes sobre a massiva circulação, o jornal dialogava com a cidade. Como interlocutor legítimo nesta relação, relacionava-me com todas as lideranças políticas. Ocorre que Getúlio Fontoura acabou em uma situação que rompeu completamente os vínculos com o
jornal. Relatos trazidos por militantes pedetistas afirmavam que ele tinha declarado guerra.

Nestes tempos difíceis tive muitos apoios. O mais importante foi a
contribuição intelectual de Vanderlan, que me nutriu espaços do jornal constituindo uma trama que desestabilizou o governo de Getúlio. Isso contribuiu muito com a vitória, mas é óbvio que não seria suficiente. Ao tempo em que o jornal se ocupava com o aprofundamento de informações importantes para a opinião pública, o Partido dos Trabalhadores construiu os eixos básicos de governo para a superação da crise financeira que se abatia sobre o Paço Municipal. A vitória então estava anunciada.

Nesta síntese grosseira de nossa história política recente, percebemos os motivos de sua atual efervescência. Lembrei esta semana destes episódios quando minha mãe, que dirige o Jornal Eco do Sinos, passou a sofrer ataques. Desta vez eles não partem das organizações de Getúlio Fontoura, mas de um dos atores da política local que, enquanto dirigia o jornal antes do meu desligamento ocorrido no final de 96, fazia parte das nossas relações mais próximas. Suas práticas continuam as mesmas, porém acredito
que as pessoas amadureceram politicamente e não cairão nas manobras para desviar o foco sobre o que realmente interessa para todos, ou seja, as melhores políticas públicas.  Hoje não represento o Jornal Eco do Sinos e por isso me sinto a vontade para declarar minha coerência política em favor daqueles que permanecem construindo as melhores alternativas para nossa cidade.  Minha recomendação ao Jornal, como membro nato de seu conselho editorial, é a seguinte: Não se calem perante os ataques, temos a responsabilidade de contribuir com a opinião pública e não devemos medir esforços para que esse trabalho tenha a melhor qualidade.

Charles Scholl
falecomcharles@pop.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário